Curitiba está mais próxima de viabilizar a implantação dos painéis solares e dar novo uso ao antigo aterro sanitário do bairro Caximba. O projeto de lei para implantação e operação da futura usina, uma parceria entre o município e a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), foi encaminhado na tarde desta terça-feira (23/6) para a Câmara Municipal.
A proposta para formação da Sociedade de Propósito Específico foi assinada durante visita técnica feita pelo prefeito Rafael Greca, com equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Copel e do C40 (Grupo de Grandes Cidades para Liderança Climática), que com a GIZ, agência de cooperação internacional do governo alemão, apoia o projeto na cidade.
“Teremos aqui um exemplo de desenvolvimento sustentável para o Brasil”, disse o prefeito. “Vamos conciliar a energia que hoje se perde com a decomposição do lixo com a que se perde com cada vez que o sol ilumina nosso Brasil em uma grande usina de novas energias” completou.
Greca lembrou, ainda, que a pirâmide é a concretização de um projeto desenhado por ele e pelo arquiteto Guilherme Klock ainda em 2012.
Acompanharam a vistoria o vice-prefeito Eduardo Pimentel; a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Oliveira Dias; o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Cassio Santana da Silva; o assessor especial do C40 Cities Finance Facility (CFF) para o projeto de Curitiba, João Fávaro de Oliveira; e os vereadores Beto Moraes e Rogério Campos.
Andamento
Os projetos já estão em desenvolvimento, com previsão de conclusão para meados do segundo semestre. Cabe à Copel o projeto da usina de biomassa. O Município, com o apoio da C40 Cities Finance Facility (CFF), desenvolve o da pirâmide solar. Estima-se investimento total de R$ 31,5 milhões, cabendo ao Município participar com 51% e a Copel com 49%.
"Curitiba, sob a liderança do prefeito Greca, toma hoje um importante passo para cumprir suas metas climáticas”, reconheceu o diretor regional da C40 para América Latina, Manuel Oliveira. “A C40 segue comprometida a apoiar o prefeito e a cidade nos seus esforços para criar um futuro mais limpo, sustentável e inclusivo através de seu Plano de Ação Climática", completou.
Para o assessor especial do projeto na cidade, João Fávaro de Oliveira, Curitiba caminha para se tornar exemplo e inspiração para outras cidades no Brasil. “A equipe da Prefeitura está muito engajada no processo, são parceiros ideais para o programa”, avaliou.
Funcionamento
A proposta contempla uma Unidade Geradora Fotovoltaica, com potência de 3,5 MW, com painéis em formato de pirâmide; e de Unidade Geradora a Biomassa – que vai aproveitar resíduos vegetais das podas de árvores e limpeza de jardins, com potência de até 1,5 MW. O total é de 5 MW de potência instalada.
A produção anual de energia deve gerar em torno de 18.600 MWh, que poderá ser utilizada para compensação de consumo de energia, correspondendo a 43% do consumo municipais.
Para a cidade, o projeto também representa uma nova utilização para a área do antigo aterro. “Com uma área que já representou um passivo ambiental, vamos trazer luz e energia para Curitiba. São iniciativas urgentes e de que o planeta precisa”, afirmou a secretária Marilza.
O aterro do Caximba funcionou 1989 a 2010, quando começou seu processo de recuperação ambiental. Ocupa uma área de mais de 1 milhão de metros quadrados, dos quais 440 mil metros quadrados foram utilizados para o recebimento de resíduos. Foram despejadas no local mais de 12 milhões de toneladas de resíduos.
Outras iniciativas
O Curitiba Mais Energia abrange ainda a usina de geração fotovoltaica no Palácio 29 de Março, em operação desde 5 de junho de 2019, financiada com recursos do Programa de Eficiência Energética da Copel, fiscalizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
Também faz parte do programa a Central Geradora Hidrelétrica no Parque Barigui, doação da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), já em funcionamento. E uma estrutura semelhante a ser instalada na queda d´água do Parque São Lourenço, em estudo.
Além deste projeto, há ainda o da implantação de usinas fotovoltaicas na Rodoviária de Curitiba e nos terminais de ônibus do Pinheirinho, Santa Cândida e Boqueirão também elaborado com o apoio da rede de cidades C40.
Participam do desenvolvimento do projeto a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o Ippuc, a Urbs, a Secretaria Municipal de Finanças, a Secretaria de Planejamento e Administração, a Procuradoria-Geral do Município e a Assessoria de Relações Internacionais.