Com o país atravessando crise econômica e o aumento do número de pessoas que não têm como se alimentar, a Prefeitura de Curitiba foi ainda mais assertiva nas medidas que compõem a Rede de Segurança Alimentar da cidade em 2022.
Uma iniciativa lançada no fim de setembro pelo prefeito Rafael Greca tem beneficiado ainda mais a população cadastrada para comprar no programa Armazéns da Família. É a Semana da Economia, que oferta o menor preço da cidade em alguns produtos alimentares vendidos nas unidades.
A pensionista Anna de Lourdes Rodrigues da Silva, 86 anos, frequenta o Armazém da Família há muitos anos e aprovou a Semana da Economia. “Os preços dos mercados estão todos tão caros. Tomara que essa promoção permaneça sempre”, diz ela, que costuma ir à loja da Rua da Cidadania do Fazendinha.
Os Armazéns da Família oferecem gêneros alimentícios e itens de higiene e limpeza 30% mais baratos que no varejo. Neles estão cadastradas mais de 360 mil famílias da capital com renda até cinco salários mínimos.
Complexo de segurança alimentar
Mais recente espaço inaugurado, o Armazém da Família Capanema integra um complexo de segurança alimentar da região sob o Viaduto do Capanema, formado ainda pela Escola de Segurança Alimentar Patrícia Casillo e por um Restaurante Popular.
De acordo com o prefeito Rafael Greca, a Segurança Alimentar e Nutricional é uma das prioridades de sua gestão.
“Temos nos esforçado desde o primeiro dia para que nunca falte o pão de cada dia nas mesas curitibanas. Combate à fome sempre estará nas nossas prioridades”, salientou Greca.
Programas como Mesa Solidária, Armazém da Família, Restaurante Popular e Hortas Urbanas conseguiram reduzir os impactos negativos causados pela perda de renda e desemprego da população. Em 2022, ano que simbolizou a retomada econômica do município, estes programas foram ampliados pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar (SMSAN).
"Por determinação do prefeito Rafael Greca, o trabalho tem sido intenso da Rede de Segurança Alimentar de Curitiba. A Prefeitura tem se esforçado em contribuir com a melhoria do padrão nutricional e a valorização do alimento saudável com cursos e capacitações, mas principalmente para reduzir a insegurança alimentar de parte da população”, reforça secretário de Segurança Alimentar e Nutricional, Luiz Gusi.
Escolas de Segurança Alimentar
Inauguradas em março deste ano, as Escolas de Segurança Alimentar estão vinculadas ao Mesa Solidária e, além da unidade Patricia Casillo, existe a Dom Bosco, no bairro Campo do Santana. Nos locais, são ofertados cursos para capacitação profissional, com conhecimentos teóricos e práticos, criando oportunidade de emprego e geração de renda.
Em 2022, 137 alunos se formaram em cursos como preparo de salgados, confeitaria para restaurantes e aproveitamento integral de alimentos.
Maria Teresinha Rodrigues Schon Nardino, 42 anos, participou de três cursos na unidade Dom Bosco, mas um deles, o de confeitaria para restaurantes, trouxe uma lembrança afetiva: a mãe de Maria Teresinha também fazia bolos.
“Desde que perdi minha mãe pensei que nunca mais conseguiria voltar a fazer bolos, quem diria um dia viver de vendê-los. O que eu aprendi no curso foi muito importante para eu me profissionalizar e hoje reuni coragem para seguir adiante como confeiteira”, contou.
Mesa Solidária
Outro programa que gera grande impacto é o Mesa Solidária, que já garantiu 800 mil refeições gratuitas para a população em risco social desde o seu lançamento, em dezembro de 2019. A marca foi atingida no início de outubro.
A iniciativa do município e de 70 entidades parceiras tem garantido uma média de mil refeições servidas por dia e dignidade à mesa para desempregados, idosos carentes e pessoas em situação de rua. No Mesa Solidária, todos podem se alimentar de graça em lugares limpos e confortáveis.
O aposentado Juecir Rafael, 66 anos, afirma que frequenta o Mesa Solidária todos os dias e sempre foi bem atendido.
"Com o pouco que ganho não consigo comer bem sempre. Mas desde que passei a vir aqui, eu me alimento melhor, a comida é excelente", conta Juecir. Ele frequenta o Mesa Solidária Luz dos Pinhais, atrás da Catedral, no Centro.
Outros programas e iniciativas da Rede de Segurança Alimentar
Hortas urbanas
Desde 2017, a Prefeitura tem intensificado o apoio aos produtores das hortas através da Unidade de Agricultura Urbana da SMSAN. A capital conta com 145 hortas urbanas com apoio da Prefeitura, que garantem alimentação saudável para cerca de 17,9 mil pessoas (entre produtores, familiares e comunidades) em bairros como Caximba, CIC, Pinheirinho, Alto Boqueirão, Cajuru, Rebouças, Santa Felicidade, Sítio Cercado, Uberaba, Guaíra e Tatuquara.
Restaurante Popular
Considerados serviços essenciais, os Restaurantes Populares atendem, principalmente, idosos e trabalhadores de baixa renda que têm acesso a refeições balanceadas a R$ 3. São cinco restaurantes populares (Matriz, Sítio Cercado, Pinheirinho, CIC/Fazendinha e Capanema) administradas pela SMSAN.
Sacolão da Família
Nas 11 unidades dos Sacolões da Família, administradas pela SMSAN, frutas e verduras têm preço máximo de R$ 3,69 o quilo. Os sacolões ainda podem fazer promoções especiais, como a Quinta-feira da Agricultura Familiar, que ocorre na unidade do Terminal Santa Cândida. O percentual de economia é de aproximadamente 53% para as famílias curitibanas.
Fazenda Urbana
Inédito espaço no Brasil dedicado à educação para prática agrícola sustentável nas cidades, a Fazenda Urbana, no bairro Cajuru, destina toda a produção para instituições do programa Mesa Solidária.
Desde julho do ano passado, 1,4 tonelada de hortaliças foi entregue a instituições religiosas, OSCs e movimentos de apoio às pessoas em situação de rua ou risco social que atuam no Mesa Solidária.
No dia 17 de outubro a Fazenda Urbana recebeu um prêmio do Pacto de Milão por ser destaque em inovar e promover a sustentabilidade na produção de alimentos no Brasil. O prêmio foi entregue durante o 8º Fórum Global do Pacto de Milão para Política de Alimentação Urbana, no Rio de Janeiro.
Banco de Alimentos
Criado pela Prefeitura há dois anos para ajudar a reduzir os impactos da pandemia na população mais carente, o Banco de Alimentos de Curitiba arrecadou junto à comunidade, até setembro de 2022, 377 toneladas de alimentos na capital. São gêneros alimentícios da cesta básica e hortifrutigranjeiros usados como ingredientes para as refeições gratuitas servidas à população em risco social.