A avenida Linha Verde, mesmo em construção, já virou nome de empreendimentos nos bairros por onde passam as obras. No mês passado, o empresário Celso Lourenço de Lima lançou o Jornal Linha Verde, dirigido principalmente às comunidades do entorno da nova avenida.

Há dois meses, outro empreendedor, Leonildo Oliveira, decidiu mudar o nome de sua empresa, às margens da antiga BR 116, e não teve dúvida: uma faixa improvisada - enquanto a nova placa não fica pronta - anuncia a Linha Verde Esportes, serviço de locação de quadra esportiva.

Celso e Leonildo apostam no nome Linha Verde que, afirmam, será um marco no desenvolvimento da região Sul da cidade. O Jornal Linha Verde tem como público alvo moradores da região de abrangência da antiga BR 116. "Neste período de obras há muita coisa para informar e, depois, quando a avenida estiver pronta, notícia de interesse da comunidade é que não vai faltar", diz.

Além de informações sobre o andamento das obras e os pontos em que os motoristas precisam redobrar os cuidados, o jornal mantém editorias de assuntos variados que, garante o empresário, estão conquistando leitores. Quinzenal, o Jornal Linha Verde tem uma tiragem de 10 mil exemplares.

Quadra - Leonildo Oliveira também não tem dúvida de que acertou ao aceitar sugestão de seu funcionário, Mateus Rosa, para trocar o nome da empresa, arrendada há dois meses, para Linha Verde. "Temos clientela já formada, mas acredito que com a avenida pronta as coisas vão melhorar ainda mais", afirma.

Ao lado de uma unidade do HSBC, a Linha Verde Esportes é beneficiada pela segurança 24 horas garantida pelo vizinho. "O pessoal vem à noite, bate uma bola, depois faz churrasco, fica por aí, sem preocupação com o carro ou qualquer problema de segurança. Depois que a avenida estiver pronta acho que teremos até uma iluminação melhor, mais segura", diz o funcionário Mateus.

O desenvolvimento pressentido por Celso, Mateus e Leonildo também motiva empresas tradicionais. É o caso de uma das mais respeitadas empresas do setor de condomínios horizontais, a Casteval. "Não há dúvida de que a partir desta obra, com os investimentos em transporte e infra-estrutura que estão sendo feitos, teremos um pólo de desenvolvimento na região Sul da cidade", afirma o empresário Osvaldir Benato, proprietário da Casteval.

Posto - Também antevendo os novos tempos, o empresário Kihatiro Ida optou por investir de imediato em um patrimônio nem sempre lembrado pela maioria das pessoas: a capacidade de aprender coisas novas o que, percebe-se em cinco minutos de conversa, ele tem de sobra. Dono do Posto Brasília, no "coração" da Linha Verde, no bairro Fanny, Kiathiro, 71, fez em outubro de 2006 o curso de gestão de negócios oferecido pelo programa Bom Negócio, da Prefeitura.

Em fevereiro deste ano, com as obras da Linha Verde a pleno vapor, voltou a participar do Bom Negócio levando a tiracolo a mulher e a filha. "Todo comerciante precisa fazer um curso deste pelo menos uma vez por ano, porque a gente sempre aprende maneiras novas de trabalhar", diz. "O mercado é muito dinâmico e não espera. Por isso não podemos parar".

Obras - A Avenida Linha Verde é uma obra da Prefeitura de Curitiba, parcialmente financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As obras foram iniciadas em janeiro com previsão de entrega em 15 meses, e prevêem a implantação de uma avenida, nesta primeira etapa, do Pinheirinho ao Jardim Botânico.

São 9,4 quilômetros de extensão e dez pistas de tráfego - incluindo canaletas do sistema de transporte - faixas de estacionamento, pistas de acesso ao comércio local e aos bairros, oito estações de embarque e desembarque, novas linhas de ônibus, ciclovia, parque linear, nova iluminação e sistema de controle de tráfego de alta tecnologia.