Além de ser endereço dos principais projetos socioambientais da cidade, com a construção do Bairro Novo do Caximba e da Pirâmide Solar, a Regional Tatuquara também conquistou avanços importantes em mobilidade urbana nos últimos anos.
Se antes a região era caracterizada como um local típico de periferia, com ruas de saibro que causavam grandes transtornos aos moradores por causa da lama e da poeira, agora a percepção de quem circula pelos bairros Tatuquara e Campo de Santana é de uma mudança radical na paisagem urbana.
“Nós mudamos esta realidade com o programa Asfalto no Saibro. Nos últimos anos, entregamos 33 km de asfalto em ruas de pavimento primário. Isso sem contar os 34 km de ações de recape e reciclagem do pavimento já existente”, disse o prefeito Rafael Greca.
Curitiba é uma só
Antes de serem asfaltadas, as vias ganham sistema de drenagem completo, com construção de galerias de águas pluviais, bocas de lobo e meio-fio.
O prefeito citou que algumas vilas da região tiveram a malha viária completamente requalificada, como é o caso do Jardim Janaína, e as melhorias prosseguem na região.
“A Cohab está reurbanizando também toda a malha viária do Jardim Ludovica. O objetivo é zerar as ruas de saibro da cidade. Curitiba é uma só e é por isso que temos planejado, buscado recursos e executado intervenções que fortalecem a cidade para seguir adiante”, disse Greca.
Benefício para 745 famílias
As intervenções na Vila Ludovica e no Moradias Monteiro Lobato II, no Tatuquara, estão sendo realizadas pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) e vão beneficiar diretamente 745 famílias que vivem nas duas vilas.
Estão sendo implantados 3 km de pavimentação de vias, sinalização viária, 2,7 km de meio-fio e 1 km de tubos para as redes de drenagem pluvial. As melhorias beneficiam trechos de 14 ruas nas duas vilas.
64 km de vias asfaltadas
A malha viária da Regional Tatuquara recebeu 64 km de asfalto em ações coordenadas pela Secretaria Municipal de Obras Públicas, entre obras executadas e em andamento, somando 194 ações.
Para o secretário de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues, o asfalto novo traz segurança, conforto e qualidade de vida e as obras geram milhares de empregos.
“O avanço do programa reflete o nosso objetivo de fazer com que todas as ruas de pavimento primário se transformem em ruas asfaltadas, sem pó e lama, trazendo melhoria importante para os moradores dessas regiões”, disse Rodrigues.
Atoleiro ficou no passado
Na Rua Minero Bittencourt, no Campo de Santana, asfaltada no final do ano passado, os moradores deixaram os tempos difíceis no passado.
“Quando chovia muito, a gente chegava atolar o pé até o joelho, era muito difícil. Agora toda a vizinhança está feliz com a implantação do asfalto, vai valorizar as nossas casas”, comemorou Silmara Lemes, que mora há cinco anos na região.
O vizinho também aprovou a mudança. “Aqui tinha muita erosão do solo por causa das enxurradas. Agora isso acabou. Nossa rua está ficando uma maravilha”, comemorou o morador José Ferreira.
Terminal Tatuquara
Outro ganho importante para a população da região foi a implantação do Terminal Tatuquara, ao lado da Rua da Cidadania.
Inaugurado há um ano pela Prefeitura, o terminal melhorou o dia a dia da população e se consolidou como um novo referencial de modernidade e mobilidade para a região Sul da cidade.
São cerca de 32 mil passageiros que utilizam diariamente (dias úteis) as sete linhas de ônibus que param no local: 617 JD Ludovica; 619 Sta Rita/CIC; 650 Sta Rita/Pinheirinho; 681 Dalagassa; 684 Rio Bonito; 685 Rio Bonito/CIC; e 773 Vizinhança/Sta Rita. Nas próximas semanas, a linha 680 Rurbana também passará a ter parada no terminal. Confira os horários no portal da Urbs.
