Nesta sexta-feira (24/11), a Casa da Mulher Brasileira de Curitiba sediou o evento "Curitiba sem misoginia e capacitismo", promovido pela Assessoria de Direitos Humanos – Políticas para Mulheres. O encontro cumpre uma agenda nacional do Ministério das Mulheres e faz parte dos 21 dias de ativismo pela eliminação da violência contra meninas e mulheres, iniciados no dia 20 de novembro, e se estendendo até o Dia dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro.
A programação visa conscientizar funcionários e atendentes da CMBC sobre a complexidade das violências dirigidas às mulheres, considerando fatores como localidade, condição social, raça, identidade de gênero, crença, religião, orientação sexual, idade e deficiência. O evento pretende não apenas informar, mas inspirar mudanças positivas em relação à forma como é feito o atendimento e combate à misoginia em todas as suas formas.
“A Casa da Mulher Brasileira é multissetorial e é fundamental que todos possam atender de forma alinhada, usando termos corretos, sem capacitismo. Aqui é também um espaço de acolhimento, por isso é muito importante estarmos atualizados e sempre avançando”, declara Sandra Praddo, coordenadora geral da Casa.
A assessora de Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres, Elenice Malzoni, também participou do treinamento e reforçou a importância da discussão dos temas. Durante o encontro foram realizadas dinâmicas e vivências com os participantes, ampliando a experiência de cada um.
Entendendo a misoginia e o capacitismo
A misoginia, caracterizada pelo desprezo ao gênero feminino, foi tema da palestra da psicóloga e advogada Jéssica Tonioti da Purificação, que atua como Assistente da Promotoria no Ministério Público do Paraná. O crime é identificado como uma grave violência contra as mulheres, alimentando a desigualdade e gerando outras formas de violência entre os gêneros.
“Nós vemos um aumento muito grande na violência contra a mulher e precisamos entender as raízes desse comportamento para que possamos fazer as mudanças necessárias. A forma como criamos nossos filhos é um fator determinante na promoção dessas mudanças”, alerta Jéssica.
A programação também abordou o capacitismo em mulheres com deficiências, reconhecendo a necessidade de considerar as interseccionalidades. O tema foi apresentado pela advogada Adriana Denise Bezerra, em conjunto com a arquiteta Francisca Cury, a professora Maria Ivanilde e a estilista Elia dos Santos. Elas trouxeram para a discussão as consequências da misoginia e do capacitismo, quando eles se entrelaçam, tornando as violências ainda mais graves.
A assessoria do Departamento da Pessoa com Deficiência foi representada pela advogada do departamento, Camila Zem. O evento contou também com a presença do cônsul adjunto da Argentina, Diego Milanese, que enriqueceu as discussões sobre estratégias internacionais no combate à misoginia e à discriminação contra mulheres.