A mobilidade ativa será contemplada na Avenida Cândido de Abreu, o eixo monumental da cidade, que liga o Centro Cívico ao Setor Histórico de Curitiba. Com o estudo preliminar desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) já aprovado pelo prefeito Rafael Greca, o edital para a contratação dos projetos executivos será lançado em janeiro de 2023.
“A Cândido de Abreu será um grande eixo de animação ligando o Centro Cívico ao Setor Histórico da cidade. É um projeto que abre espaço aos deslocamentos não motorizados e que privilegia a contemplação da paisagem urbana. Nossas Araucárias, símbolos de Curitiba e do Paraná, serão preservadas e poderão ser ainda ampliadas garantindo a ambiência sustentável no espaço urbano”, ressalta o prefeito Rafael Greca.
Sob a coordenação da diretora de Projetos do Instituto, Célia Bim, o trabalho está sendo desenvolvido pelo arquiteto Marcio Alex Marcelino, com a participação dos arquitetos Mauro Magnabosco, João Guilherme Dunin e Paulo França.
“A proposta foi desenvolvida respeitando o conceito original do Eixo Cívico, de autoria do arquiteto Abrão Assad, que acabou por ser descaracterizado ao longo do tempo. Resgatamos a ideia da priorização ao pedestre e da criação de áreas de convivência para a população, com paisagismo diferenciado próprio para o local”, observa a diretora de Projetos do Ippuc, Célia Bim.
Mobilidade ativa
A intervenção prevê a transformação de uma das duas faixas de veículos das vias marginais em espaço destinado aos deslocamentos a pé, por bicicletas e também equipado com áreas de estar. “Verificamos que as marginais da Cândido de Abreu são superdimensionadas em relação ao fluxo de veículos que transitam por essas vias. Esse ganho de espaço será destinado aos pedestres e ciclistas”, reforça a diretora de Projetos do Ippuc.
Segundo Célia Bim, o que se observa hoje são calçadas subdimensionadas e com muitas interferências ao caminhar, ao mesmo tempo em que a avenida tem um trânsito de pedestres de alta densidade.
As vias marginais serão elevadas ao nível da calçada e terão a sua linearidade amenizada, promovendo a diminuição da velocidade e ampliando a acessibilidade e a priorização do pedestre.
“A modificação do traçado da via possibilitará a implantação de praças ao longo da avenida, convidando a população a permanecer e conviver nestes locais, além de contemplar a paisagem do eixo cívico”, explica o arquiteto Marcio Alex Marcelino.
Desenho urbano
A área a ser trabalhada na Cândido de Abreu irá ganhar um novo desenho urbano com praças, áreas de estar e convivência destinadas a várias idades, amplo calçamento, iluminação e arborização. Para incentivar ainda mais o uso da rua como espaço público, em frente aos estabelecimentos comerciais, como cafés e lanchonetes, haverá a possibilidade da utilização do espaço para a colocação de mesas externas, sem interferência à caminhabilidade e à ciclomobilidade.
“A caixa central da via, onde temos quatro faixas em um sentido e três faixas em outro sentido, será mantida, sem nenhum prejuízo ao trânsito. A intervenção é feita do centro para fora, no sentido dos imóveis, com a possibilidade de manter a arborização e ampliá-la, seguindo a proposta original do Plano Massa, de Abrão Assad, de ter araucárias no eixo cívico”, completa Célia Bim.