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Bolsa Produção

Artistas expõem nos museus da Gravura e Fotografia

O resultado da quinta edição do edital Bolsa Produção, do Fundo Municipal da Cultura, poderá ser conferido a partir das 19h desta terça-feira (5), nas 14 exposições de 15 artistas que tomam conta do Museu da Gravura de Curitiba e do Museu da Fotografia de Curitiba, instalados no Solar do Barão. Na imagem, Obra de Amanda Calluf.

O resultado da quinta edição do edital Bolsa Produção, do Fundo Municipal da Cultura, poderá ser conferido a partir das 19h desta terça-feira (5), nas 14 exposições de 15 artistas que tomam conta do Museu da Gravura de Curitiba e do Museu da Fotografia de Curitiba, instalados no Solar do Barão.

As mostras, que permanecem em cartaz até 18 de agosto, revelam a proposta do edital, que é incentivar a experimentação no campo das artes visuais de artistas domiciliados em Curitiba.  

As salas dos museus abrigam as exposições MEDIATO, de Iriana Vezzani; ODRADEK, de Eliana Borges; A MEMÓRIA DA MATÉRIA, de Juan Parada; MOVENTES, de Bernadete Amorim; HOJE, SÓ EMERGÊNCIAS, de Luana Navarro; TERRA HÍBRIDA, de Lidia Ueta; LUGAR ALGUM: CARTOGRAFIAS SOBRE A AUSÊNCIA, de Ângelo Luz; INDI.O.GENTE; de Daniel Chaves; TOPOS, de Rodrigo Dulcio; VÉSPERA, de Thalita Sejanes;  ERRANTE, de Patrícia Tristão; NOITE, de Amanda Calluf; in_permanências, de Cristina Piedade; e ANDRÉ RIGATTI E FERNANDO BURJATO, de André Rigatti e Fernando Burjato.

Durante um ano, os artistas desenvolveram seus projetos, tendo como interlocutores os curadores Márcio Doctors, do Rio de Janeiro e Artur Freitas, de Curitiba, mais a artista gaúcha Vera Chaves Barcellos.

O acompanhamento por profissionais da área teórica e por artistas provenientes de outras partes do país favorece diálogos saudáveis, com a intenção de reafirmar talentos artísticos e abrir espaço a novas potencialidades, favorecendo sua inserção na sociedade.
 
Para falar sobre a experiência, os interlocutores dos artistas, juntamente com Ana González, coordenadora do programa Bolsa Produção e do Museu da Gravura, realizam no Solar do Barão uma mesa-redonda, às 19h de quarta-feira (6), com entrada franca.

Objetivos – Desde a sua primeira edição, em finais de 2005, os principais objetivos do Edital Bolsa Produção para Artes Visuais foram incentivar a produção artística de Curitiba e oferecer ao público efetivos mecanismos de acesso a essas manifestações. Além das exposições, constam na programação ações educativas, encontros entre artistas e público, mesas-redondas e publicação de livro impresso.  
 

“A apresentação do que resulta do desenvolvimento dos projetos é sempre desafiadora”, ressalta Ana González. “O Edital Bolsa Produção disparou a formação de uma rede que veio se ampliando a partir da confluência dos artistas e profissionais envolvidos desde a sua primeira edição, alterando favoravelmente o ambiente artístico da cidade, contribuindo para o alargamento de espaços mais favoráveis à troca de experiências e colaborações e para que o pensamento poético continue a se infiltrar continuamente na sociedade”, explica a coordenadora do programa e do Museu da Gravura. 


Conheça um pouco sobre os artistas expositores e seus respectivos trabalhos:

MEDIATO – Iriana Vezzani, que acumula participações em exposições no Paraná, além de ter realizado palestras sobre artes plásticas e obtido o primeiro prêmio na 2ª Mostra de Artes Visuais da UTP – Universidade Tuiuti do Paraná, apresenta um trabalho que desperta a atenção para questões como a invisibilidade gerada pelo hábito da vida prática no cotidiano. Utilizando madeira e obra de carpintaria, a artista tem por objetivo perturbar e reduzir as noções espaciais do espectador sobre a arquitetura, superando a fronteira do seguro e do estável para criar uma zona de tensão e ambiguidade.

