Moradores da Vila 29 de Outubro, mestres capoeiristas, servidores e técnicos da Prefeitura Municipal de Curitiba participaram nesta sexta-feira (8/12) da reunião pública sobre a preservação e ampliação da prática da capoeira no Bairro Novo da Caximba. Também participaram Fabiana Moro Martins, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Paraná, e o especialista do Iphan, Rafael Boeing.
As atividades propostas no Plano de Gestão do Bem Imaterial Registrado e Projeto Integrado de Educação Patrimonial da Capoeira foram elaboradas pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Juventude (Smelj). Depois de apresentadas à comunidade, serão registradas no Iphan.
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Em 2008, a capoeira foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Hoje, essa manifestação cultural afro-brasileira conquistou o mundo. É praticada em mais de 160 países, e por pessoas de todas as idades.
No Bairro Novo da Caximba, a prática da capoeira será ampliada e envolverá crianças e jovens do território em um espaço específico para aulas de capoeira na Escola Municipal Joana Raksa, com toda a estrutura para a prática e armazenamento dos instrumentos, no contraturno da escola.
“A capoeira faz parte da grade curricular da Secretaria Municipal de Educação e temos a oportunidade de incluir o tema em diferentes abordagens, desde ações no Comunidade Escola até voluntariado no contraturno e aulas regulares”, explica a superintendente Andressa Woellner Duarte Pereira.
A capoeira também será tema de exposições itinerantes, organizadas e exibidas pela Fundação Cultural de Curitiba. Outra ação prevista é a construção de um espaço para a roda de capoeira na praça da Comunidade, uma estrutura de atividades no futuro parque linear do Bairro Novo da Caximba. Uma das unidades mistas do projeto, próxima à praça da Comunidade, também será dedicada ao ensino da capoeira, que hoje é feito pelo grupo Arte e Raça.
“Muito bom ver a capoeira ser bem tratada nos órgãos públicos. É a prática que está ganhando relevância, independentemente do grupo que a exponha pra a comunidade", avaliou mestre Kinkas, do grupo Força da Capoeira.
“Hoje é um dia histórico pra Curitiba. Graças a uma administração humana, que nos torna uma cidade inteligente, teremos um espaço de acolhimento e valorização da capoeira”, disse Mestre Pop.
Com a implantação do Projeto Gestão de Risco Climático Bairro Novo da Caximba, a região em que hoje a prática é desenvolvida fará parte da área de regulação da drenagem, além de ser recuperada e integrada ao corredor verde, compondo a Reserva do Bugio e o anel de conservação sanitário-ambiental do Rio Barigui.
"Quero ajudar a capoeira a crescer. Parabéns a todos os envolvidos nessa evolução da capoeira", disse Mestre Meia Lua, do grupo Arte e Raça.
"Fiquei feliz por termos encontrado uma solução que atenda ao projeto da prefeitura e as necessidades do grupo de capoeira detentor no território. Capoeira vai muito além da questão da educação física. É música, dança, cultura, história, religião. Tem potencial pra ser uma ferramenta poderosa”, disse Fabiana Moro Martins, superintendente do Iphan no Paraná.