Curitiba recebeu nesta sexta-feira (8/12) a recertificação de Selo Prata de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis, quando a contaminação acontece durante a gestação, da mãe para o bebê. O reconhecimento foi anunciado pelo Ministério da Saúde (MS), em evento realizado em Brasília.
O Selo de Boas Práticas foi lançado pela Secretaria de Vigilância do MS em 2021 para reconhecer estados e municípios que ainda não atingiram o status de eliminação da transmissão vertical, mas apresentaram bons resultados na redução dos casos. Curitiba recebeu o certificado pela primeira vez já em 2022 e neste ano a recertificação, com a manutenção do selo prata.
Além da recertificação do selo prata, Curitiba também recebeu nesta sexta-feira (8/12), pela quarta vez a certificação pela eliminação da transmissão vertical do HIV.
“Essas certificações e recertificações todas mostram a consistência do trabalho e o envolvimento das equipes da Saúde para proteger as crianças”, afirma a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella.
As certificações seguem critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao longo de um trajeto para eliminação total dos casos. Os selos possuem as classificações, bronze, prata e ouro. Por fim, quando o município atingir a taxa de incidência de 0,5 casos por mil nascidos vivos, ele recebe a certificação de eliminação.
Curitiba atingiu, em cinco anos, uma redução de 44% na taxa de incidência de sífilis congênita (transmissão durante a gestação). A incidência que era de 8,4 casos por mil nascidos vivos, em 2017, caiu para 4,7 casos por mil nascidos vivos, em 2022.
Segundo dados do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde, em 2017 Curitiba registrou 182 casos de sífilis congênita, em 2022 foram 87 casos de bebês que nasceram com a doença, 52% a menos.
De acordo com a secretária, a certificação e recertificação do selo prata foram alcançadas por meio de um trabalho contínuo realizado em todas as unidades de saúde, como parte da estratégia da Rede Mãe Curitibana Vale a Vida.
“O reconhecimento é reflexo da qualidade da assistência no pré-natal, parto, puerpério e acompanhamento da criança. É um trabalho de toda a equipe da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba e que mostra o zelo da Prefeitura pela saúde dos curitibinhas”, disse Beatriz.
Segundo a secretária, embora a redução seja muito positiva, há, ainda, um longo caminho pela frente e que depende muito da adesão ao tratamento. “Um dos grandes desafios da sífilis é concluir o tratamento da gestante e do parceiro para evitar reinfecção. E também conseguir manter o vínculo com as gestantes em situação de vulnerabilidade, mas seguiremos trabalhando em estratégias para melhorar cada vez mais nossos indicadores”, falou.
Avanços
Além da testagem e tratamento, outra ação de destaque foi a implantação da tutoria da sífilis, em 2019. Cada unidade de saúde conta com um tutor capacitado que acompanha todos os casos. Periodicamente esses tutores se reúnem para discutir e aprimorar as estratégias de atendimento e acompanhamento dos casos. Somado a isso, há o monitoramento e vigilância em saúde das gestantes e crianças expostas à sífilis, realizado pelo Programa de DST/Aids e Hepatites Virais da SMS.
Outro aliado no enfrentamento da sífilis congênita em Curitiba é a informatização do prontuário, que tem mais de 20 anos e permite a comunicação rápida com o Laboratório Municipal.
A SMS também adotou a realização de teste rápido em todas as unidades de saúde, assim o primeiro exame é feito já na vinculação da gestante ao pré-natal. No caso de resultado positivo o tratamento já é iniciado.