Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Peteca, cabo-de-guerra, pião

Conheça jogos e brincadeiras étnicos que fazem parte da infância de todos os curitibinhas

Brincadeiras tradicionais indígenas, levadas à Aldeia Kakané-Porã pela Smelj. Foto: Divulgação

A herança cultural das diferentes etnias formadoras do povo brasileiro também pode ser percebida nas brincadeiras e nos jogos que divertem e educam as crianças. É o caso do legado dos indígenas ou povos originários, dos negros e dos ciganos, cujas atividades lúdicas predominantemente ligadas à natureza marcam a infância de diferentes gerações.

“Queremos as crianças de todas as etnias compartilhando esses saberes na festa que a Assessoria da Promoção Étnico-racial da Prefeitura promoverá na Praça Zumbi dos Palmares, no Pinheirinho, no dia 29 de outubro”, convida a assessora da área, Marli Teixeira Leite. O evento, que teve de ser transferido por causa da chuva forte registrada em 8 de outubro, acontecerá das 14h às 18h.

Originários e negros

Muitas pessoas podem não saber, mas quando crianças passaram horas entretidas com atividades praticadas nas aldeias indígenas. Entre elas estão brincar de pião, peteca, cabo-de-guerra e queimada, andar em perna-de-pau ou jogar bolinha de gude com os amigos – muitas delas usadas também nas práticas físicas escolares.

Já as brincadeiras de Terra-mar, Acompanhe Meus Pés, o Jogo da Jiboia e Labirinto, entre outras, são herança dos africanos e também frequentes, em muitos lugares do Brasil, nas aulas de Educação Física para os pequenos. Simples e adaptáveis a qualquer ambiente, elas partem da demarcação da área com corda, fita ou simplesmente riscando a areia ou terra. Além de se movimentar bastante, para permanecer nos jogos e vencerem as crianças precisam prestar muita atenção às regras e aos comandos.

Ciganinhos

Nas residências e acampamentos ciganos, não é diferente. “Nossas crianças aprendem sobre a cultura e a arte cigana, saberes guardados como patrimônio preservado de pai para filho, mas respeitando o espaço delas para que vivam a infância na plenitude”, conta a a cigana do grupo étnico Calon Nardi Casanova, secretária executiva nacional da Confederação Brasileira Cigana e membro do Conselho Municipal de Política Étnico-racial. Também há os grupos Rom e os Sinti.

Se as crianças em geral brincam de casinha, as ciganas que vivem em acampamentos montam a “barraca pequena”. É nesse ambiente adaptado para o universo infantil, explica Nardi, que se reproduzem as rotinas familiares e o significado das tradições. Contudo, a infância cigana também é tecnológica.

“Tudo ficou mais fácil. As brincadeiras infantis são partilhadas, com a ajuda da internet, quando há sinal nos acampamentos, entre ciganinhos em diferentes estados”, pontua Nardi Casanova.

Mantendo a tradição, elas sabem aproveitar a proximidade com a natureza. Assim como os que hoje são adultos, quando podem nadam em rios, brincam na chuva e passeiam a cavalo.

Entre as brincadeiras mais comuns, estão passar o anel, pega-pega, jogar bola, empinar pipa e fazer bolinhas de sabão com as mãos. Já as chaborrins (meninas), acrescenta Nardi, gostam de brincar de salão de beleza. “Elas fazem tranças, usam muitas fitas e maquiagem bem marcada para deixar a aparência alegre, que é um traço nosso expressado na música e na dança”, diz.

Em alta