Expoente da literatura produzida por autores negros, a romancista, contista e poeta brasileira Conceição Evaristo visitou o Creafro (Centro de Referência Afro) Enedina Alves Marques nesta segunda-feira (17/6). Ela veio a Curitiba para abrir o 2º Festival da Palavra, neste domingo (16/6), e aceitou convite da assessora de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, Marli Teixeira Leite, para conhecer o espaço. O local - que acolhe vítimas de racismo, intolerância religiosa e xenofobia, além de promover a cultura negra - atendeu mais de 500 pessoas em menos de seis meses de funcionamento.
“Estamos envaidecidos por receber essa mulher que é referência e inspiração para avançarmos rumo à valorização, ao protagonismo e à visibilidade das pessoas negras”, saudou Marli.
Roda de conversa
O que era para ser uma visita, transformou-se em um bate-papo com o público que lotou o espaço destinado às atividades culturais. O uso de palavras novas e da linguagem neutra ao se dirigir à plateia – que recebeu Conceição de pé e com aplausos - foi objeto de uma das perguntas. “Muitas vezes, as palavras que usamos não são suficientes para exprimir o que se quer dizer e precisa ser dito”, explicou.
Depois de ouvir a apresentação feita pela coordenadora do Creafro, Valéria Pereira da Silva, a autora de Ponciá Vicêncio, Becos da Memória e Canção para Ninar Menino Grande, entre outros títulos, ficou sabendo que ela e sua obra serão tema da segunda edição do programa “Leio Pessoas Pretas”, em julho. Iniciada em maio, a atividade promoveu a leitura e o debate sobre o legado literário de Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras escritoras negras do Brasil.