O Programa Câmbio Verde, coordenado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), voltou para mais um ano de promoção da alimentação saudável e sustentabilidade. Pelo programa, a população pode trocar recicláveis e óleo de cozinha usado por frutas e verduras em 103 pontos do programa na cidade.
Em 2023, 61.800 pessoas foram atendidas pelo programa, o que resultou em 890 toneladas de hortifrúti entregues. Ao todo foram recolhidas 2.850 toneladas de material reciclável, além de 15.000 litros de óleo de cozinha pós-consumo recolhidos.
Como funciona
Para realizar a troca é muito simples, cada quatro quilos de lixo reciclável (papel, papelão, vidro, sucata ferrosa e não ferrosa) ou quatro litros de óleo de cozinha usado acondicionado em garrafas PET dão direito a um quilo de frutas e verduras da época.
São 103 pontos distribuídos pela cidade e as trocas são realizadas quinzenalmente (com exceção de feriados), em datas e horários pré-determinados.
“É uma ação muito boa para nós, porque assim não precisamos comprar os alimentos e aqui são frutas e verduras de ótima qualidade”, relata Maria José Branco Melo, uma das 5.600 pessoas que vivem em Curitiba atendidas mensalmente pelo Câmbio Verde.
Vizinhança solidária e sustentável
No ponto do Câmbio Verde do Conjunto Habitacional Pinheirinho, a troca do programa se tornou uma forma de fortalecer os sentimentos de solidariedade entre os vizinhos.
José Gelinski é aposentado e há cerca de quatros anos começou a trabalhar com separação de lixo reciclável na vizinhança e descobriu que o Câmbio Verde poderia ser uma forma de ajudar a sua comunidade. “Não é todo reciclável que eu separo que consigo vender, então combinei com algumas vizinhas e eu trago para cá e elas pegam frutas e verduras, é uma forma que achei de ajudar”, conta seu Juca, como é conhecido.
Uma das suas parceiras no combinado é Terezinha Chomiak Magalhães, que não desperdiça nenhum dos produtos trocados. “A gente compartilha tudo, sempre separo para meus filhos, netos e bisnetos e para uma amiga que trabalha como cuidadora e não tem tempo de vir”, conta Terezinha, que participa da troca desde que o programa chegou na vizinhança. “Se tem abóbora vermelha a gente separa pro seu Juca, que gosta muito. Eu gosto quando vem cebola, batata e a banana, claro, com ela faço um doce maravilhoso”, diz Terezinha.
Terezinha ainda reforça a importância do programa para a destinação correta do lixo da vizinhança, evitando possíveis focos do mosquito transmissor da dengue. “É uma motivação a mais para separar o lixo e não acumular em casa, o que é muito importante para prevenir o aumento da dengue”, conta.