TERRA HÍBRIDA – Com diversos projetos individuais no campo das artes visuais, Lídia Ueta já respondeu por intervenções urbanas, performances, trabalhos em vídeo e fotografia. Desta vez, a artista mostra um projeto elaborado a partir das relações de um imigrante agricultor com o Brasil, a terra que escolheu para viver. Desde 1959, o personagem cultiva, além de plantações, as relações familiares de afeto com o país. O trabalho fotográfico tem representações simbólicas que também levantam questões sobre a passagem do tempo, a identidade e a finitude humana.

ANDRÉ RIGATTI E FERNANDO BURJATO – Pinturas e instalações revelam o talento de dois artistas que possuem extensos currículos. Fernando Burjato é mestre em Artes pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e realizou exposições em várias cidades brasileiras, além de ter publicado os livros “Cabeça, corpo, caveira e alma” e “Arte Brasileira nos Acervos de Curitiba”, esse último escrito junto com Daniela Vicentini.

André Rigatti é mestrando em Artes Visuais pela Udesc – Universidade do Estado de Santa Catarina e atuou como professor colaborador da FAP – Faculdade de Artes do Paraná. Participou de exposições coletivas e individuais em importantes espaços paranaenses e tem seu nome citado em publicações renomadas na área de artes plásticas.

MOVENTES – Formada em Educação Artística pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em História da Arte do Século XX pela Embap – Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Bernadete Amorim mostra objetos que classifica como “estofados interativos”. A artista realizou exposições no Paraná, Santa Catarina e Brasília, figurando em importantes publicações de artes plásticas. Também respondeu pela cenografia da peça “Um dia fora do tempo”, encenada no Teatro Guaíra, em 2006.

ERRANTE – A instalação de Patrícia Tristão usa madeira, espuma, microfone e som para se apropriar da sala, articulando tempo, espaço, práticas e condutas como forças dinâmicas de relações e enfrentamentos. A artista é graduada em Artes Visuais pela FAP – Faculdade de Artes do Paraná e aperfeiçoou conhecimentos em cerâmica no Instituto Condorhuasi, na Argentina. Integrou diversas exposições coletivas e teve o conjunto de obras premiado no 1º Salão Nacional de Cerâmica da Casa Andrade Muricy, em 2008.

TOPOS – Rodrigo Dulcio preparou uma surpresa para o público, com a instalação “Topos”, que somente será revelada na abertura da exposição. O jovem artista, que já participou de mostras coletivas, formou-se pela Embap – Escola de Música e Belas Artes do Paraná, complementando conhecimentos no ateliê de escultura do Centro de Criatividade de Curitiba e nos ateliês de gravura do Museu da Gravura de Curitiba.

in_permanências – A exposição de Cristina Piedade reúne quatro pinturas em grandes formatos, executadas em tinta acrílica sobre tela, com acabamento de verniz de cera e esticadas em chassis de madeira. Formada desde 2009 em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, mesma instituição na qual realiza pós-graduação em História da Arte Moderna e Contemporânea, a artista já participou de várias exposições coletivas, em Curitiba.

NOITE – O ensaio fotográfico de Amanda Calluf reúne imagens em preto e branco de paisagens noturnas que remetem ao silêncio, à solidão, à penumbra e a um estado de espírito que leva a sonhos, lembranças e devaneios. Amanda Calluf começou a fotografar em 1998, enquanto cursava Jornalismo. Desde 2003 se dedica a projetos autorais, expressando-se por meio da fotografia. Em 2006 e 2007 fez mestrado em Fotografia e Cultura Urbana no Goldsmiths College, em Londres. Suas fotos foram publicadas em revistas, livros e catálogos na Inglaterra, Alemanha e Itália.

INDIO.O.GENTE – Videoinstalações de Daniel Chaves (Dach) mostram um personagem que aparece e desaparece, conforme seu corpo vai sendo “enterrado” por objetos, tijolos, madeiras, coisas comuns do cotidiano do homem urbano, fazendo com que a paisagem se transforme num caos absoluto, onde predomina o excesso de informações visuais. Formado em Artes Visuais pela Universidade Tuiuti do Paraná (2002-2005), com pós-graduação em História da Arte Contemporânea pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), Daniel Chaves participou de diversas exposições coletivas. Este ano expôs no Museu Oscar Niemeyer e na Galeria Ibakatu.

