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Educação

Projeto curitibano de redução do analfabetismo é premiado pelo MEC

O projeto Centro Regional de Educação de Jovens e Adultos (Cereja) da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba foi premiado com a Medalha Paulo Freire, comenda concedida pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação à iniciativas bem sucedidas na redução do analfabetismo. Foto: Levy Ferreira/SMCS

O projeto Centro Regional de Educação de Jovens e Adultos (Cereja) da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba foi premiado com a Medalha Paulo Freire, concedida pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação a iniciativas bem sucedidas na redução do analfabetismo. A premiação aconteceu na última segunda-feira (25), durante a abertura da Conferência Internacional de Educação de Adultos, a Confintea Brasil +6 realizada no Hotel Nacional, em Brasília.

A comenda foi entregue pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo. O Projeto Cereja concorreu com 65 projetos, programas e ações desenvolvidas em todo o País. Também foram premiadas experiências desenvolvidas em Salvador (BA), em Guarulhos (SP), Ipatinga/MG e de São Miguel do Oeste/SC. Outras cinco experiências receberam menção honrosa.

“A Medalha Paulo Freire é um reconhecimento importante para um trabalho ao qual temos nos dedicado muito, pois acreditamos que só conseguiremos ampliar realmente a autonomia das pessoas se garantirmos acesso ao conhecimento e à cultura. A alfabetização é um dos maiores e mais importantes passos para garantia de direitos e cidadania”, disse a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo.

Histórico

Criado em 2013, o Cereja é um projeto desenvolvido pela Coordenadoria de Políticas Educacionais para Jovens e Adultos (Copeja) da Secretaria Municipal da Educação para ampliar a estrutura da rede para escolarização de pessoas acima de 15 anos que não concluíram os estudos ou não puderam estudar. Por meio do Projeto Cereja, cinco escolas municipais localizadas nas regiões com maior índice de analfabetismo foram transformadas em espaços qualificados de ensino e aprendizagem para a população desta faixa etária.

O projeto considera o perfil do estudante e as escolas reúnem uma série de estratégias para garantir o ingresso e a permanência do estudante adulto. Tornaram-se Centros Regionais de Educação de Jovens e Adultos (Cereja) as escolas municipais Rachel Maeder e Senador Enéas Faria, no Cajuru, Dona Pompília e Helena Kolody, no Pinheirinho e Colombo, no Sitio Cercado.

Entre os diferenciais do projeto está a possibilidade de oferecer diversas formas de alfabetizar, com propostas voltadas às especificidades de cada grupo de estudantes. O projeto foi elaborado após um amplo estudo e mapeamento da população analfabeta da cidade. Conhecendo o perfil de quem estava afastado dos bancos escolares, foi possível elaborar estratégias como as salas de acolhimento para os filhos dos estudantes. Enquanto os pais estudam, elas ficam em salas próximas, cuidadas por profissionais da educação e envolvidas em atividades de lazer.

Para os jovens interessados na ascensão no mercado de trabalho, o Cereja tem currículo que privilegia o desenvolvimento das competências, enquanto pessoas de mais idade – principalmente as mulheres acima dos 60 – contam com turmas em horários diferenciados.

Mais de 2,9 mil pessoas já foram beneficiadas com as ações do Cereja. Atualmente, são 951 estudantes atendidos pelo projeto. Além de escolarização, são oferecidos serviços básicos, qualificação profissional, atividades esportivas e culturais, postos descentralizados de serviços como documentação, vacinação, e fortalecimento do vínculo com as Unidades de Saúde, além de palestras e ações de fortalecimento da cidadania. Inclusão é outra estratégia do projeto.

Curitiba é a capital do país com a segunda menor taxa de analfabetismo, com 2,1% da população sem escolarização. Ainda assim, ressalta a coordenadora da Coordenadoria de Políticas Educacionais para Jovens e Adultos (Copeja), Maria do Socorro Ferreira de Moraes, há aproximadamente 30 mil pessoas que ainda precisam ser alfabetizadas uma vez que, por diferentes razões, não puderam concluir os seus estudos. “Trabalhamos para alcançar essa parcela da população. As pessoas escolarizadas têm mais autonomia, acesso a informações, são valorizadas profissionalmente e assim têm mais qualidade de vida”, afirma.

Metodologia

O processo de concessão da Medalha Paulo Freire é conduzido pela Diretoria de Políticas de Educação de Jovens e Adultos (DPEJA), juntamente com a Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (CNAEJA)e com os fóruns estaduais e distrital de educação de jovens e adultos.

Para a concessão da Medalha são avaliadas políticas, programas, projetos e iniciativas cujas contribuições e experiências são relevantes para a educação de jovens e adultos.

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