Este dia 8 de março será inesquecível para a analista de vendas Simone Teixeira. Ela irá comemorar o Dia da Mulher na casa nova, um apartamento no Residencial Antonina, na CIC, para o qual está se mudando nesta sexta-feira (8), com o filho de 7 anos.
A unidade, entregue há 15 dias, faz parte do programa habitacional do município e foi construída com recursos do programa Minha Casa, Minha Vida, em parceria com a Caixa Econômica Federal. “É uma maneira muito gratificante de comemorar o Dia da Mulher”, disse Simone. Ela faz parte de um grupo que a cada ano ganha mais representatividade no atendimento da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab). As mulheres chefes de família concentram hoje 61,5 % dos inscritos no cadastro de pretendentes a imóveis – popularmente conhecido como fila – e estão presentes como titulares de cadastro em 84,3% dos questionários aplicados nas áreas irregulares em processo de urbanização.
Prioridade
Os números de unidades entregues para este grupo são ainda mais significativos, em função de normas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que financia a maior parte dos empreendimentos. A sistemática de funcionamento do programa do governo federal prevê que as mulheres sejam priorizadas no atendimento e que, no caso da parcela mais carente da clientela, formada por famílias com renda de até R$ 1,6 mil, a propriedade do imóvel seja concedida à mulher. “É uma forma de proteger o bem-estar da família, já que a mulher tem um vínculo duradouro com os filhos”, explica o presidente da Cohab, Ubiraci Rodrigues.
Com isso, nos empreendimentos destinados a essa clientela, em média 90% das unidades estão em nome de mulheres. Nas entregas previstas para os próximos meses, este percentual é de 94%. Isso vai ocorrer, por exemplo, nos Residenciais Buriti e Parque Iguaçu I e II, que estão na fase final de obras no bairro do Ganchinho.
Em empreendimentos destinados à chamada faixa 2 do MCMV (famílias com renda entre R$ 1.601 mil e R$ 3.275 mensais), a presença da mulher entre os proprietários de unidades também é considerável e chega a 51% dos contratos assinados com a Caixa Econômica Federal – agente financeiro do programa.
Nas áreas de ocupação irregulares com projetos de urbanização e reassentamento de famílias em situação de risco, onde a identificação da demanda é feita no local por assistentes sociais da Cohab, a presença da mulher no comando da núcleo familiar também é grande. Nos cadastros realizados nos dois últimos anos, verificou-se por exemplo que as mulheres são responsáveis pela manutenção de 84,5% das famílias. A situação também se repete na regularização fundiária – processo que inclui a aprovação de loteamentos em áreas irregulares para titulação das famílias. Nestas áreas, também é priorizada a propriedade do lote em nome da mulher nos casos de uniões informais. Nas três últimas Vilas escrituradas pela Cohab, a cota feminina (mulheres titulares de escrituras) foi de 40%.
Na espera
Cláudia Aparecida Gomes é diarista e reforça a renda trabalhando também como costureira. Mãe de um filho de 18 anos, ela está aguardando a entrega de um dos apartamentos do Residencial Parque Iguaçu I, no Ganchinho. Para ela, a mudança vai possibilitar um ganho em qualidade de vida e uma grande economia. Cláudia irá vai trocar o aluguel de R$ 280 mensais por uma prestação de R$ 50. Isso porque o programa MCMV na faixa 1, onde está enquadrado o Parque Iguaçu I, tem um subsídio que prevê o pagamento de prestações equivalentes a 5% da renda familiar, pelo prazo de 10 anos, sem qualquer resíduo ao final do contrato. “É uma grande ajuda para a conquista da casa própria”, diz Cláudia.
A manicure Adriana Sockzek vai morar no mesmo residencial. No caso dela, a economia com moradia será ainda maior, já que ela gasta R$ 500 com aluguel e vai passar a pagar apenas R$ 45 de prestação do apartamento. Com uma filha de 5 anos, Adriana conta que ficou emocionada quando soube que havia sido sorteada para receber uma unidade. “Sou mãe solteira e nunca tive ajuda para criar minha filha. Agora, teremos um cantinho para nós”, falou.