A Secretaria da Saúde de Curitiba investiga três casos de infecção bacteriana após a aplicação de vacina da gripe. Os pacientes que apresentaram a reação infecciosa, um homem e duas mulheres com mais de 60 anos, foram vacinados no posto de saúde Medianeira, no Boa Vista, em 27 de abril.
Por precaução, a unidade foi fechada temporariamente para identificação da causa do problema. Processo administrativo foi instaurado para apurar responsabilidades.
Os usuários do posto Medianeira são redirecionados paras as unidades Pilarzinho, Abaeté, Barreirinha e Santa Efigênia. A unidade de saúde Abaeté (Rua Delegado Miguel Zacarias, 403, Boa Vista) estará aberta neste sábado (06/05) para tirar dúvidas de pacientes a respeito de reação à vacina, das 8h às 17h.
Também está sendo reforçado aos prestadores de serviços da saúde a necessidade de comunicação imediata de reações adversas para a secretaria municipal.
Desde 17 de março, foram aplicadas 191.833 doses, nos 110 postos de saúde da capital.
Sensibilidade
Quem tomou a vacina deve ficar atento a dor e vermelhidão persistentes e que se estendam além do local onde a vacina foi aplicada. As reações comuns são dor e sensibilidade no local da aplicação, que geralmente passam em dois dias. Manifestações gerais leves, como febre, mal-estar e mialgia podem começar entre 6 e 12 horas depois da vacinação e persistir por um a dois dias.
Não foi identificado problemas com a vacina, produzida com vírus fragmentado e inativo. A vacina contra gripe é segura e não causa a doença. A vacinação continua até 26 de maio e, para o dia 13, sábado, está marcada a mobilização nacional. A vacina desta campanha é trivalente, com componentes dos vírus H1N1, H3N2 e B. As doses estão disponíveis nos postos de saúde para pessoas mais suscetíveis a desenvolver complicações devido ao vírus.
Os grupos são:
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos 11 meses e 29 dias);
- Gestantes;
- Puérperas (até 45 dias após o parto);
- Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medida socioeducativas;
- População privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional;
- Trabalhadores da saúde;
- Povos indígenas;
- Idosos com 60 anos ou mais;
- Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais;
- Professores das escolas públicas e privadas.
Balanço
Mais da metade da população indicada para ser imunizada contra a gripe recebeu a vacina em Curitiba. Foram aplicadas 191.833 doses, nos 110 postos de saúde da capital desde 17 de março. O número representa 50,9% do público-alvo da campanha de vacinação e 56,5% da meta de imunizar 90% do grupo.
Da população de idosos, estimada em 200.899, foram vacinados 135.120 (67,3%); da estimativa de 3.060 puérperas (mães até 45 dias depois do parto), 3.193 (104,3%) procuraram a vacina.
Nos grupos de crianças e gestantes, os percentuais de vacinados foram de 32,6% (33.138) e 38,3% (7.134). Também receberam a dose de imunização contra a gripe 13.248 profissionais da saúde, 25% do efetivo total e 13.924 professores das redes pública e privada.
Na administração da rede pública de saúde, a cidade é dividida em dez distritos sanitários, que, por sua vez, são responsáveis pelos postos de saúde em suas áreas. Os distritos que mais vacinaram desde o início da campanha foram Boa Vista, com 28.306 doses aplicadas; Cajuru, com 24.404; e Boqueirão, com 21.268. Os outros não chegaram a 20 mil doses, mas todos ultrapassaram 12 mil, com exceção do distrito Tatuquara, que chegou a 7.538.
Precauções
A gripe é uma doença muito contagiosa causada pelo vírus influenza. Geralmente provoca febre alta, mal-estar geral, dores musculares, dor de garganta e tosse, e pode evoluir para doenças mais graves como pneumonia.
Já o resfriado é causado por outros tipos de vírus e os sintomas são mais leves, como irritação na garganta, coriza (nariz escorrendo) e febre baixa.
A vacina disponível nas unidades de saúde só protege contra a gripe e não contra o resfriado ou outras doenças infecciosas respiratórias. Ao surgirem sintomas como febre superior a 38°C, com tosse e dor de garganta, as pessoas não devem tomar remédios por conta própria, para não dificultar o diagnóstico. “O paciente deve procurar serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados. Se houver indicação, a medicação antiviral específica estará disponível nos postos de saúde e nas unidades 24h”, disse Juliane Oliveira, superintendente de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde.
Para prevenir a gripe:
- Mantenha ambientes ventilados
- Evite locais com aglomeração de pessoas, se estiver doente
- Evite contato direto com pessoas doentes.
- Não compartilhe alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
- Lave as mãos frequentemente com sabão e água, depois de tossir ou espirrar, após ir ao banheiro, antes das refeições, ao chegar em casa e no trabalho.
- Ao tossir ou espirrar, cubra o nariz e a boca com lenço, preferencialmente descartável.
Cuidados
Porém, mesmo estando em um dos grupos, o Ministério da Saúde orienta as pessoas que tomaram vacina da dengue a esperar 30 dias para se imunizar contra a gripe.
A vacina é contraindicada para pessoas com histórico de reação anafilática prévia ou alergia a ovo de galinha e seus derivados, assim como a qualquer componente da vacina. Reações anafiláticas em doses anteriores também contraindicam as doses subsequentes.
Em doenças febris agudas, moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina manifestações da doença.
Em caso de ocorrência da Síndrome de Guillain-Barré (SGB), doença autoimune que leva à inflamação dos nervos, no período de até seis semanas após uma dose anterior, recomenda-se realizar avaliação médica criteriosa sobre o benefício e risco da vacina antes da administração de nova dose.
Pneumonia
A vacina da gripe não tem relação com a da pneumonia. O Ministério da Saúde libera aos estados dois tipos de vacina Pn23, para adultos, e Pn10, para crianças. Os adultos só podem se vacinar contra a pneumonia com prescrição médica, desde que apresentem quadros de imunossupressão ou outra doença crônica, conforme o Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, editado pelo Ministério. Portanto, a imunização contra pneumonia não é feita indiscriminadamente, junto com a da gripe.