A rede municipal de ensino de Curitiba desenvolve várias atividades com as equipes escolares nesta quinta-feira (18/5), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, com o objetivo de orientar crianças, adolescentes e profissionais da Educação a identificarem possíveis casos de abuso e o que deve ser feito em relação à questão.
Na Escola Municipal Bairro Novo do CAIC Guilherme Lacerda Sobrinho, no Sítio Cercado, os estudantes participaram de uma conversa com a secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila, e a promotora de Justiça Tarcila Santos Teixeira, da 1ª Promotoria de Infrações Penais contra Crianças, Adolescentes e Idosos de Curitiba.
“Atenção é fundamental e todos devem estar conscientes da importância de combater casos de abuso, a infância precisa estar protegida”, disse a secretária.
“Nosso papel aqui é alertar a sociedade sobre a gravidade do tema e o que pode ser feito em relação ao assunto. Essa natureza de crime deixa marcas indeléveis para toda família, especialmente para as vítimas”, comentou a promotora de Justiça.
Ela orienta que todos fiquem atentos a crianças que começam a se isolar, que evitam falar. “Os pais e responsáveis, as equipes escolares, todos devem ficar muito atentos”, reforçou.
A coordenadora de Equidade, Famílias e Rede de Proteção da Secretaria Municipal da Educação, Sandra Piotto, explicou que a rede de proteção é um conjunto de ações integradas e intersetoriais que garantem proteção a crianças e adolescentes em situação de risco. “Por isso cada um tem sua importância, as famílias, a escola, os Conselhos Tutelares, o Ministério Público, enfim, esse trabalho conjunto é fundamental dentro da sociedade”, comentou Sandra.
A programação da rede municipal de ensino conta ainda com um debate sobre o tema, às 19h, que pode ser acompanhado pelo YouTube da Secretaria Municipal da Educação.
Vítimas
As maiores vítimas de violência sexual contra crianças e adolescentes na cidade são meninos e meninas de 10 e 14 anos, segundo o relatório do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Dos 545 casos registros no ano passado, 198 envolveram crianças nessa faixa etária.
As crianças de 5 a 9 anos estão na sequência da lista da violência, com 137 notificações, seguida pelas de 1 a 4 anos (132), pelos adolescentes de 15 a 17 anos (75) e pelos bebês abaixo de 1 ano (3).
Ainda segundo o relatório da Rede de Proteção, formada pelas secretarias municipais da Saúde e da Educação e a Fundação de Ação Social (FAS), em relação ao gênero das crianças e adolescentes, as meninas foram as maiores vítimas, somando 80,6% (439) das notificações, contra 19,4% (105) que envolveram meninos.
Como faço uma denúncia?
Denúncias de abuso e exploração sexual podem ser feitas de maneira anônima e gratuita pela Central 156, da Prefeitura de Curitiba, por telefone, app ou pelo site.
Também podem ser acionados os Conselhos Tutelares, presencialmente, o Disque 181 (canal de denúncia do Governo do Estado), o Disque 100 (Governo Federal) e ainda o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), na Avenida Vicente Machado, 2.560, Campina do Siqueira, telefone (41) 3270-3370.