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Cidade sustentável

Câmbio Verde troca recicláveis por 890 toneladas de hortifrúti em Curitiba em 2023. Saiba como funciona

Troca de recicláveis por alimentos do Câmbio Verde, no Conjunto Habitacional Pinheirinho. Curitiba, 22/02/2024 Foto: Levy Ferreira/SMCS

O Programa Câmbio Verde, coordenado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), voltou para mais um ano de promoção da alimentação saudável e sustentabilidade. Pelo programa, a população pode trocar recicláveis e óleo de cozinha usado por frutas e verduras em 103 pontos do programa na cidade.

Em 2023, 61.800 pessoas foram atendidas pelo programa, o que resultou em 890 toneladas de hortifrúti entregues. Ao todo foram recolhidas 2.850 toneladas de material reciclável, além de 15.000 litros de óleo de cozinha pós-consumo recolhidos.

 

Como funciona

Para realizar a troca é muito simples, cada quatro quilos de lixo reciclável (papel, papelão, vidro, sucata ferrosa e não ferrosa) ou quatro litros de óleo de cozinha usado acondicionado em garrafas PET dão direito a um quilo de frutas e verduras da época.

São 103 pontos distribuídos pela cidade e as trocas são realizadas quinzenalmente (com exceção de feriados), em datas e horários pré-determinados.

“É uma ação muito boa para nós, porque assim não precisamos comprar os alimentos e aqui são frutas e verduras de ótima qualidade”, relata Maria José Branco Melo, uma das 5.600 pessoas que vivem em Curitiba atendidas mensalmente pelo Câmbio Verde.

Vizinhança solidária e sustentável

No ponto do Câmbio Verde do Conjunto Habitacional Pinheirinho, a troca do programa se tornou uma forma de fortalecer os sentimentos de solidariedade entre os vizinhos.

José Gelinski é aposentado e há cerca de quatros anos começou a trabalhar com separação de lixo reciclável na vizinhança e descobriu que o Câmbio Verde poderia ser uma forma de ajudar a sua comunidade. “Não é todo reciclável que eu separo que consigo vender, então combinei com algumas vizinhas e eu trago para cá e elas pegam frutas e verduras, é uma forma que achei de ajudar”, conta seu Juca, como é conhecido.

Uma das suas parceiras no combinado é Terezinha Chomiak Magalhães, que não desperdiça nenhum dos produtos trocados. “A gente compartilha tudo, sempre separo para meus filhos, netos e bisnetos e para uma amiga que trabalha como cuidadora e não tem tempo de vir”, conta Terezinha, que participa da troca desde que o programa chegou na vizinhança. “Se tem abóbora vermelha a gente separa pro seu Juca, que gosta muito. Eu gosto quando vem cebola, batata e a banana, claro, com ela faço um doce maravilhoso”, diz Terezinha.

Terezinha ainda reforça a importância do programa para a destinação correta do lixo da vizinhança, evitando possíveis focos do mosquito transmissor da dengue. “É uma motivação a mais para separar o lixo e não acumular em casa, o que é muito importante para prevenir o aumento da dengue”, conta.