Integração temporal
Um dos principais benefícios do terminal é integração entre linhas da região, minimizando o tempo de espera, uma vez que o passageiro pode utilizar mais de uma linha para se dirigir aos terminais Pinheirinho ou CIC.
Os passageiros contam ainda com o benefício da integração temporal, via cartão-transporte da Urbs, entre todas as linhas do terminal com a Rua da Cidadania do Tatuquara, permitindo que os usuários utilizem os serviços da Prefeitura sem pagar nova tarifa.
Após validar o cartão no terminal, o usuário terá dez minutos para validar novamente o cartão no validador da Rua da Cidadania e poderá retornar ao terminal no prazo duas horas.
Estudo da Linha Centro
Com a consolidação do terminal, a Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo na cidade, começou a fazer estudos sobre a implantação de uma nova linha de ônibus, conectando diretamente o Tatuquara ao Centro.
A Urbs irá promover, nos próximos dias, uma pesquisa conjunta com as empresas de ônibus para quantificar o total de passageiros com destino ao Centro de Curitiba. Os dados servirão para diagnosticar a necessidade de uma linha com destino ao Centro.
A linha de ônibus direta percorreria 40 quilômetros entre o Tatuquara e o Centro, uma viagem de uma hora em meia.
Facilidade
Mesmo sem a linha direta, para a população dos bairros Caximba, Campo do Santana e Tatuquara o terminal reduz o tempo de espera e oferece conexão com os terminais Pinheirinho e CIC, que fazem a interligação com o Centro.
A vendedora Josefa Cardoso, de 57 anos, tem família na região e relata que essa otimização do transporte diminui a quantidade de ônibus que ela deve pegar e a distância que deve caminhar até a casa da irmã.
“Antes, eu pegava três ônibus. Hoje eu pego um, desço no terminal e caminho apenas cinco minutos”, conta Josefa.
“O Terminal Tatuquara é um ponto de convergência para todos os alimentadores da região. A centralização desse serviço é ótima”, elogia a estudante de História da PUC-PR Lorena Paulla, de 20 anos, que passa pelo terminal todos os dias.
Viaduto Pompeia
Para que a mobilidade no Tatuquara evoluísse até este estágio, a Prefeitura precisou retomar obras que foram abandonadas pelas administrações passadas e dificultavam o ir e vir da população.
Uma dessas intervenções tratou de tornar operacional o Viaduto Pompéia, no km 117 da rodovia BR-116. Devido à falta das alças de acesso ao viaduto, a estrutura viária não funcionava, afetando sensivelmente o entorno, tanto pela falta de segurança quanto na deficiência de mobilidade.
Famílias em vulnerabilidade viviam em seu entorno. A situação mudou com a construção dos acessos, além das melhorias executadas na região, fazendo da tarde do dia 25 de outubro de 2019 - data em que a obra foi entregue à população - um marco positivo para os moradores do bairro. Três anos depois, os avanços são festejados por quem teve a rotina alterada para melhor.
“Ganhamos mobilidade, redução de cerca de 40 minutos no trânsito, infraestrutura e segurança. Temos uma nova história após as obras realizadas na Vila Pompeia”, conta Sandro Francisco Mira Junior, diretor do Colégio Estadual Cívico Militar Beatriz Faria Ansay e morador do bairro.
O colégio fica na Rua Francisco Xavier, que desemboca no viaduto. “Toda a comunidade escolar foi beneficiada e festeja nestes três anos os avanços promovidos com as intervenções”, reforçou Júnior.
A operacionalização do viaduto eliminou um semáforo que causava congestionamento na rodovia e melhorou o tráfego e o acesso à região. Além das alças, o projeto contemplou serviços de pavimentação, drenagem, paisagismo, contenção, sinalização e iluminação em alguns trechos das vias de acesso.
