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Balanço 2022

Caravanas Étnicas e Consciência Negra reforçam políticas de Igualdade Racial

Dia da Consciência Negra com a bênção das Águas do Rosário. Curitiba, 20/11/2022. Foto: Hully Paiva/SMCS

 

Dando continuidade à evolução dos últimos anos, a política de Igualdade Racial de Curitiba teve um importante incremento em 2022 com a implementação das Caravanas Étnico-Culturais, a realização da quinta Conferência Municipal de Promoção da Igualdade (Compir), a criação de um curso na área e, no fim do ano, uma ampla programação voltada à celebração do Dia da Consciência Negra.

“Cidade de muitos povos, Curitiba é cada vez mais uma capital que assegura os direitos de igualdade que cabem a todos os cidadãos e cidadãs”, diz o prefeito Rafael Greca.

A titular da Assessoria de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, Marli Teixeira Leite, ressalta a importância do trabalho para diminuir preconceitos e ampliar a representatividade de negros, indígenas e ciganos na cidade.

“Temos feito um esforço muito grande, felizmente com resultados muito bons, para consolidar as políticas públicas que resultam numa cidade mais harmônica, com menos preconceito, onde as populações têm espaço para mostrar a riqueza da diversidade”, diz Marli, cuja gestão é vinculada à Secretaria de Governo Municipal (SGM).

Caravanas

Com início em agosto e cinco edições já realizadas (CIC, Cajuru, Bairro Novo, Santa Felicidade e Tatuquara), as caravanas representaram um diferencial nas ações do setor neste ano.

Os eventos destacam vários aspectos da riqueza cultural dos povos negro, indígena e cigano, com apresentações artísticas e feira de produtos étnicos. Todas as dez regionais receberão o evento, que integra o Plano Plurianual do município.

Periódicas e com espaço exclusivo para produção étnica, as caravanas ampliaram em 2022 os espaços de visibilidade de produtores e artistas negros, ciganos e indígenas, contribuindo para diminuir preconceitos.

Foram 30 apresentações culturais e 50 espaços nas feiras – todos selecionados via edital.

Impacto

A iniciativa agradou aos participantes.

“É importante que ações afirmativas como essa [caravana] sejam realizadas”, disse a atriz e produtora cultural Cleo Cavalccanty, que participou da edição de Santa Felicidade com a peça Moiras Negras.

A exemplo de Cleo, atriz que esteve no Festival de Teatro de Curitiba, muitos dos artistas participantes têm presença no cenário cultural, não só de Curitiba, como é o caso do sambista Léo Fé, dos grupos Jazz Cigano, Vozes de Angola e Coral Negro, do dançarino e coreógrafo Samuca, entre outros. 

Artesanato étnico

A feira de artesanato, por sua vez, foi um espaço que ampliou a divulgação e venda de produtos de raiz étnica, muitos dos quais até então com distribuição restrita ao comércio digital de seus criadores. Além disso, o aspecto cultural faz diferença.

“Cada artesanato tem sua história”, resume o caingangue Suélio Fàg Fy, que levou às feiras maracás, cocares, adereços, carrancas e arco-e-flecha.

“Meus filhos vêem o que eu faço, e a história consegue se manter.”

Consciência Negra

Outra frente que gerou ampla exposição na cidade foi a programação voltada ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

Com ações concentradas principalmente na Semana da Consciência Negra (18 a 20/11), a celebração culminou com a benção com águas nas escadarias da Igreja do Rosário (cujo nome completo é Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito).

A programação incluiu apresentações artísticas, palestras, lançamento da versão impressa do livro A Presença Negra em Curitiba, oficinas e feiras em locais como o Memorial de Curitiba, Solar da Cultura, Administrações Regionais e Praça Zumbi dos Palmares.

Feira Afro

A Praça Zumbi, por sinal, foi palco de utra medida na área de estímulo ao empreendedorismo negro. A Feira Afro, realizada no local, foi incluída no calendário oficial do município.

Com isso, o espaço, que reúne artesanato de raiz étnica, passou a ser realizado mensalmente. Até então, haviam sido realizadas seis edições, de maneira esporádica.

Curso

O município lançou ainda o curso de Direitos Humanos na Prática, com módulo destinado à Igualdade Racial, além dos direitos humanos em geral, à população em situação de rua, à mulher e à diversidade sexual.

O conteúdo fica disponível no site do Aprendere, do Imap (Instituto Municipal de Administração Pública). (O curso voltará a ser oferecido em 2023.)

O módulo de Igualdade Racial é composto de uma apostila e vídeo, que abordam questões como o tratamento dado aos negros, indígenas e ciganos na historiografia oficial, o antirracismo, a legislação de direitos e as ações de promoção da Igualdade Racial.

Conferência

Já a Conferência Municipal de Promoção da Igualdade, realizada em março, reuniu 115 pessoas, que trataram temas como o enfrentamento do racismo, da intolerância religiosa e de outras formas de discriminação, bem como o desenvolvimento de ações afirmativas.

O encontro contribui para definição das diretrizes do setor, formuladas em conjunto com a sociedade civil.

A conferência resultou em 34 propostas aprovadas, que devem permear as ações na área, tais como a capacitação permanente de servidores sobre igualdade, garantias para atendimento à população indígena e cigana, entre outras.

Combate à intolerância

A assessoria também realizou no início do ano uma ação exclusiva para combater a intolerância religiosa, em parceria com o Fórum Paranaense de Religiões de Matriz Africana.

Com o tema Toda Fé Merece Respeito nas mãos, equipes foram às ruas para esclarecer a população sobre direito constitucional assegurado para o livre exercício de crença religiosa, bem como o viés penal do crime, que é inafiançável e imprescritível.

Narrativas Afro-Curitibanas

Este ano também teve início a produção do segundo volume do livro Narrativas Afro-Curitibanas, que deve ser lançado em 2023.

O primeiro volume saiu em versões impressa e digital em 2020, por ocasião do Dia da África, celebrado anualmente em 25 de maio. (Clique aqui para acessar o livro).

Com textos pessoais, as histórias abordam diferentes situações de discriminação, bullying e preconceito, e também de orgulho e de superação das dificuldades.

Honoris causa

2022 ainda foi marcado pela distinção recebida pela titular da Assessoria de Promoção da Igualdade Racial, Marli Teixeira Leite.

Ela recebeu o título de Doutora Honoris Causa, concedido pela Ordem dos Capelães do Brasil e chancelado pela Faculdade Febraica pelo trabalho em prol de ações comunitárias e pelos direitos humanos que desenvolveu ao longo da carreira.

Honoris Causa quer dizer, em latim, “por causa da honra”.

Um resumo das ações de 2022

  • Caravanas
    Implementação das Caravanas Étnico-Culturais, com apresentações artísticas, feira de empreendedorismo e oficinas. Já realizadas na CIC, Cajuru, Bairro Novo, Santa Felicidade e Tatuquara.
  • Consciência Negra
    Ampla programação ao longo do mês de novembro, culminando com a bênção das águas na Igreja do Rosário.
  • Conferência da Igualdade
    Encontro com 115 participantes do governo e da sociedade, que resultou em 34 propostas que subsidiam as políticas da área.
  • Curso de Igualdade
    Novo curso fica disponível no site Aprendere, abordando questões de direitos humanos e de combate ao racismo e preconceito.
  • Pela honra
    Título de Doutora Honoris Causa foi concedido à Marli Teixeira Leite pelo trabalho em prol da comunidade e nos direitos humanos.
  • Narrativas Afro
    Início da produção do segundo volume do livro Narrativas Afro-Curitibanas, que deve ser lançado em 2023.