Com a participação da comunidade, um terreno vago da Prefeitura está prestes a se transformar em mais uma unidade do programa de agricultura urbana. A nova área produtiva prevê o cultivo de temperos, ervas medicinais, legumes, árvores frutíferas, colmeia de abelhas nativas e sem ferrão, além de sistema de compostagem de resíduos. Ela será implantada junto ao condomínio Campo Belo III, no Alto Boqueirão, até o fim do semestre.
Nesta quinta-feira (20/2), para tratar dos detalhes sobre o projeto, uma visita técnica reuniu no local representantes da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN), da Administração Regional e dos moradores, além do vereador Tico Kuzma, presidente da Câmara Municipal.
Comunidade empolgada
O síndico do condomínio, Edson Reis, disse que a comunidade está animada. “Está todo mundo querendo colocar a mão na massa. É bom para produzir e distribuir alimento e também tem o lado terapêutico de lidar com a natureza”, disse o líder comunitário. Somente no seu conjunto residencial são 104 sobrados onde moram cerca de 400 pessoas, também possíveis agricultores urbanos.
Edson Reis, síndico.
Dezessete famílias já se cadastraram para participar e ainda há vagas para mais 13. Entre os interessados está a dona de casa Yauri Cristina Vallejo de Lopez. Venezuelana de El Tigre, perto do Brasil, ela mora no Alto Boqueirão há 4 anos.
“A gente se criou na fazenda da minha avó, na Venezuela, e conhece tipos de plantas”, disse Yauri. Enquanto a horta não começa, ela tratou de plantar um pé de mamão em frente de casa e que exibe, orgulhosa, aos visitantes. Além disso, Yauri entende que o projeto agrícola vai trazer mais segurança. “Vai afastar os desocupados que vão lá para usar droga”, disse.
Yauri Cristina Vallejo de Lopez, dona de casa.
Área grande, muitas possibilidades
Segundo o técnico agrícola Wilians dos Santos Silva, da SMSAN, o terreno tem 1.680 metros quadrados, o suficiente para o cultivo de 75 canteiros e pomar com árvores nativas, como citrus. Entre as fileiras de árvores, as famílias poderão cultivar feijão, milho, mandioca, abóbora e melancia, entre outros.
Wilians dos Santos Silva, técnico agrícola da SMSAN.
Todas as mudas serão repassadas pela Prefeitura, que vai começar a fazer a terraplanagem da área e, depois, a cerca. A seguir vem a preparação das famílias que desejarem participar da manutenção do espaço, por meio de oficinas. Depois de implantada a horta, a comunidade continuará recebendo suporte técnico da SMSAN durante 1 ano.
Para o administrador regional do Boqueirão, Zeca Melo, o projeto trará uma vantagem ambiental extra. “Além de embelezar o bairro e gerar alimento, a ocupação desse terreno fará com que ele deixe de ser usado para o descarte de lixo, que a Prefeitura vem remover constantemente”, observa.
Zeca Melo, administrador regional do Boqueirão.
Segundo Melo, o descarte irregular não faz sentido porque a área conta com coleta seletiva de resíduos e, bem próximo, uma unidade do Ecoponto – local destinado ao descarte correto de lixo.