A Urbs (Urbanização de Curitiba) adotou um novo modelo de manutenção de terminais e estações-tubo para garantir maior qualidade no transporte coletivo de Curitiba. O resultado foi uma significativa redução das reclamações dos usuários, além da economia e otimização de serviços.
“Com administração planejada e gestão mais eficiente, estamos restaurando a qualidade perdida no transporte coletivo nos últimos anos”, avalia o prefeito Rafael Greca.
Segundo o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, o trabalho já provocou a redução de 35% das reclamações feitas pelo 156, a central de atendimento à população da capital. Ele destaca que o novo modelo na Urbs substituiu o sistema de manutenções ponto a ponto, que era mais caro e menos eficiente.
“Com o modelo de gestão de manutenção programada, as equipes monitoram os equipamentos e decidem o cronograma de manutenção de acordo com a urgência de cada caso. Com isso, os consertos são planejados e mais duradouros, trazendo mais segurança e conforto para o usuário do sistema”, explicou Ogeny.
A mudança no modelo foi feita em julho de 2018. Como resultado deste trabalho as 328 estações-tubo da cidade estão passando por uma completa revisão, sendo que os elevadores para acesso de deficientes que estavam com problemas estão sendo consertados.
Também foi trocada a cobertura deteriorada de várias delas; 194 portas de embarque das 543 que a cidade possui foram consertadas. Além disso, 141 das 362 câmeras que o município mantém nos tubos e terminais foram revisadas e recuperadas.
Rapidez e durabilidade
No caso das estações-tubo, foram destacadas nove equipes para cuidar dos 328 equipamentos, sendo que duas delas se dedicam exclusivamente aos elevadores do equipamento.
Marcelo Ekermann, da Unidade de Manutenção de Transporte, explica que anteriormente as equipes dividiam a cidade em áreas e iam fazendo os reparos de acordo com as reclamações.
Com a mudança, o sistema ganhou em agilidade e em eficiência.
A fiscalização do transporte coletivo usa PDAS (Personal Digital Assistant, pela sigla em inglês), ou assistente pessoal digital, por meio do qual os apontamentos vão para uma planilha verificando, por exemplo, o funcionamento de portas, elevadores, iluminação, etc.
“No dia seguinte recebemos os apontamentos dos fiscais e a partir daí a gente abre os chamados para ter o atendimento imediato”, diz Ekermann.
Câmeras
Além da estrutura, a Urbs também está consertando as câmeras das estações-tubo e PMVs (Painéis de Mensagens Variáveis), dos terminais. A Urbs criou um setor específico para atender esta demanda.
“Nós treinamos funcionários nossos que estão atuando nesta tarefa de recuperar estes aparelhos e torna-los úteis aos curitibanos”, explicou Maia Neto. Até agora 237 dos 338 PMVs colocados nos terminais já foram arrumados ou substituídos. Os técnicos já revisaram 362 câmeras e conseguiram recuperar 141, um índice de aproveitamento de 45%.
Resgate da qualidade
De acordo com o presidente da Urbs, as ações fazem parte de um projeto de resgate da qualidade do transporte coletivo de Curitiba que no passado projetou Curitiba mundialmente.
“Encontramos o sistema muito deteriorado e a prioridade foi buscar trazer a prestação de serviços para um nível aceitável de qualidade, para em seguida possamos evoluir para melhorias mais efetivas”, diz Maia Neto, complementando que se incluem a renovação da frota, que em dois anos já chegou a 249 novos ônibus, além da ampliação do sistema, com a ampliação do Ligeirão na Linha Santa Cândida – Capão Raso, por exemplo.
Padronização
Além da rapidez nos consertos, a Urbs também está implantando a padronização das estações-tubo, já que elas são concebidas em épocas diferentes. No caso da iluminação, a Urbs adotou a substituição de lâmpadas de led. Cerca de 90% das estações-tubo já estão com nova iluminação. O mecanismo das portas também está sendo equipado com material mais robusto, o que torna o conserto mais durável além de melhorar a funcionabilidade.
Planejamento
Para manter em dia a manutenção dos 22 terminais de ônibus de Curitiba, a Urbs adotou o sistema de manutenção contínua. Uma equipe formada por dois engenheiros mecânicos e quatro estagiários fazem inspeções constantes nestes locais. O programa de gestão de manutenção implantou o planejamento nas ações.
O engenheiro Thiago Augusto Sielski Marquardt, um dos responsáveis pelo trabalho, explicou que os terminais do Campo Comprido e do Boqueirão já passaram por reparos usando esta sistemática.
O terminal do Boqueirão tinha um problema sério de goteiras que só se agravava porque anteriormente eram feitos só reparos pontuais. “Fizemos um levantamento completo lá e realizamos a reforma necessária para solucionar o problema”, explicou Marquardt. No caso do terminal do Campo Comprido, foi feita a revisão da parte elétrica, e o terminal Guadalupe também teve serviços realizados para correção de problemas.
Os fiscais percorrem os terminais com um check list e vão anotando os problemas encontrados por motivos diversos, como vandalismo, desgaste, ação do tempo, etc. Depois a equipe faz a classificação de emergência, com base no conceito de manutenção industrial GUT: Gravidade, Urgência e Tendência.
Uma vez enquadrado o problema é feito um diagnóstico para a sua resolução e montagem de um cronograma de acordo com a previsão orçamentária para execução do trabalho.