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Saúde

Mortalidade infantil em Curitiba recua 20% em dois anos

O índice de mortalidade infantil em Curitiba encerrou 2014 no menor nível da história do município: 7,7 óbitos para cada mil nascidos vivos, o que representa uma redução de aproximadamente 20% em dois anos. Foto:Cesar Brustolin/SMCS

O índice de mortalidade infantil em Curitiba encerrou 2014 no menor nível da história do município: 7,7 óbitos para cada mil nascidos vivos, o que representa uma redução de aproximadamente 20% em dois anos.

O resultado é consequência dos investimentos feitos pela atual administração do Município para a área da saúde, com mais de 20% do orçamento próprio destinado ao setor, bem como mudanças na gestão do sistema, com fortalecimento da atenção primária e da atenção especializada em ginecologia, obstetrícia e pediatria.

O conjunto de ações adotadas pela Secretaria Municipal da Saúde vai desde a assistência durante o pré-natal, passa pelo reforço no acompanhamento das gestantes de risco, o trabalho em câmaras técnicas junto às maternidades e culmina no cuidado com as crianças, especialmente no âmbito da atenção primária.

Entre 2013 e 2014, houve aumento de 90% no número de atendimentos a gestantes de risco. “As mulheres em gestação de risco passam hoje, em média, por 17 consultas de pré-natal na rede pública de saúde”, diz o secretário municipal de saúde, Adriano Massuda. “Além disso, a fila para o acompanhamento especializado quando há risco na gravidez foi eliminada. No início de 2013, 763 gestantes aguardavam até quatro meses pela avaliação; hoje, a espera não ultrapassa três semanas”, conta o secretário.

A gestão municipal também buscou maior aproximação com as maternidades curitibanas. Todas as semanas, as equipes da Secretaria da Saúde estabelecem contato com o corpo clínico ou administrativo dessas instituições para avaliar processos de trabalho e indicadores assistenciais, a exemplo do índice de partos normais, que chega a 65% no âmbito do SUS Curitiba. Na Maternidade Bairro Novo, esse porcentual é de 78%.

Massuda frisa que, ao assumir a gestão da Maternidade Bairro Novo, em março de 2013, a Prefeitura deu um passo fundamental para transformá-la em referência na saúde da mulher e dos recém-nascidos. “Junto com a Fundação Estatal de Assistência Especializada em Saúde, a Feaes, conseguimos implantar melhorias no acolhimento e atendimento humanizado às gestantes e mulheres em trabalho de parto na maternidade”, diz Massuda.

A taxa de mortalidade infantil é um importante indicador da qualidade da saúde de grupos populacionais inteiros, como indicou um estudo tido como referência no assunto, conduzido pelos pesquisadores Daniel Reidpath e Pascal Allotey e publicado pela revista científica Journal of Epidemiology and Community Health. A eficácia no estabelecimento dessa correlação existe porque o índice capta indiretamente melhorias na saúde de outras faixas etárias. Entram para o cálculo da mortalidade infantil os óbitos de crianças com até 1 ano de idade. Entre os países das Américas, apenas Cuba, Canadá, Estados Unidos e Chile exibem índices inferiores ao registrado em Curitiba.

Diversidade de ações

Entre as novidades na gestão que contribuem para o recuo na taxa, também merecem ser citadas aquelas relacionadas à ampliação de acesso, como o horário de atendimento estendido até as 22 horas em 11 unidades de saúde, o maior número de equipes de saúde da família – de 185, em janeiro de 2013, para as atuais 240 – e o crescimento de 164% nas consultas de enfermagem.

Ginecologistas, obstetras e pediatras foram integrados aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), para permitir que as gestantes e recém-nascidos recebam acompanhamento nas unidades mais próximas de suas casas. Atualmente, 87,4% das mães residentes em Curitiba realizaram sete ou mais consultas de pré-natal.

Para as gestantes em situação de vulnerabilidade, foram essenciais a implantação do Consultório na Rua, que leva equipes móveis de saúde ao encontro da população em situação de rua.

Massuda cita como exemplo de desafios futuros a possibilidade de baixar a mortalidade neonatal precoce, que ocorre nos primeiros sete dias de vida do bebê, além do fortalecimento da integração das equipes de assistência em saúde e de vigilância epidemiológica.

Retrospecto

Curitiba tem um histórico de pioneirismo na área da saúde pública, em geral, e do atendimento a gestantes, em particular. Exemplo disso é o Comitê Pró-Vida de Prevenção de Mortalidade Materno-Infantil, que monitora cada caso de óbito materno e infantil ocorrido na cidade desde 1993. Seus integrantes – representantes do SUS e da rede privada, sociedades científicas, órgãos de fiscalização e organizações da sociedade civil – discutem medidas de intervenção e conscientização de gestores, serviços, profissionais de saúde e comunidade no sentido da redução dos índices.

O Programa Mãe Curitibana, por sua vez, é referência no atendimento a gestantes e durante o puerpério desde 1999. Com sua integração o programa nacional Rede Cegonha, foram acrescentados aos exames obrigatórios durante o pré-natal testes de HIV e sífilis e eletrodoferese de hemoglobina, para identificar alterações  na hemoglobina, como anemia falciforme e talassemias.

“O exame de gravidez está disponível em todas as unidades de saúde e as agentes de saúde acompanham o pré-natal das gestantes, orientando em todos os cuidados”, explicou o coordenador do programa Mãe Curitibana/Rede Cegonha, Wagner Barbosa Dias.

Além disso, é incentivado o parto normal no SUS, com menos riscos de infecção para a mãe e o bebê. “Cerca de 65% dos partos realizados no SUS são normais. Já no sistema suplementar, 91% dos partos realizados são cesarianas”, frisa Wagner, que também ressaltou que são realizadas câmaras técnicas com as maternidades que atendem o SUS Curitiba, para incentivar as boas práticas durante o parto e a humanização.

As 109 unidades de saúde de Curitiba também têm obtido resultados positivos com ações voltadas à orientação no planejamento familiar e cuja finalidade é a escolha do momento da gravidez e o número desejado de filhos, levando-se em consideração as necessidades de conforto, educação e qualidade de vida da família. Oficinas de gestantes realizadas regularmente na rede municipal de saúde e atividades na Maternidade Bairro Novo ajudam a compor o cenário, com o esclarecimento de dúvidas sobre a gestação, o parto e os primeiros dias do bebê.

Assista esta reportagem em vídeo Aqui.

 

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