Um grupo de 25 mães de Curitiba promoveu, nesta quinta-feira (1º/8), a amamentação coletiva na Maternidade Bairro Novo, no Sítio Cercado, onde elas tiveram seus filhos. Conhecido como “mamaço”, o evento marcou a abertura da Semana Mundial de Aleitamento Materno em Curitiba.
“Leite materno é vacina, é cuidado, é afeto, é amor, é vínculo”, disse a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.
A Maternidade do Bairro Novo é gerenciada pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde (Feaes), vinculada à Secretaria Municipal da Saúde. A média na unidade atinge 180 nascimentos por mês, com taxa de cesariana geralmente abaixo de 30%. “Em 2018, o índice de mães que saem daqui amamentando seus filhos chegou a 98%”, afirmou a diretora executiva da maternidade, Edinalva Carvalho.
Uma dessas mães é a operadora de telemarketing Jaqueline Ribeiro, mãe de Théo, de quatro meses.
“Não consigo nem descrever a sensação maravilhosa que é amamentar”, contou Jaqueline.
Para a dona de casa Stephanie Letícia Machado, dar de mamar para a pequena Laura, de sete meses, é uma realização. “Minha outra filha mamou pouco. Agora, é diferente”, reconheceu.
Redução da mortalidade
O aleitamento funciona como uma primeira vacina para o bebê, já que o leite da mãe tem anticorpos contra vírus e bactérias enquanto o sistema imunológico da criança se desenvolve. A amamentação reduz em 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos, e diminui casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.
“A Maternidade Bairro Novo é referência e orgulho na conscientização das mães. Ela se soma a um esforço que tem reduzido a mortalidade infantil em Curitiba, onde temos uma das menores taxas do País”, lembrou a secretária. A taxa de mortalidade infantil em Curitiba diminuiu 9,5% entre 2016 e 2018. Há três anos, o índice era de 8,7 óbitos para 1.000 nascidos vivos. No ano passado, caiu para 8,2. Isso significa a redução de 19 mortes de crianças menores de um ano no período comparado.
Campanha
A campanha deste ano traz o tema “Empoderar mães e pais, favorecer a amamentação” e pretende envolver toda a sociedade, não só nesta primeira semana, mas ao longo do mês, batizado de Agosto Dourado – uma referência ao leite materno ser valioso como ouro. Haverá ações para promover a amamentação, estratégias de nutrição, segurança alimentar e redução das desigualdades.
A semana também discute soluções para contornar as dificuldades que impedem a amamentação pelo tempo recomendado. Entre elas, a falta de apoio familiar ou de empregadores, o posicionamento incorreto do bebê, a insegurança quanto à quantidade de leite produzido, a introdução de mamadeira, fórmulas e chupetas.
Apesar de ser o alimento mais completo para o bebê, menos de 40% das crianças de até seis meses no mundo recebem exclusivamente o leite materno. A recomendação é que as mães sigam dando o peito aos pequenos até os dois anos de idade, introduzindo outros alimentos e bebidas a partir do sexto mês.
Presenças
O evento contou com a presença dos diretores da Feaes Sezifredo Paz (geral), Deise Caputo (administrativo-financeira) e Tatiana Filipak (atenção à saúde); da diretora técnica da Maternidade Bairro Novo, Luiza Zapani; do supervisor do Distrito Sanitário Bairro Novo, Joari Stahlschmidt; do vereador Professor Silberto (MDB); e equipes da Maternidade Bairro Novo e da regional.