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Direitos Humanos

Ensaio fotográfico marca passagem do Dia do Cigano

Um grupo de ciganos radicado em Curitiba participou, na tarde desta sexta-feira (18), de um ensaio fotográfico, no Jardim Botânico, para marcar a passagem do Dia Estadual do Cigano, em 23 de setembro. Curitiba, 18/09/2015 - Foto: Cido Marques

Um grupo de ciganos radicado em Curitiba participou, na tarde desta sexta-feira (18), de um ensaio fotográfico, no Jardim Botânico, para marcar a passagem do Dia Estadual do Cigano, em 23 de setembro. A data nunca foi comemorada e aproximadamente 25 ciganos, dos dois clãs existentes na capital, participaram da ação.

Os ensaios fotográficos, que estão sendo feitos com diversos grupos considerados minoritários e vulneráveis, vão compor uma exposição no final do ano, em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro. A iniciativa é da Assessoria de Direitos Humanos da Prefeitura em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba.

“Pela primeira vez, graças a sensibilidade do prefeito Gustavo Fruet, a Assessoria de Direitos Humanos está trabalhando em prol de grupos minoritários vulneráveis”, afirma Cláudio Iovanovitchi, que representa o clã cigano dos Roms. “A melhor forma de aniquilar a autoestima de um povo é negar sua cultura”, completou. O assessor de Direitos Humanos, Igo Martini, enfatiza que dar visibilidade aos grupos minoritários é uma das formas de inclusão e de fortalecer as lideranças para a sensibilização sobre o respeito às tradições ciganas. “A beleza e a importância da cultura do povo cigano, contrasta com as graves violações de direitos humanos que este povo sofre.”

De acordo com Iovanovitchi, o termo cigano é carregado de sentidos míticos falsos. Ele lamenta que tenha se propagado que o cigano rouba, rapta criancinha, entre outras histórias, e que tudo que desejam é serem vistos como qualquer outra pessoa, respeitando-se o hábito e a cultura. “A ignorância gera preconceito, que gera discriminação, que gera exclusão”, compara Iovanovitchi.

Radicados em Curitiba há cerca de 300 ciganos, pertencentes aos clãs Roms e Kalons, segundo Iovanovitchi. “Consideramos que todos são parentes por sermos ciganos. Antes o casamento só acontecia entre os clãs, hoje já se admite o casamento com pessoas de fora”, explica Silvia Valdrigues de Miranda, do clã dos Kalons. Junto com os outros, Silvia participou do ensaio e disse que foi um “momento feliz”. “O cigano é sempre esquecido e nos deixa muito feliz porque é uma oportunidade de mostrarmos nossa cultura.”

Iovanovitchi lembra que os primeiros ciganos, do clã dos Roms, são originários do Norte da Índia, na região do Paquistão, que migraram para o Leste Europeu. Enquanto que o grupo do clã dos Kalons seguiu para a Europa, especialmente para Portugal e Espanha.

A programação em comemoração ao Dia Estadual do Cigano prossegue com outras duas atividades. Neste domingo (20), das 13h às 14h30, os ciganos apresentam uma performance na Casa Hoffmann; e na próxima quarta-feira (23), entre 14h e 19h30, haverá apresentação de dança, música e de outros aspectos da cultura cigana, no Memorial de Curitiba.