A Rua Francisco Xavier de Oliveira passou a ser a saída do Tatuquara para a BR-116 e a entrada acontece pela Rua João Batista Bettega Junior. Entre as duas ruas, outros binários acessórios passaram a funcionar como complemento às alças do viaduto.
Também foram feitas obras em trechos das ruas José Zanoncini e Francisca Ferreira da Luz, no entorno do Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay, na ligação da Francisco Xavier de Oliveira com a BR-116, no sentido sul.
Novas moradias
Para que as obras pudessem acontecer, 15 famílias vulneráveis foram removidas, pois suas casas ocupavam o leito das alças de acesso à BR-116.
O grupo foi reassentado pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), no Moradias Creta, empreendimento integrante do programa de habitação do município construído com recursos do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS).
Entre as beneficiadas está a auxiliar de serviços gerais, Marileia Praxdes, que agora tem casa própria, em local seguro, para viver com os dois filhos.
“Temos uma outra vida, muito melhor. Agora posso sair de casa usando tênis branco, já não é mais preciso pular as valetas. Não há mais esgoto correndo no terreno de casa, tudo está limpo e organizado, além do trajeto para entrar e sair do bairro ter ficado mais fácil e seguro”, comemora Marileia.
A dona de casa Marilda Malachuski, que mora há 36 anos na Rua Francisco Xavier de Oliveira, conta que os dias de dificuldades pela falta de infraestrutura ficaram no passado. “Era difícil pegar ônibus, o acesso era complicado e perigoso e gastávamos muito tempo presos no sinaleiro que havia na BR, por conta de o viaduto não ter sido finalizado. Tudo mudou, agora temos qualidade de vida e desenvolvimento”, conta Marilda.
Trincheira da Ceasa
A Trincheira da Ceasa é outro exemplo de obra negligenciada pelas administrações passadas. Construir as alças de acesso da trincheira se tornou uma das prioridades para a gestão Greca.
As alças permitem o uso pleno da trincheira, que melhora o acesso e a mobilidade na região sul da cidade, interligando os bairros CIC e Tatuquara por baixo da BR-116, além de facilitar o deslocamento para os bairros Ganchinho e Umbará.
As alças da Ceasa permitiram a ligação das ruas Hasdrubal Bellegard com a Dílson Luís, beneficiando diretamente 275 mil habitantes dos bairros CIC, Tatuquara e Umbará, além dos milhares de motoristas que circulam pela BR-116 e acessam a Ceasa todos os dias.
Rotatória do Rio Bonito
Os ajustes para melhorar a mobilidade continuam na região. Para organizar o trânsito entre o Rio Bonito e o Campo de Santana, a Prefeitura implantou uma rotatória na confluência das ruas Presidente João Goulart, Dirce Rogal Tomazeli, Marcos Bertoldi e Alda Bassete Bertholdi.
Para isso, o trecho foi realinhado, foram feitas calçadas com acessibilidade e os pontos de ônibus foram relocados alguns metros para garantir segurança aos usuários.
Para garantir também espaço para os ciclistas, a Superintendência de Trânsito (Setran) está implantado uma ciclovia ao longo de 1,34 km da Rua Odir Gomes da Rocha, importante via de ligação no bairro Tatuquara. A estrutura, destinada ao tráfego exclusivo de bicicletas, é separada fisicamente da faixa de rolamento dos automóveis e pedestres, implantada no canteiro central da via e demarcada pela cor vermelha.
A nova estrutura começa na esquina com a Rua Presidente João Goulart e vai até o Parque Linear do Barigui (cruzamento com a Rua Paulina Kavinski Pontarolla). A entrega faz parte das comemorações do aniversário da cidade.
Novas estruturas
A nova ciclovia do Tatuquara integra o Plano de Estrutura Cicloviária elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e implantado pela Setran. Desde o lançamento do plano, no fim de 2019, a administração municipal implantou 40,7 quilômetros de estrutura cicloviária novas (18,8 quilômetros no último ano).