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Sistema viário organizou a cidade e induziu o desenvolvimento de Curitiba

Sistema viário organizou a cidade e induziu o desenvolvimento de Curitiba. Foto: Ivan Bueno/SMCS ARQUIVO

No início dos anos 1970, com base no Plano Diretor, Curitiba começou a implantação de um novo modelo de sistema viário, planejado de forma integrada ao transporte coletivo e ao zoneamento – que determina as regras para o uso do solo urbano. Sobre este tripé foi ancorado o desenvolvimento da cidade, dirigindo o seu crescimento de forma organizada.

A proposta foi transformar a antiga conformação radial da cidade em uma estrutura linear. Desta forma, as ruas deixaram de convergir para o Centro, evitando o estrangulamento de toda a circulação viária. As mudanças também colaboraram para a conservação do centro tradicional e criaram novas possibilidades para o desenvolvimento econômico da cidade.

O novo sistema foi baseado na criação de vias estruturais tangenciando o Centro. Foram criados cinco grandes eixos que formam a base de todo o Sistema Viário de Curitiba: Norte-Sul (que liga o bairro Santa Cândida ao Pinheirinho), Leste-Oeste (faz a conexão do Capão da Imbuia e Cajuru com o Campo Comprido) e Boqueirão (que liga o bairro do mesmo nome com o Centro).

Nas vias estruturais foi implantado o sistema trinário, formado por três grandes avenidas. Na avenida central há um corredor exclusivo para ônibus ladeado por duas vias de tráfego lento que operam em sentidos opostos: uma segue em direção ao Centro e a outra em direção ao bairro. Um dos conjuntos de vias que foram o sistema estrutural é formado pelas avenidas Sete de Setembro (com corredor exclusivo e duas vias de tráfego lento em sentidos opostos), Visconde de Guarapuava (sentido Centro-bairro) e Silva Jardim (sentido bairro-Centro).

Ao longo dessas avenidas foi incentivada a instalação de comércio, serviços e grandes prédios residenciais. Completam o Sistema Trinário outras duas vias paralelas, situadas à esquerda e à direita da rua principal. Essas vias, de tráfego rápido e contínuo, também conduzem o trânsito em sentidos opostos: uma opera no sentido bairro-Centro e a outra no sentido Centro-bairro.

Nas vias estruturais, o zoneamento urbano também prevê a instalação de habitações de alta densidade (grandes edifícios), comércio de médio porte e serviços básicos, gerando áreas de interesse para a população ao longo das vias e redirecionando um fluxo de pessoas que, naturalmente, iria para o centro da cidade.

O sistema viário se completa com a implantação de outros tipos de vias: conectoras, coletoras, vias de ligação prioritária, vias de ligação interbairros, anel central de tráfego lento e vias de ligação rodoviária. As vias conectoras, parcialmente implantadas, fazem a ligação do município com a Cidade Industrial de Curitiba (CIC) através do Eixo Estrutural Sul. Trata-se de um setor de média densidade populacional e de serviços de pequena e média escalas.

Já as vias de ligação prioritárias dão continuidade ao tráfego das vias estruturas e das conectoras, sem passar pela área central da cidade. As vias de ligação interbairros, também chamadas de perimetrais, são vias concêntricas que permitem o deslocamento circular entre diversos bairros sem passar pelo centro da cidade. Nessas vias circulam as linhas de ônibus Interbairros.

As vias coletoras, por sua vez, fazem a distribuição e a coleta de tráfego nas áreas residenciais. As coletoras ligam as várias perimetrais e têm um zoneamento que induz à instalação de serviços básicos para a população. Localizado na área central da cidade, o anel de tráfego lento limita a circulação de veículos, dando prioridade aos pedestres. Por fim, as vias de ligação rodoviária atendem ao grande volume de tráfego que circunda o município e atravessa parte dele.

Sistema Viário Hoje

Com o passar dos anos, Curitiba seguiu aperfeiçoando seu sistema viário. Além dos cinco eixos tradicionais, a Prefeitura de Curitiba investe também na consolidação da Linha Verde, que liga o Pinheirinho ao Atuba, e é considerada o sexto grande eixo estrutural da cidade.

Em 2014, foi instalada a primeira Via Calma da cidade, com velocidade máxima de 30 km por hora para deslocamentos dos veículos automotores e com prioridade para o deslocamento de ciclistas e pedestres. Este modelo será ampliado para outras vias com sistema trinário, com prioridade de implantação para as avenidas João Gualberto e Paraná.

Outra proposta para o aperfeiçoamento do sistema viário – que está no projeto de lei do Plano Diretor – é a criação de uma malha que corta os atuais eixos de transporte coletivo, com a interligação dos eixos atuais com os novos. Para tanto, cinco novas vias deverão receber a infraestrutura já presente nas atuais: canaleta exclusiva para ônibus, ladeada por duas vias de tráfego lento, uma em cada sentido, a exemplo do que hoje ocorre em avenidas como a Sete de Setembro, João Gualberto, Paraná e Padre Anchieta.

A ideia é fazer com que esta nova malha leve à ocupação de áreas que já possuem infraestrutura, mas que podem ser mais densamente povoadas. Para tanto, mais uma vez o transporte coletivo deverá agir como elemento indutor do crescimento desses bairros, levando à criação de novos centros de comércio e serviços. Dessa forma, essas regiões deverão se tornar mais autônomas e os deslocamentos em direção ao centro da cidade irão diminuir, reduzindo problemas de mobilidade. A nova malha viária também irá favorecer a integração com as cidades da Região Metropolitana, especialmente com os municípios de Araucária, São José dos Pinhais, Pinhais, Colombo e Fazenda Rio Grande.