Cerca de 40 servidores do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná fizeram uma pausa na rotina profissional, nesta terça-feira (24/10), para participar das cinco oficinas sobre a interação com os serviços oferecidos pelo órgão sob o ponto de vista das pessoas com deficiência. As atividades foram aplicadas pela equipe do Departamento dos Direitos da Pessoa Com Deficiência (DPCD) da Prefeitura.
Divididos em grupos, os servidores participaram de experiências simuladas de comunicação com pessoas cegas, surdas, com deficiência intelectual e autismo. Na hora de avaliar as dificuldades de quem tem restrições de mobilidade, sentaram-se em cadeiras de rodas e repetiram o trajeto feito pelo público no setor de atendimento ao eleitor.
Pela empatia
A atividade foi uma promoção da Seção de Gestão de Sustentabilidade, Acessibilidade e Responsabilidade Social do TRE, com o DPCD, que mantém uma parceria informal com o TRE há mais de cinco anos. O objetivo, explicou a chefe do serviço, Sandra Ferreira, foi estimular a empatia. “Queremos todos os que trabalham aqui atentos para a importância de funcionarmos de modo cada vez mais acessível para com os colegas e com o nosso público”, disse.
Intitulada Sentindo na Pele, a vivência é uma tradição no órgão e foi aberta pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Wellington Emanuel Coimbra de Moura (Língua Brasileira de Sinais). O evento teve tradução simultânea em Libras e deu ao grupo a oportunidade de experimentar as dificuldades sentidas por quem tem algum tipo de deficiência para se comunicar ou deslocar.
“Ninguém sai da mesma forma de uma experiência assim, que é o colocar-se no lugar do outro, do diferente e que, como qualquer um de nós, tem o mesmo direito à convivência e a partilhar os espaços da cidade e os serviços públicos”, observou a diretora do DPCD, Denise Moraes, que acompanhou as atividades.
A deficiência nas urnas
O Paraná tem quase 8,5 milhões de eleitores, dos quais 84 mil possuem algum tipo de deficiência. Os dados são da eleição do ano passado.
Segundo Sandra Ferreira, cerca de 70% dos locais de votação são totalmente acessíveis e funcionam com mesários treinados para lidar com eleitores com deficiência nas sessões eleitorais. E para facilitar o acesso dos eleitores e diminuir o seu tempo de permanência nas seções, cada local de votação conta com um coordenador de acessibilidade – um servidor do TRE encarregado de resolver situações onde, por exemplo, a acessibilidade não é completa.
Na eleição de 2022, pessoas com deficiência também atuaram como mesárias. “Tivemos uma moça surda em Loanda (noroeste do estado), que funcionou muito bem, e outra com Síndrome de Down em Curitiba”, contou Sandra.