Os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) são fundamentais no cuidado e na promoção dos direitos de quem vive em situação de vulnerabilidade. Considerados a porta de entrada da assistência social, em Curitiba, esses espaços representam um porto seguro para milhares de famílias.
Sob a gestão da Fundação de Ação Social (FAS), os Cras assumem um papel de destaque na administração do prefeito Eduardo Pimentel, com o fortalecimento das ações voltadas à prevenção de riscos e promoção do acesso a oportunidades.
O presidente da FAS, Renan de Oliveira Rodrigues, explica que toda pessoa que vive em vulnerabilidade ou que precisa de qualquer tipo de benefício, pode procurar diretamente um Cras.
“Nosso objetivo é fazer com que os cidadãos tenham suas necessidades atendidas, o que contribui para a prevenção de situações mais graves de risco social,” explica.
O que são os Cras?
Mais do que equipamentos públicos, os Cras são como a casa das famílias que vivem em situação de vulnerabilidade. Esses espaços contam com equipe formada por assistentes sociais, psicólogos, pedagogos e educadores sociais, que estão preparados para entender as necessidades e dar os encaminhamentos aos serviços necessários.
As unidades estão estrategicamente localizadas próximas às comunidades mais carentes, justamente para facilitar o acesso aos serviços de proteção social básica. “Conhecendo o território, a equipe do Cras pode promover palestras, eventos e campanhas com o objetivo de encontrar soluções para as vulnerabilidades identificadas”, explica a diretora de Proteção Social Básica da FAS, Cintia Aumann.
Entre os principais serviços disponíveis nos Cras está o de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), que oferece acompanhamento social e atividades que estimulam o aprendizado e a convivência, com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é outro ponto importante. Ele promove atividades em grupo para crianças, adolescentes e idosos, com foco na socialização, fortalecimento de identidades e desenvolvimento de potencialidades. “Ofertamos oficinas de música, de pintura e de dança, por exemplo, enquanto trabalhamos temas importantes para os participantes”, explica Cintia.
Para quem vive em isolamento ou possui dificuldade de mobilidade, o Cras oferece ainda a Proteção Social no Domicílio. Esse serviço dá atendimento personalizado para idosos e pessoas com deficiência, e visa prevenir exclusão social.
Além disso, nos Cras, após avaliação técnica, as pessoas também podem ter acesso a alimentos, roupas, calçados e móveis. É possível receber encaminhamento para obtenção de documentos e a inserção em programas sociais dos governos estadual e federal, como o Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC), tarifa sociais de energia elétrica e de água e programas habitacionais, por exemplo.
Como acessar o Cras
As pessoas podem recorrer aos Cras por busca espontânea, indo diretamente no local. Não é preciso agendar atendimento, mas é importante, se possível, levar um documento com foto. O agendamento só será necessário em caso de atendimento técnico ou para fazer ou atualizar o Cadastro Único, fundamental para o acesso a benefícios sociais. O atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.
Atualmente, Curitiba conta com 39 unidades de Cras, distribuídas nas dez regionais da cidade. Juntos, eles realizaram 2,8 milhões de atendimentos nos últimos oito anos.
Apoio para toda a família
Marlene Aparecida da Silva, de 58 anos, e a sobrinha Luana Beatriz da Silva, de 22, receberam suporte no Cras do Pinheirinho. Após a morte da irmã gêmea, no ano passado, Marlene assumiu a responsabilidade de cuidar da sobrinha, que tem deficiência intelectual leve. Ela contou com a ajuda dos profissionais da unidade para colocar a vida nos trilhos. “Aqui fui sempre bem acolhida. Eles me ajudaram a encaminhar a Luana e também me orientaram em como seguir em frente”, conta Marlene.
Luana conseguiu uma vaga de aprendiz no Centro Municipal de Atendimento Especializado Tomaz Edison de Andrade Vieira, no Capão Raso. Hoje, ela divide sua rotina entre essa atividade e os estudos numa escola especial. “No trabalho, eu mexo no computador, organizo brinquedos educativos e às vezes acompanho a entrada das pessoas”, conta a jovem.
O salário de Luana ajuda nas despesas da casa, onde ela vive com o irmão de 38 anos, que tem uma doença psiquiátrica e também recebe atendimento especializado na área da saúde.