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Pessoa com deficiência

Acessibilidade e respeito à legislação são fundamentais para a inclusão

A professora Marivete Gesser, pós-doutorada pela State University de Nova York, proferiu a palestra “Por uma sociedade anticapacitista”. Curitiba, 03/03/2023. Foto: Ricardo Marajó/SMCS

A melhor forma de se relacionar com uma pessoa com deficiência e como ter atitudes mais acolhedoras e inclusivas foram apresentadas e discutidas, nesta sexta-feira (3/3), no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, em Curitiba.

A professora Marivete Gesser, pós-doutorada pela State University de Nova York, proferiu a palestra “Por uma sociedade anticapacitista”. O capacitismo é a discriminação contra as pessoas com deficiência.

O evento foi organizado pelo Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Curitiba e fez parte das comemorações pelos 330 anos de Curitiba. Toda a palestra foi acessível em Libras (Língua Brasileira de Sinais) com as intérpretes Sandra Mara Mathias e Sônia de Paula da Central de Libras da Prefeitura.

"Curitiba tem uma preocupação em colocar em debate como se tornar uma cidade mais inclusiva. Essa é uma luta diária, como uma cidade pode ser mais acessível urbanisticamente", afirmou a professora Marivete.

 

Legislação 

De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), lei número 13.146 de 6 de julho de 2015, “pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

Segundo a professora, o Brasil tem uma das legislações mais completas e atualizadas sobre os direitos das pessoas com deficiência, mas muitos brasileiros ainda não conhecem o que diz a lei. Uma das atitudes para se tornar uma sociedade mais anticapacitista é comprometer-se ativamente para a implementação da legislação sobre a deficiência. 

“Muitas pessoas não conhecem quais são os seus direitos. Temos que promover o espaço acessível para todas as pessoas, todos se beneficiam com isso”, disse Marivete.

Mais informação 

Idalina Paez é natural de Belém, no Pará, e está vivendo há dois anos em Curitiba. O filho dela, Pedro, de 13 anos, tem Síndrome de Down e estão investigando se ele tem o transtorno do espectro autista (TEA).

“Estou adorando Curitiba, principalmente por esse nível de discussão sobre acessibilidade. Fiquei sabendo da palestra e vim buscar mais informação, para aprender. Espero que a Prefeitura de Curitiba ofereça cada vez mais esse tipo de palestra para que mais pessoas tenham acesso à informação”, disse Idalina.

A diretora do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Denise Moraes, explicou que a palestra com a professora Marivete Gesser foi um presente para Curitiba. "No mês em que comemoramos os 330 anos de Curitiba temos o prazer de falar de um tema tão relevante para deixar a cidade cada vez mais inclusiva para todas as pessoas", afirmou Denise.

A promotora de Justiça da Promotoria de Proteção à Pessoa com Deficiência do Ministério Público do Paraná, Luciana Linero, afirmou que a discussão sobre o capacitismo foi fundamental.

“Nós temos toda uma legislação de proteção à pessoa com deficiência, mas na prática há muita dificuldade de implementar, até de compreensão da população em relação aos seus direitos. Trazer estudiosos para falar sobre isso faz com que todos nós possamos nos apropriar de estratégias para uma maior inclusão. Quando a pessoa com deficiência é incluída quem mais ganha é a sociedade”, afirmou a promotora.

Representantes da Comissão de Acessibilidade do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná também acompanharam a palestra. 

Experiência

A professora catarinense Marivete Gesser é pós-doutorada pela State University de Nova York, mestre em psicologia pela PUC-SP, professora associada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e professora visitante da Western University no Canadá. Ela também é coordenadora no Núcleo de Estudos da Deficiência da UFSC, onde desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária que articulam os estudos da deficiência com as áreas da psicologia e da educação. 

O que é capacitismo?

Capacitismo é a discriminação contra pessoas com deficiência por considerá-las incapazes. Trata-se de um preconceito que pressupõe um padrão corporal ideal, que caso não seja contemplado torna uma pessoa inapta na sociedade.

O que são ações anticapacitistas?

Práticas anticapacististas são aquelas que promovem a inclusão, autonomia e emancipação das pessoas com deficiência.

São exemplos: ambientes com acessibilidade adequada, banheiros inclusivos, respeito ao tempo de fala do outro, entre outros.