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Mar em Curitiba

Com realidade virtual, Museu Capão da Imbuia inaugura exposição sobre o peixe mero

Museu Capão da Imbuia inaugura exposição sobre o peixe mero, uma das atrações é um ambiente marinho que pode ser visto com a ajuda de realidade virtual. Na imagem, os estudantes William Fabiano da Silva Filho e Eduardo Skalecki Cardon. Curitiba, 01/12/2022. Foto: Hully Paiva/SMCS


Um ambiente marinho que pode ser visto com a ajuda de realidade virtual é uma das atrações do novo espaço de exposição do Museu de História Natural no Capão da Imbuia. Com a parceria do Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobrás, os visitantes podem saber mais sobre o peixe mero, ameaçado de extinção, e como podem colaborar para a sua preservação. 

A exposição abre ao público, oficialmente, nesta sexta-feira (2/12), a partir das 9h, com entrada gratuita. Quem for ao local, vai encontrar uma plotagem com as informações, totens interativos como a roda do ciclo de vida do peixe, o jogo da memória “Meromória” e uma intervenção artística inédita: uma réplica de um mero de metal em tamanho real, confeccionada pelo artista plástico Marcelo Pszybylski.

Para a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza do Carmo Oliveira Dias, o novo ambiente e o uso da tecnologia são um atrativo a mais do Museu, que já é referência na pesquisa em zoologia e no trabalho de Educação Ambiental.

“Ficamos felizes com as parcerias que nos permitiram concretizar essa exposição”, disse, durante a inauguração oficial nesta quinta-feira (1/12).

Marilza lembrou que o peixe mero ocorre no litoral Sul, muito próximo da capital paranaense e que é um animal dócil e de fácil predação. “Por isso, é fundamental difundir as informações a respeito do seu hábitat e de como podemos preservá-lo”, explicou. “Curitiba reforça, mais uma vez, o seu protagonismo em ações sustentáveis, com mais essa ação”, completou.

Para marcar a abertura do espaço, estudantes da Escola Municipal Herley Mhel apresentaram o resultado de seu trabalho com o estudo de ambientes marinhos dentro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), dentro das atividades de Educação Ambiental. Entre eles, estavam Emanuel Devecchi, do 6º ano, que mostrou um curta-metragem produzido por um dos grupos da turma.  

Prestigiaram a inauguração o superintendente de Controle Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, Marcos Traad; o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo; a gerente técnica do Departamento, Vivien Midori Morikawa; a chefe do Museu de História Natural, Patricia Weckerlin; a coordenadora de Educação Ambiental da Secretaria da Educação, Marise Jeudy Moura; representantes da Petrobrás, Ricardo Schutz, Ana Paula Maske e Kellen Cristina Dalcin; representantes da Prefeitura de Araucária e as equipes do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna e do Projeto Meros do Brasil. 

Tecnologia a favor da conservação 

“Trazer o mar para Curitiba”, nas palavras do coordenador do Projeto Meros no Paraná,  Matheus Freitas, foi o desafio dos estudantes do Instituto Tecnológico Federal do Paraná. A interatividade, reforçou o pesquisador, ajuda a mostrar a importância da preservação dos ambientes costeiros e marinhos. 

Para os criadores do dispositivo que permite esse mergulho, os estudantes William Fabiano da Silva Filho, de 17 anos, e Eduardo Skalecki Cardon, de 16, o trabalho é ainda mais gratificante pelo seu objetivo. Com a pandemia no meio do curso de desenvolvimento de jogos digitais, além de aprender realidade virtual e 3D, eles precisaram estudar sobre os peixes. Isso aconteceu em dois meses.

“Não é todo dia que se tem a oportunidade de criar um jogo e é melhor ainda saber que uma criança vai ter acesso a isso e a esse conhecimento, incentivar a preservação”, comentou Wiliam, interessado em fazer mais projetos ligados a temas ambientais.

“A gente consegue trazer o ambiente que parece inacessível, do fundo do mar”, completou o colega Eduardo. Eles foram orientados pelas professoras Denise Sato e Carla Garcia.

O projeto

Espécie ameaçada de extinção, o mero, que está presente em grande parte da costa brasileira, pode viver 40 anos e pesar até 400kg. Por sua imponência, pelo risco de extinção e importância para o ecossistema marinho, o mero tornou-se em 2002 a primeira espécie de peixe a receber uma moratória específica que estabeleceu a proibição da captura, transporte e comercialização no Brasil. 

Criado em 2002 em Santa Catarina, o Projeto Meros do Brasil está presente em nove estados da costa do Brasil (Pará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina). O Projeto tem o objetivo de garantir a conservação dos ecossistemas marinhos e desta que é considerada a maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico. 

Atualmente as ações do Projeto estão voltadas para a conservação da sociobiodiversidade através da pesquisa científica, educação, comunicação e da arte, e buscam envolver as comunidades locais, valorizando o seu conhecimento, e toda a sociedade, promovendo equidade de gênero, inclusão racial e de pessoas com deficiência.

Cobrindo aproximadamente 1.500 quilômetros da costa brasileira, por meio da atuação em rede, as ações do Projeto Meros do Brasil levam em conta as particularidades de cada território, e são executadas de forma colaborativa entre as equipes de todos os estados.

Serviço: 

Exposição do Espaço Projeto Meros do Brasil no Museu de História Natural

Data: a partir de 2/12 (sexta-feira)
Horário: terça a domingo, das 9h às 16h45 (horário muda em dia de jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo 2022)
Local: Museu de História Natural Capão da Imbuia (Rua Benedito Conceição, 407)
Agendamentos de visitas guiadas para escolas: (41) 3313-5481