Em comemoração aos 328 anos de Curitiba, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná (Sebrae/PR) entregou à capital, nesta segunda-feira (29/3), o Plano de Inovação para o Design Industrial em Curitiba. O projeto da entidade que integra o Vale do Pinhão contempla ações para gerar valor a produtos locais e para a adoção de novos modelos de negócios sustentáveis.
Curitiba já integra a Rede de Cidades Criativas da Unesco. Com a capital, participam do seleto grupo, na categoria Design, cidades como Buenos Aires (Argentina), Nagoya (Japão), Shenzhen (China), Shangai (China), Bilbao (Espanha) e Graz (Áustria). Por integrar a rede, a capital tem o direito de usar o selo “Curitiba Cidade do Design” da Unesco.
“A inovação, o design e o desenvolvimento são três fatores essenciais para promover a competitividade de empresas e fortalecer todo um ecossistema. O estudo estimula a transferência de informações e tecnologias de maneira integrada entre os setores públicos e privado, com foco na a inovação e a sustentabilidade”, pondera o diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini.
“Não há como desenvolver uma cidade inteligente sem o fortalecimento cada vez maior do seu design. A elaboração desse plano potencializa as ações do Comitê por meio de um planejamento estratégico que estimula o desenvolvimento integrado de projetos e da economia criativa na cidade”, afirma Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, um dos órgãos do município que integram o Comitê Gestor para o Selo Curitiba Cidade do Design da Unesco.
Ao todo, o projeto realizado entre fevereiro e dezembro de 2020 contou com pesquisas, seminários e entrevistas com 589 participantes, envolvendo as pequenas, médias e grandes empresas, o poder público, universidades e entidades do setor produtivo.
Etapas
O Plano de Inovação para o Design do Sebrae/PR foi elaborado a partir de três etapas. A primeira, de identificação dos cenários e demandas do mercado, definiu como base do trabalho a utilização de três ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), da ONU: energia limpa e acessível; trabalho decente e crescimento econômico; e consumo e produção responsáveis. A segunda envolve a análise dos atores do ecossistema, especialmente em relação à realização e à capacidade de novos investimentos nessas áreas, com a identificação das principais carências e necessidades.
A terceira fase trata da elaboração de um plano de ações a serem realizadas para que empresas possam, por meio do design, agregar valor em produtos e serviços. A estratégia contempla redução de custos de produção, abertura de novos segmentos de mercado, fortalecimento de marcas, melhoria da eficiência operacional, estímulo à inovação e desenvolvimento da capacidade técnica de colaboradores. O trabalho voltado para o design industrial foi pensado para a área de saúde, produção de alimentos funcionais, biotecnologia, gestão de materiais sustentáveis, moda e economia circular, novos materiais para construção civil, novas tecnologias e ambientes digitais nas indústrias, novos processos industriais e soluções intangíveis.
Para isso, entre as metas previstas para aplicação do plano estão o estímulo à transferência de conhecimento e de inovação tecnológica por meio de editais públicos; o fomento a novos produtos e serviços; transferência de tecnologia e incentivo ao setor produtivo, capacitação dos atores do ecossistema e formação de novos designers com foco na inovação e na sustentabilidade e políticas de comunicação com foco na valorização dos produtos locais.