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5 mil m² de arte

Curitiba ganha a segunda maior obra do mundo do renomado artista Eduardo Kobra

Os silos de grãos da Moinhos Anaconda, no bairro Jardim Botânico, em Curitiba, estão recebendo o trabalho do Eduardo Kobra, o mais famoso grafiteiro do país. Curitiba, 13/02/2025. FOTO: Isabella Mayer/SECOM

Há algumas semanas, quem passa pelo Viaduto do Capanema, no Jardim Botânico, acompanha uma grande transformação nos gigantescos silos do Moinho Anaconda. Aos poucos, o concreto foi ganhando cores. E, depois de um certo mistério, veio a revelação: o local é a mais nova tela do renomado artista plástico Eduardo Kobra, referência internacional em arte urbana. 

A pintura, batizada de “Ciclos”, ocupa 5 mil m² em área, e é a segunda maior obra já realizada pelo artista, que tem suas criações estampadas em arranha-céus de todo o mundo. Antes de sair do papel e começar a tomar as paredes da indústria de farinha, o projeto da arte passou pela avaliação e aprovação da Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU) de Curitiba.

A capital paranaense tem, desde 2023, uma legislação que define as intervenções visuais nas fachadas de edificações, como grafite, muralismo, poesia visual, pintura, mosaico, lambe-lambe ou colagem (sem fins publicitários). 

Com isso, a SMU criou um processo próprio para a emissão de alvará para esse tipo de intervenção. O pedido pode ser feito online e assegura que, tanto o artista quanto o proprietário do imóvel, estejam de acordo sobre a “ocupação” da área. 

Em primeira mão

Seguindo o caminho legal, o pedido de alvará para o trabalho do renomado artista passou pelo Urbanismo. E, na solicitação, uma versão final da pintura de Kobra foi anexada. Foi assim que a engenheira civil do Departamento de Controle do Uso do Solo (UUS), Thaís Schutz Millack, responsável pela análise e emissão do alvará, viu a obra de arte praticamente em primeira mão. “Foi incrível! Ele anexou um material super bonito, eu imprimi em A3 (folha de tamanho de cartaz) e pendurei no meu armário aqui no Urbanismo. Curitiba tem tantos painéis bonitos de outros artistas, não tinha do Kobra ainda. Curitiba merecia, é uma cidade tão linda, combina tanto com arte”, avalia Thaís. Ela garante que a versão final sobre dez silos de 10 m de altura é impressionante.

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Thaís Schutz Millack, engenheira civil do Departamento de Controle do Uso do Solo (UUS).

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 “Espero que as pessoas passem lá e vejam. É  uma oportunidade incrível de acompanhar o trabalho dele. Espero que dê mais visibilidade ainda pra cidade, pra região e, quem sabe, se torne um ponto turístico", projeta a engenheira.

Thais conta que o alvará foi emitido em menos de três meses, um período curto em relação à análise de toda a documentação. Isso porque, a equipe do artista se adiantou e enviou junto com o pedido, o parecer positivo da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) de que a pintura tem caráter artístico. Ao Urbanismo coube a verificação de que o projeto atendia a todos os parâmetros exigidos pela Lei Municipal 16.237/2023, inclusive nos quesitos de segurança dos artistas.

Experiência adquirida

Também contou para a agilidade no processo, o fato de a equipe responsável já ter experiência em avaliar artes urbanas de grande porte. Um exemplo foi o alvará concedido para o artista paranaense Fernando Feltrin, o Gardpam, que estampou a poetisa paranaense Helena Kolody, na região central. A obra tem altura equivalente a 17 andares de altura e 15 m de largura, em um prédio da Praça Generoso Marques. 

“A Prefeitura incentiva a arte urbana na cidade, que dá vida e cor aos bairros, apresenta à população o poder da arte e alegra Curitiba. Com a Lei da Arte Urbana pudemos desburocratizar a emissão de alvarás para esse tipo de intervenção”, destaca o secretário municipal do Urbanismo, Almir Bonatto.

Ciclos

“Ciclos” tem a segunda maior dimensão entre todas as produções de Kobra, atrás apenas de “Maior Mural do Mundo”, na cidade de Itapevi (SP), com 5,7 mil m². “Isto me enche de orgulho, porque sei da importância de Curitiba e também do valor dos artistas da street art local, a quem respeito muito”, disse o artista.

A intervenção urbana ilustra três fases da transformação do trigo em pão: a colheita dos grãos; a massa sendo sovada e o pão já assado. A obra em Curitiba foi encomendada pela indústria de produção de trigo Anaconda, em comemoração aos seus 75 anos, em 2026.