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Atendimento humanizado

Atividades auxiliam na recuperação da capacidade funcional de idosos internados em Curitiba

Atividades auxiliam na recuperação da capacidade funcional de idosos internados em Curitiba. - Na imagem, Equipes, pacientes e voluntários no fim da corrida. Foto: Eduardo Roosevelt/Nariz Solidário/Divulgação

As equipes de enfermagem e multiprofissional (nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais) do Hospital Municipal do Idoso encontraram um meio lúdico e terapêutico de ajudar na reabilitação dos pacientes: uma “corrida” com cadeiras de rodas.

Os profissionais se revezam na função de técnicos e torcedores dos pacientes alinhados em suas cadeiras. Montada entre as unidades de internação, a “pista” recebe decoração especial, com pontos de largada, chegada e até de “pit stop” devidamente sinalizados.

Em suas cadeiras de rodas, os “atletas”, todos com mais de 70 anos e quadros clínicos distintos, ouvem “instruções” dos palhaços voluntários do Projeto Nariz Solidário, um bom humor que também orienta os profissionais de saúde.

A cada parada, os palhaços fazem perguntas relacionadas à rotina de mobilização dos pacientes. Os acertos ou os erros da equipe impactam no resultado da corrida. “No final, todos venceram”, resume a gerente assistencial do hospital, Rosane Kraus.

O clima de alegria não era fruto de uma simples brincadeira. “Toda a ação foi planejada com responsabilidade e olhar humanizado, no intuito de desenvolver a capacidade funcional deste paciente e desospitalizá-lo com a melhor autonomia possível”, explica Rosane.

O aposentado Elói Wendler, 79 anos, internado há mais de um mês, admite que se sente melhor graças ao ambiente divertido criado pela corrida. Ele espera que isso o ajude a ganhar alta o quanto antes para matar a saudade da neta Helena.

Protocolo

Durante a segunda quinzena do mês de agosto, os profissionais de todas as unidades de internação e do Centro de Terapia Intensiva participaram do evento Eu Mobilizo, de divulgação do protocolo de mobilização, que inclui na rotina de atendimento práticas para estimular a funcionalidade dos idosos internados.

“Nossos pacientes têm uma média de idade de 70 anos e normalmente apresentam uma ou mais doenças crônicas”, descreve a coordenadora da equipe multiprofissional, Regiane Borsato.

“Estimular o paciente, dentro das suas limitações, a sair do leito traz ganhos emocionais e físicos, inclusive, com impactos positivos na recuperação durante o internamento”, destaca a coordenadora.

Rosane acrescenta: “As ações contribuem para a quebra da rotina hospitalar, reduzindo a ansiedade, podendo auxiliar no controle da dor, além de estreitar vínculo entre paciente, a equipe e familiares”.

Do leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), as imagens da serra, projetadas pelos óculos 3D, fizeram o vendedor aposentado Waldir Franquini, 66 anos, se lembrar dos passeios de bicicleta durante a juventude no interior.

A realidade virtual, utilizada durante a seção de fisioterapia com o auxílio do cicloergômetro (equipamento que simula o pedal da bicicleta), animou o paciente. “É bacana, faz a gente até se esquecer da dor”, conta Franquini, internado há sete dias.

Jogos

O Hospital do Idoso desenvolve várias estratégias de mobilização que empregam tecnologias adaptadas ao paciente, como o televisor.

Além de filmes e séries que estimulam a memória e auxiliam no controle das emoções e do humor, o aparelho é utilizado pelos pacientes que gostam de jogar videogame.

Enquanto a Corrida pela Mobilização acontecia, o motorista aposentado Benedito Martins Rodrigues, 79 anos, só queria saber de velocidade na tela. Bem-humorado, Rodrigues contou que pilotar no jogo é mais difícil, até para ele que tem 50 anos de experiência ao volante. “Olha, não é fácil, não”, diz, aos risos, quando o carro sai da pista durante o jogo.

“A gente precisa ficar atento, concentrado, nem vê o tempo passar. Tem também o exercício, a gente mexe o braço e a cabeça”, conta Rodrigues.

Feas

A gestão do Hospital Municipal do Idoso pe realizada pela Fubdação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), órgão da administração indireta da Prefeitura de Curitiba, vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), de quem segue estratégias e diretrizes.

Com cerca de 4 mil funcionários, a fundação administra 28 unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba.

Além do hospital, o programa Saúde em Casa, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Tatuquara, Boqueirão, Fazendinha e CIC, e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são administrados pela Feas.

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