Nascida em São João do Ivaí, interior do Paraná, Sirlei Pereira da Cruz se tornou uma moradora muito conhecida na comunidade do bairro Guaíra, onde mora há 31 anos. Motivo: cuida, sistematicamente, da limpeza do espaço público em frente de casa.
Trata-se de um pequeno canteiro, preservado por ela como se fosse uma propriedade particular especial. “Levanto cedo, todos os dias, e limpo tudo”, conta Sirlei, 55 anos. Ela não lembra com certeza quando começou o costume. A tarefa foi sendo feita e se tornou naturalmente um hábito.
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Além de recolher o lixo, Sirlei também já fez outras ações ambientais, como plantio de árvores e mudas de feijão. De acordo com ela, isso ajuda a manter o canteiro e a rua mais bonitos e bem cuidados. “Valoriza bastante o espaço”, defende.
Amante confessa de organização e limpeza, ela faz questão de transferir para a rua pública a mesma atenção que tem dentro de casa, onde há seis anos montou também uma loja de roupas – motivo a mais para manter a fachada e o entorno aprazíveis.
Conscientização
Além de ativa, Sirlei garante que é muito persistente. Por oito anos, cobrou a Prefeitura para que a rua de casa, que antes era de chão batido, fosse asfaltada – a exigência foi atendida, lá se vão dez anos. De suas cobranças do poder público, ela também conseguiu duas placas de sinalização para o canteiro, que sofreu durante muito tempo com acidentes corriqueiros de trânsito.
A tranquila comerciante diz que não consegue quase perde a calma quando vê alguém jogando lixo em via pública. Se flagra alguém, vai lá e tenta conscientizar a pessoa sobre o local apropriado para descarte de resíduos – afinal, ali é um espaço verde que muita gente usa e merece ficar limpo.
“Às vezes passam aqui e jogam até pedra e pedaços de madeira”, conta. Quando o lixo é de grande escala, Sirlei prefere acionar a Prefeitura pelo serviço 156. “Sempre atendem a gente muito rápido”, acrescenta.
Para ela, é desejável que outros moradores façam o mesmo, seja no Guaíra ou em qualquer outro bairro de Curitiba. Quando se mudou para o capital, em 1980, logo percebeu que valeria a pena cuidar bem do lugar onde vive – a cidade, diz ela, é de todos os cidadãos e cidadãs.
Muito religiosa, Sirlei diz que a limpeza é, inclusive, um mandamento bíblico. “Temos de dar exemplo”, afirma. “Dá gosto ver tudo limpinho.”