A Rua XV de Novembro foi palco nesta terça-feira (6/12) de uma série de apresentações de artistas residentes em Curitiba em alusão ao Dia do Samba, celebrado em 2 de dezembro, mas este ano com data deslocada na capital em decorrência do jogo do Brasil na Copa do Mundo do Catar.
Sempre com um sambista local homenageado, a comemoração é promovida desde o final da década de 1990 por um coletivo de artistas liderado por Jaime Virgílio Queiroz, o Gogó de Ouro.
A partir de 2021 o evento ganhou o apoio da Prefeitura, por meio da Assessoria de Promoção da Igualdade Étnico-Racial e da Fundação Cultural de Curitiba.
Este ano, artistas como o próprio Gogó, Léo Fé, Macarrão, Thiago Banjo, Amanda Cortes, Mestre Divino e Panelão, homenagearam Maé da Cuíca, o pontagrossense que se tornou ícone do samba curitibano, figura central da Vila Tassi (próximo a atual Rodoferroviária), o berço do samba curitibano na década de 1940.
As apresentações ocorreram numa tenda montada ao lado do Bondinho da XV, o espaço tradicional da comemoração sambista.
Maé morreu em 2012, aos 85 anos, deixando de legado uma série de sambas marcantes, como Deixa o Moço Falar. Foi ele quem criou a primeira escola de samba da capital, a Colorado, em 1946.
Importância cultural
Marli Teixeira Leite, titular da Assessoria de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, destaca a importância do samba como uma das maiores expressões da cultura popular brasileira, principalmente para população negra.
O estilo foi reconhecido em 2005 pela Unesco (o braço da Organização das Nações Unidas para cultura) como patrimônio oral e imaterial da humanidade.
“O samba faz parte da cultura brasileira como uma expressão artística das mais belas”, diz Marli. “Sua riqueza musical e cultural deve ser sempre louvada e reconhecida.”