Curitiba é a cidade brasileira a registrar as maiores quedas nas taxas de incidência e de mortalidade por câncer de colo de útero – a quarta causa de mortes por neoplasias entre as mulheres. A informação é do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que monitora o registro de câncer de base populacional (RCBP) em onze cidades brasileiras, incluindo Curitiba.
Segundo a análise feita pelo Inca, Curitiba teve uma queda de 9,4% na taxa de incidência e de 7,9% na de mortalidade no período 1998-2006. Também foram avaliados os desempenhos de São Paulo, Salvador, Recife, Porto Alegre, Palmas, João Pessoa, Jaú, Goiânia, Fortaleza e Aracaju.Entre todas, apenas Aracaju e João Pessoa tiveram taxas positivas – que indicam o crescimento da doença.
Informações do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde mostram que a queda registrada no período representa uma variação de 27,2 para 12,5 na taxa de incidência e de 11,6 para 4,7 na de mortalidade. A projeção é feita sobre 100 mil habitantes. Isso significa que, enquanto em 1998 houve 219 casos novos e 83 óbitos, em 2006 essas mesmas taxas desceram respectivamente para 117 casos novos e 35 óbitos.
Para a secretária municipal da Saúde, Eliane Chomatas, a melhoria nesses indicadores se deve a dois fatores: o monitoramento da ocorrência doença, feito há treze anos pela enfermeira Kênia Del Pino, além da inclusão do diagnóstico precoce do câncer de colo de útero entre as prioridades do contrato de gestão pactuado entre o órgão e as equipes das unidades de saúde.
No ano passado foram feitos 121.199 exames preventivos nas 109 unidades básicas de saúde. “É um esforço contínuo para ampliar a cobertura com os exames e, desse modo, aumentar o número de notificações de casos iniciais e com chances de cura”, argumenta Eliane.
Além de ser ofertado para todas as mulheres em atividade sexual, o exame faz parte do check up oferecido às pacientes com 50 anos ou mais. Além da mamografia, as equipes das unidades checam se elas estão em dia com aquele exame, entre outras avaliações.
Diagnóstico precoce - Há 2 anos, o Inca já dava sinais de que esse esforço já estava sendo recompensado. Segundo o órgão, a incidência de câncer de colo de útero in situ (superficial) supera o tipo invasor (que afeta outros tecidos do órgão) entre as moradoras de Curitiba e comprova a efetividade das ações de diagnóstico precoce e controle da doença oferecidas às usuárias das unidades da Secretaria Municipal da Saúde.
Essas informações fazem parte do quarto volume da publicação Câncer no Brasil: Dados dos Registros de Base Populacional, lançado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) no final de novembro de 2010. Na ocasião, Curitiba era a segunda de menor incidência entre dezessete que fazem o monitoramento. O período analisado compreendia os anos de 200 a 2005.