Mantendo um hábito que pratica mensalmente há vários anos, o aposentado Alvarino Dionísio, que mora no Boqueirão, foi na manhã da quinta-feira (7) até o terminal de ônibus do bairro. Lá, entregou ao caminhão de coleta de lixo tóxico da prefeitura algumas embalagens vazias de inseticida, óleo de cozinha usado e pilhas. A passagem do caminhão pelo Boqueirão faz parte de um roteiro que inclui 24 terminais da cidade. A cada dia, o veículo fica estacionado num terminal.
“Desde que começamos a separar o lixo dentro de casa, nossa qualidade de vida melhorou”, explica o aposentado. Ele mora com a mulher e dois filhos a poucas quadras do Terminal do Boqueirão. Além de manter a residência mais limpa e organizada, a família se preocupa em contribuir para a boa qualidade do meio ambiente.
Segundo explica o gerente do Departamento da Limpeza Pública da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Luiz Celso Coelho da Silva, a população deve separar pilhas, baterias, toners, embalagens de inseticida, tintas, colas, solventes, remédios vencidos, óleo de cozinha e lâmpadas fluorescentes. Estes materiais não devem ser descartados no lixo comum e nem na coleta seletiva.
O correto é separar o material tóxico e entregá-lo aos caminhões de coleta, que ficam estacionados em terminais de ônibus, em datas previamente marcadas, disponíveis no site da prefeitura e por meio do fone 156 (veja abaixo o calendário de coleta em 2013).
“Hoje, 100% da população tem acesso ao programa da coleta do lixo tóxico, mas apenas de 25% a 30% dos moradores utilizam o serviço”, explica. “Nossa meta é aumentar este porcentual”, diz Silva.
No último mês, os caminhões recolheram aproximadamente 5 mil quilos de lixo tóxico em Curitiba. O volume ainda é pequeno, se comparado às 1,6 mil toneladas de lixo orgânico geradas diariamente na cidade.
O gerente da limpeza pública comenta a importância da separação do lixo tóxico, não apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde humana e dos animais. “Duas lâmpadas fluorescentes são suficientes para contaminar até 100 quilos de lixo comum”, informa.
Cada lâmpada, segundo ele, tem 30 ml de mercúrio. Se descartada no lixo comum, vai para o aterro e contamina o solo e o lençol freático.
“Quando a lâmpada é entregue ao caminhão do lixo tóxico, conseguimos reaproveitar 90% dela, após isolarmos o mercúrio”, conta. As partes de alumínio e vidro são totalmente recicláveis.
>> Veja aqui os dias e locais da coleta do lixo tóxico
No caso do descarte incorreto das pilhas, metais pesados como cadmo, mercúrio, chumbo e lítio contaminam o solo. “São elementos perigosos, que ameaçam a saúde e o meio ambiente”, diz Silva.
Na prática
O caminhão de lixo tóxico, devidamente identificado, fica cada dia da semana estacionado num terminal da cidade. O material entregue pela população nestes locais deve ser armazenado em casa, separado do restante do lixo para evitar riscos à saúde e ao meio ambiente.
A coleta nos terminais acontece de segunda-feira a sábado, das 7h às 15 horas. São recolhidos apenas pequenos volumes, resultantes do consumo doméstico. No caso de lâmpadas fluorescentes, por exemplo, o máximo são dez unidades por residência.
Óleo de cozinha
Um dos materiais coletados pelo serviço especial é o óleo usado de cozinha. Para ser entregue, deve estar armazenado num recipiente transparente, de preferência garrafa pet.
O óleo coletado pela Prefeitura é encaminhado para reciclagem e volta à cadeia produtiva em forma de material de limpeza, lubrificante de máquinas e outros derivados.
Além da coleta nos terminais de ônibus, a Secretaria do Meio Ambiente também recolhe o óleo de cozinha nos 100 pontos do Câmbio Verde, programa que troca lixo reciclável por alimentos.