Três vagas de Estacionamento Regulamentado (EstaR) da Avenida Silva Jardim, região central de Curitiba, foram ocupadas nesta sexta-feira (27) com protótipos de móveis feitos por estudantes da Universidade Técnica Federal do Paraná (UTFPR). Em conjunto com o movimento CicloIguaçu e com o apoio da Prefeitura de Curitiba, a UTFPR participou do projeto-piloto Vaga Viva, para ocupação e transformação de vagas de estacionamento da cidade em locais de convivência e lazer para a população, áreas conhecidas mundialmente como parklets.
Nesta sexta-feira, a intervenção foi realizada em vagas de estacionamento da Avenida Silva Jardim, entre a Rua Desembargador Westphalen e Avenida Marechal Floriano, em frente ao Escritório Verde da UTFPR – na quinta-feira (26), a ação foi feita na Rua Paula Gomes e neste sábado (28) será realizada na Avenida Iguaçu, próximo ao número 1.155, no Espaço Capivara.
“Estamos apoiando este projeto porque é preciso discutir a distribuição do espaço público na cidade, de pensar em criarmos mais áreas de convívio para os pedestres e ciclistas. Juntamente com a universidade, vamos levantar dados e experiências para dar aval à implantação de parklets em Curitiba”, diz Jorge Brand, o Goura, assessor da Coordenação de Mobilidade Urbana da Setran.
Ele lembra que o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) já desenvolve estudos para a criação de parklets na capital paranaense, a exemplo do que já existe em cidades como São Paulo e Belo Horizonte e também em diversas metrópoles do mundo.
Os alunos do curso de design da UTFPR desenvolveram protótipos de mesas, cadeiras, paraciclos para uso em parklets, os quais estão disponíveis nos locais das intervenções, assim como blocos de gramado. “O objetivo é que esta ação se estenda para a cidade em outros momentos. Montamos o mobiliário com materiais recicláveis, para dar destaque à temática da sustentabilidade. A proposta é integrar as pessoas, chamá-las para a rua para dividir o espaço urbano. Nossos alunos estão distribuindo folhetos com informações sobre a Vaga Viva e os parklets, convidando as pessoas a participar”, informa Jusmeri Medeiros, professora do curso de design da UTFPR e coordenadora do projeto Vaga Viva.
Para a estudante Thalita Cavalin, do último ano do curso de design, é importante conscientizar as pessoas de que a cidade não é feita só para os carros. “Temos que ter um nosso espaço também, investir mais no meio ambiente. Já havíamos desenvolvido esse projeto no semestre passado e foi muito boa a experiência. Muitas pessoas aprovaram e vieram conversar para saber mais informações”, lembra.
Segundo a professora Jusmeri, os estudantes também estão realizando pesquisa como os pedestres, perguntando o que acham desses lugares e o que seria importante incluir em futuros parklets. “Vamos aprimorar essas ideias e sugestões. O objetivo é elaborar uma Vaga Viva definitiva, com mobiliário e outros itens, para ser entregue para a cidade”, confirma.
Kelly Peres, professora de Física rede estadual e mestranda na UTFPR, aprovou a ideia da ocupação de vagas de estacionamento por parklets. “Acho importante, pois na cidade estamos sempre convivendo com o cinza, com a poluição dos carros. Só de ter uma graminha, bancos, tudo isso me fez espairecer. Gostei do espaço, me deu vontade de estar em casa no meu quintal com gramado, remete a uma coisa boa. Se fosse almoçar hoje no centro, ficaria e comeria por aqui. É uma coisa nova para o nosso dia a dia, ajuda a aliviar o estresse”, diz.
Ela diz que as áreas da região central como a Rua Marechal Deodoro e ruas próximas ao calçadão da Rua XV de Novembro poderiam receber parklets. “Seriam locais para as pessoas sentarem e conversarem ao ar livre, na hora do almoço ou numa pausa do trabalho”, completa.