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Negros, ciganos e indígenas

Com dança, música e cultura, Caravana Étnico Cultural começa pela CIC

Oficina Brincando Coco e Cacuriás, que faz parte da Caravana Étnico Cultural. Foto: Divulgação

 

A primeira Caravana Étnico Cultural, programa criado pela Prefeitura para reforçar as ações afirmativas para população negra, cigana e indígena de Curitiba, já está com local, data e grande parte da programação definida.

Os eventos serão realizados em todas as dez regionais administrativas da capital e incluem apresentações e oficinas culturais, exposição de produtos e feira de empreendedorismo.

A primeira ocorrerá na Regional CIC, em 13 de agosto (sábado), no Teatro da Vila, espaço da Prefeitura inaugurado recentemente. A programação terá sequência nas regionais Cajuru (em setembro), Bairro Novo (outubro), Santa Felicidade (novembro) e Tatuquara (também em novembro).

“Essas atividades representam uma forma de ampliar o conhecimento da população em geral sobre a origem, cultura e saberes tradicionais dos negros, indígenas e ciganos”, diz Marli Teixeira Leite, titular da Assessoria de Políticas para Promoção da Igualdade Étnico Racial de Curitiba.

Marli lembra que conhecimento e respeito são formas de diminuir preconceito e violência.

Temas

No total, a Fundação Cultural de Curitiba selecionou por meio de editais 30 projetos, que serão apresentados nas dez edições da caravana. A da CIC vai contar com pelo menos seis deles.

O Teatro da Vila vai receber atividades culturais sobre protagonismo feminino e étnico, capoeira e dança cigana. A programação será aberta pelo Coral Negro de Curitiba, com uma apresentação de obras da tradição afrodescendente.

De Nova York para CIC

No espetáculo de dança solo "Algodão Doce", por exemplo, o artista Samuca apresenta um solo carregado de herança familiar e movimentos de resistência, celebrando a honra e trajetória dos negros.

A produtora Ana Preta conta que versão da peça que será mostrada na CIC foi apresentada no Pomona College (da Califórnia/EUA) e também no Rio de Janeiro e no II Seminário Internacional de Direitos Humanos da Unespar (Universidade Estadual do Paraná, onde começou a ser desenvolvimento por meio de um projeto de iniciação científica).

Artista múltiplo, Samuca voltou recentemente de uma apresentação de seu documentário de curta-metragem, Fone de Ouvido, em Nova York – como parte de uma iniciativa da ONG Clainmingour.space. Samuca dirigiu e atua no filme, que tem Curitiba como palco.

Roda

Na oficina “Brincando com Cocos e Cacuriás”, Eliane Regina Graciano, Liza Lopes e Eligeane Graciano, por sua vez, partem das culturas populares do Norte e Nordeste para fazer uma brincadeira de roda com dança, canto e ritmos utilizando instrumentos de percussão como o ganzá (um tipo de chocalho), a caixa do divino (um tipo de tambor) e o pandeiro. Cacuriá é uma dança típica do Maranhão.

A oficina dá oportunidade para vivência com as culturas populares e incentivando a criatividade dos participantes de qualquer idade, explica Eliane.

Capoeira

Já “A Capoeira Canta Zumbi”, o espetáculo produzido por Caroline Glodes Blum traz uma apresentação musical que parte do Quilombo dos Palmares e do líder negro Zumbi – marcos da resistência contra escravidão – para refletir sobre as relações sociais no país.

Protagonismo

A programação terá também uma palestra seguida de apresentação cultural voltada a aproximar e difundir o protagonismo feminino, que parte de um encontro com mulheres de diferentes faixas etárias para abordar a história de grandes heroínas pretas.

Cultura cigana

A cultura cigana terá um espetáculo de dança, levando para o palco os simbolismos das tradições, musicalidade e costumes das etnias rom, calom e sinti (os três principais ramos formadores do povo cigano).

A diretora e dançarina do espetáculo, Marcia Minetto da Luz, adianta que serão apresentados cinco estilos de dança, originados na Rússia, Egito, Romênia, Marrocos e Espanha.

O contexto histórico de formação desses estilos remonta há centenas de anos e cada um tem suas particularidades. “Como o povo cigano é nômade, absorve algo da cultura local de cada lugar onde chega e também deixa algo ali da cultura cigana”, explica. Dessa forma, que não há um estilo padronizado das danças ciganas.

A história de cada estilo será explicada durante a apresentação, que além de Marcia traz também Nathy Müller, idealizadora do projeto e representante artística da cultura cigana.

A programação final ainda poderá passar por alterações até a realização do evento.

Serviço

Primeira Caravana Étnico Cultural - CIC

  • Data - 13/08/22
  • Local - Teatro da Vila. Rua Davi Xavier da Silva, 451 - Cidade Industrial de Curitiba.
  • Atividades das 14 às 18 horas.

 

Atividades Culturais

  • 14h - Oficina de Capoeira, produção de Jeferson de Castro
  • 14h40 - Brincando Coco e Cacuriás – produção de Eliane Regina Graciano
  • 15h20 - O Protagonismo Feminino, produção de Cleonice Morais Santana
  • 16h - Algodão Doce – produção de Ana Cangussu Vicente (Ana Preta).
  • 16h40 - Ciganas - Danças e Cultura – produção de Márcia Minetto da Luz.
  • 17h20 - A Capoeira Canta Zumbi – produção de Caroline Glodes Blum

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