Respeitando todos os protocolos de prevenção à covid-19, a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) iniciou nesta semana uma série de reuniões com os cidadãos contemplados com apartamentos no conjunto residencial Theo Atherino, em obras no Tatuquara.
O conjunto de 240 apartamentos, contratados ainda pelo programa Minha Casa Minha Vida, será destinado a famílias com renda até R$ 1,8 mil – a chamada faixa 1. A construção foi paralisada em 2016, por conta da falência da construtora responsável pela obra.
“Quando assumimos junto com o prefeito Rafael Greca em 2017 encontramos muitas obras abandonadas pela gestão anterior. Renegociamos os contratos com vistas a não desperdiçar dinheiro público e assim atender as famílias que necessitam de moradia”, explica o presidente da Cohab, José Lupion Neto.
A obra foi interrompida na reta final, com 95% da execução concluída. Contudo o abandono causou deterioração de materiais já instalados, como pisos e fiação, o que fez a execução regredir para 84%.
A Caixa Econômica Federal, agente financeiro do programa habitacional federal, fez novo chamamento público para selecionar a empresa que terminaria a obra. A empresa selecionada fez um estudo e concluiu que os recursos federais disponibilizados já não seriam suficientes.
Aporte municipal
Lupion e Greca viajaram para Brasília para tratar da renegociação dos contratos diretamente com o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães.
Para viabilizar a retomada do Theo Atherino, a Prefeitura empregou um recurso extra de R$ 562 mil, por meio do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS). Após todos os esforços, finalmente em agosto e 2020 a obra foi reiniciada.
Reuniões
Na segunda-feira (12/1) e terça-feira (13/1) aconteceram as primeiras reuniões com os contemplados. Estão sendo chamados grupos de oito pessoas para que seja possível respeitar o distanciamento no grande auditório da Cohab. Todos os 240 contemplados serão convocados.
Técnicas da Cohab explicaram o cronograma daqui em diante com implantação do condomínio, visita ao empreendimento, assinatura dos contratos individuais, vistorias, entrega das chaves e trabalho social. A obra deve ser concluída até maio, quando inicia o processo de regularização da construção junto às secretarias municipais.
"As reuniões fazem parte das ações exigidas pelas atuais legislações federais. O trabalho social é um dos eixos fundamentais e obrigatórios para a sustentabilidade dos empreendimentos da modalidade faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida", explica a diretora de relações Comunitárias da Cohab, Meiri Morezzi.
Os 240 contemplados pagarão prestações de R$ 80 até R$ 270 de acordo com a renda familiar.
“O empenho da Prefeitura e da Cohab chega agora a quem estava aguardando. Trabalhamos com respeito à população. Na minha gestão as obras começam e terminam”, destaca Greca.
Fim da espera
A manicure Célia Regina Macedo, 41 anos, está feliz e ansiosa para pegar as chaves de seu apartamento. Hoje ela vive com o filho de 13 anos em uma casa alugada no Boqueirão. “Melhor sensação da minha vida, nem sei o que falar, não vejo a hora, até chorei já”, conta.
A prestação é bem mais baixa do que o aluguel que ela paga. A economia já tem destinação certa. “Vou poder economizar bastante, quero guardar para um dia pagar a faculdade para meu filho. Eu não tive oportunidade de estudar, por isso faço questão que ele tenha esta chance”, diz emocionada.
A diarista Angela Paranhos, 45 anos, chegou a perder a esperança. “É uma grande felicidade, esperamos tanto tempo, cheguei a duvidar que a obra terminaria. Passei por lá dias atrás e está ficando muito bonito o conjunto”, destaca.
Ela paga aluguel de uma casa no Campo de Santana, onde mora com dois filhos. “Ter a casa própria é o sonho de qualquer família. Estou com muita expectativa, contando os dias”, afirma ela.