A Prefeitura está concorrendo ao Prêmio Construir Igualdade 2019, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) com dois programas. O prêmio foi criado para distinguir as políticas públicas feitas por governos municipais da América Latina e Caribe para criar transformações sociais em favor da inclusão e contra a discriminação.
Curitiba está na disputa com o programa Laços de Família, da Assessoria de Políticas da Diversidade Sexual da Prefeitura, e com as ações da Coordenadoria de Equidade, Família e Rede de Proteção (Cefar) da Secretaria Municipal da Educação.
Os vencedores da premiação da Unesco serão divulgados em 2020. Curitiba se enquadra na categoria de cidades com mais de 1 milhão de habitantes.
Laços de Família
O programa Laços de Família busca quebrar o ciclo de exclusão vivido por adolescentes lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT). A Assessoria de Políticas para a Diversidade Sexual da Prefeitura criou um protocolo de atendimento, em parceria com a equipe técnica Conselho Tutelar municipal, para tratar do assunto.
O Laços de Família usa técnicas de negociação para resolver o conflito familiar representado pela necessidade de aceitação aos filhos LGBT. O respeito aos diretos dos adolescentes e o respeito ao tempo de assimilação dos pais é o desafio proposto pelo programa.
Já foram capacitados todos os 55 conselheiros tutelares do município dentro do programa Laços de Família.
“Esse trabalho impacta diretamente a comunidade LGBT e o local onde o preconceito muitas vezes começa: dentro de casa. Evita a evasão escolar, quadros de suicídio e o isolamento”, explica Allan Johan, assessor da Diversidade Sexual.
Criada em março de 2017, a Assessoria de Políticas da Diversidade Sexual tem como objetivo a construção de políticas públicas para o combate à LGBTfobia e o atendimento das vítimas das violações de direitos por conta da orientação sexual ou identidade de gênero.
Nos três primeiros anos de implantação do Laços de Família, cerca de 200 famílias foram atendidas, o que gerou um impacto direto em aproximadamente mil pessoas. Apenas um adolescente LGBT precisou de vaga na rede municipal de acolhimento por conta da rejeição familiar.
Igualdade e proteção na Educação
O trabalho feito pela Secretaria Municipal da Educação, por meio da Coordenadoria de Equidade, Família e Rede de Proteção (Cefar), participa da premiação da Unesco por promover ações de enfrentamento a preconceitos e discriminações na rede municipal de ensino.
Os profissionais da Educação participam regularmente de encontros para refletir sobre práticas que busquem a consolidação de um ambiente que estimule a convivência harmoniosa e o respeito à diversidade. Essas formações são multiplicadas nas unidades educacionais e transformam-se em ações pedagógicas trabalhadas com os estudantes.