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Violência conta a mulher

Casa da Mulher Brasileira recebe palestra sobre relacionamentos de risco

O psicólogo Gilberto Gnoato, fala sobre o livro violêcia contra a Mulher. Curitiba, 26/07/2019. Foto: Luiz Costa /SMCS.

O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo e mesmo com a sanção da Lei Maria da Penha em 2006, o assassinato de mulheres cresceu 21% entre 2003 e 2013.

Para entender os motivos pelos quais as mulheres permanecem em relacionamentos de risco, o pesquisador e psicoterapeuta, Gilberto Gnoato, estudou, durante quatro anos, mil casos de violência entre casais. Em novembro, Gnoato estará na Casa da Mulher Brasileira para participar de uma conversa com representantes da Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência.

O foco da tese de doutorado de Gnoato é a violência psicológica e o grupo estudado é de mulheres com ensino superior, instruídas, politizadas, cientes de seus direitos protetores e que não dependem financeiramente do companheiro.

“Elas amam de forma romantizada a parceiros idealizados. Elas esperam que eles mudem a cada agressão, seja física ou psicológica. Perdoam e retornam para o ciclo de violência. Algumas ficam em relacionamentos assim durante vários anos”, explica Gnoato.

“Concluímos na pesquisa que enquanto essas mulheres não entenderem por que ficam no lugar da dor e qual é a sua parte nessa complexa e contundente relação, estarão sujeitas a repetir uma escolha amorosa que as levará mais uma vez ao sofrimento”, comenta Gnoato.

36 mil atendimentos

Em Curitiba, a Casa da Mulher Brasileira (CMB) atende mulheres vítimas de violência. Em três anos de funcionamento, a Casa já fez 36 mil atendimentos. Mulheres de todas as idades, classes sociais, e nível de escolaridade encontram apoio no local.

O número de atendimentos da instituição é grande, segundo a assessora de Direitos Humanos e Política para Mulheres, Elenice Malzoni, porque as mulheres costumam ir várias vezes procurar atendimento.

“Muitas das vezes, elas vão até lá apenas para serem atendidas por psicólogas do local e decidem retornar para os companheiros”, conta Elenice.

Embora a CMB abrigue a Delegacia da Mulher e reúna todos os serviços públicos necessários para que elas possam sair do ciclo de violência, é comum que elas optem por não denunciar os agressores.

No mês de novembro, Gilberto Gnoato, irá participar de uma roda de conversa com a Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência.

Atendimento psicossocial 

O atendimento psicossocial é a porta de entrada da Casa da Mulher Brasileira.  Quando as mulheres chegam, passam pela triagem e escuta qualificada feita por psicólogas e assistentes sociais, com objetivo de minimizar o impacto da violência sofrida e resgatar a autoestima, autonomia e cidadania.

Caso queiram, são direcionadas para outros serviços da rede de atendimento, como áreas da saúde, educação, delegacia e a confecção de documentos com acompanhamento e transporte.

Aquelas que correm risco iminente de morte e que precisam de abrigo ficam no alojamento de passagem da CMB por até 72 horas. 

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