A MEMÓRIA DA MATÉRIA – Juan Parada tem como proposta uma instalação e inserções espaciais de uma série de trabalhos numa das salas de exposições do Solar do Barão. Os trabalhos agrupados formam um ambiente, sem limite claro entre as partes que o constitui. Também faz parte da exposição uma grande escultura instalada no pátio do Museu da Fotografia. Os trabalhos dialogam e se relacionam entre si.  O primeiro deles refere-se ao espaço arquitetônico como expansão do trabalho de arte. Graduado em escultura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Juan Parada integra o coletivo de artistas Interluxartelivre, com o qual realizou diversas exposições. O artista também atua em projetos de arte urbana.

ODRADEK – Apropriando-se do nome de um personagem de Franz Kafka (Odradek, do conto “As preocupações de um pai de família”), Eliana Borges propõe a reflexão sobre as relações e interações entre as diversas linguagens de arte – neste trabalho, em particular, as que se utilizam dos elementos som, palavras, corpo e imagem. Artista plástica e performer, graduada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1986), mudou-se para Curitiba em 1989 e desde então atua como arte-educadora, faz cenários e direção de arte para vídeo e cinema, e desenvolve vários projetos de design gráfico para revistas e livros.

HOJE, SÓ EMERGÊNCIAS – A exposição de Luana Navarro foi desenvolvida no contexto do fotojornalismo sensacionalista, a partir de fotografias publicadas na editoria de polícia do jornal Tribuna do Paraná. A obra é apresentada em forma de instalação fotográfica, que se utiliza de textos, fotografias recortadas, espelhos quebrados, como forma de induzir à reflexão sobre os signos que envolvem as notícias sobre violência. Luana Navarro é artista visual, formada em Jornalismo, com especialização em História da Arte Moderna e Contemporânea. Seu trabalho em fotografia autoral recebeu premiações, entre elas o Prêmio Funarte de Fotografia Marc Ferrez (2010).

VÉSPERA – O trabalho de Thalita Sejanes é resultado de um cruzamento entre a ação de desenhar e a ação de tecer. Após a pesquisa, foi escolhida uma técnica de tricô, na qual os dedos cumprem o papel que seria das agulhas, gerando uma trama que se apresenta como uma espécie de linha. A performance consiste em levar a ação repetida deste processo ao espaço expositivo, em ações de aproximadamente duas horas, três ou quatro vezes por semana, ao longo da mostra. Thalita formou-se pela Faculdade de Artes do Paraná e desenvolve sua pesquisa artística desde 2008, tendo realizado exposições em museus e galerias de arte de Curitiba.

LUGAR ALGUM: CARTOGRAFIAS SOBRE A AUSÊNCIA – Artista visual, performer e coreógrafo, Ângelo Luz apresenta uma instalação com diversas técnicas. Graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Paraná (2011), foi aluno intercambista na SHBK Städelchule, em Frankfurt (Alemanha), participou de grupos de estudos em dança e atualmente desenvolve o projeto Descontrole Remoto, integrante da Rede Nacional Funarte – Artes Visuais, 8ª Edição.

Serviço:

Exposições da 5ª Edição do Bolsa Produção.
Locais: Museu da Fotografia Cidade de Curitiba e Museu da Gravura Cidade de Curitiba (Solar do Barão – Rua Carlos Cavalcanti, 533 – Centro).
Data: de 5 de junho (abertura às 19h) a 18 de agosto de 2012.
Horário de visitas: de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 12h às 18h.
Entrada franca.

Mesa-redonda com a participação de Márcio Doctors (RJ), Artur Freitas (PR), Vera Chaves Barcellos (RS) e Ana González, coordenadora do programa Bolsa Produção e do Museu da Gravura.
Local: Solar do Barão (Rua Carlos Cavalcanti, 533 – Centro).
Data e horário: dia 6 de junho de 2012 (quarta-feira), às 19h
Entrada franca.


 

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