Em 2023, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) promoveu e apoiou cerca de 13 mil ações na cidade, entre peças de teatro, cursos, rodas de leitura, shows e grandes eventos, como a Oficina de Música e o Festival da Palavra. A realização dessas ações contou com o envolvimento direto ou indireto dos 244 funcionários da FCC, que no dia a dia desempenham diversas funções para a democratização da cultura na capital paranaense.
A cada abertura de edital até a estreia do show diante do público, diversas áreas da Fundação Cultural trabalham, começando pelo administrativo, responsável por questões como análise dos projetos, estrutura do evento, contratação de artistas, e transporte operacional. Para além dos eventos que a FCC promove, ela também apoia diversas iniciativas culturais, como o Festival de Curitiba e a Bienal de Quadrinhos, por meio de estrutura e espaço.
Toda essa engrenagem atende artistas, produtores, gestores, técnicos, administradores e outros profissionais que integram a cadeia da economia criativa. Um dos funcionários que atende esse público é o agente cultural Crizanto Mendes, que auxilia na análise dos projetos e está diariamente alinhado aos coordenadores de cada espaço cênico.
“A vivência dentro da Fundação é imensa, desde quando você recebe uma proposta de projeto, para análise e encaminhamento, para então realizar todo o procedimento administrativo e jurídico. A gente faz o papel não daquele que realiza a ação cultural, mas o que possibilita que o artista possa fazer cultura” comenta Crizanto.
Entre esses espaços cênicos está o Teatro do Paiol, palco para artistas locais, nacionais e internacionais e que no ano passado recebeu 100 apresentações. A contratação de boa parte desses artistas fica a cargo da produtora Lilian Ribas, responsável por entrar em contato e fornecer todo o suporte necessário.
“A gente cuida dos artistas, tenta cuidar dos grandes eventos, das pessoas que vem de fora sempre com muito carinho e respeito” explica Lilian, coordenadora artística.
Além dos espaços e eventos que a FCC promove, existem também os grupos como a Camerata Antiqua de Curitiba, que neste ano celebra 50 anos de história. Ao longo dessa caminhada, Janete Andrade, coordenadora de Música, trabalha na montagem da programação anual e prospecta novos talentos para a Camerata de Curitiba.
A trajetória do grupo se confunde com a da coordenadora, que viu nascer a orquestra erudita da cidade e também onde iniciou sua carreira profissional. “A parte mais prazerosa é ver que existe um público fiel da Camerata, que frequenta todos os concertos e participa ativamente.” comentou Janete.
Logística dos eventos
O coordenador de Produção e Eventos, Jaciel Teixeira, é responsável por essa operacionalização. Diariamente entra em contato com fornecedores para conseguir estruturas de palco, luz, som, cadeiras e até equipes de segurança. Jaciel é também o produtor responsável pelo Carnaval de Curitiba, evento realizado anualmente pela Fundação Cultural.
“Eu diria que é uma função essencial, porque a gente é responsável por todos os grandes eventos, Oficina de Música, Carnaval, Paixão de Cristo, aniversário da cidade, tudo passa pela coordenação de produção, onde realizamos as contratações da parte de estrutura” comentou Jaciel.
Dentro dessa logística de produção, o transporte entra como uma peça-chave para que a ação cultural possa acontecer. Para levar os artistas, funcionários e às vezes até equipamentos para os eventos, João Pedro Gaspar realiza a organização dos motoristas e veículos da FCC, responsável por organizar o itinerário das caronas.
Cultura nas regionais
A Fundação Cultural está também nas dez regionais da cidade. Na ponta, elas desempenham um papel fundamental na descentralização da cultura ao promover os cursos, entre eles os autossustentáveis, que abrangem diversas linguagens artísticas com preços acessíveis à população.
Na Regional Cajuru, 400 alunos participam dos cursos de música, dança, artes visuais, entre outros. A coordenadora da regional, Nilza Raimundo, constrói a ponte entre a diretoria e a comunidade.
“O meu trabalho é fazer acontecer, conversar com a comunidade, ouvir o interesse deles, é saber o que estão precisando” comentou Nilza.
Um exemplo desta ponte entre liderança e comunidade é a reforma do anfiteatro da Praça Zumbi dos Palmares, na Regional Pinheirinho. O espaço existe desde 1991 e até então nunca tinha sido utilizado para eventos culturais. Essa conquista possibilitou a apresentação de diversas linguagens artísticas no local e ampliou o acesso à cultura em uma região distante do Centro.
“No Centro existem muitos espaços culturais, mas no Pinheirinho não, então nosso trabalho é levar a cultura para esses locais por uma questão de saúde mental, é a inserção dessas pessoas sem distinção de cor, raça, crédulo e gênero”, relatou Jackson de Oliveira, coordenador da Fundação Cultural na Regional Pinheirinho.