As escolas municipais Julia Amaral di Lena, na Barreirinha, e CEI Júlio Moreira, no São Braz, foram reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) como exemplos de ambientes educativos e farão parte do Mapa da Inovação e Criatividade na Educação Básica.
O mapa reúne projetos e experiências de 178 instituições educacionais brasileiras, entre organizações não governamentais, escolas públicas e particulares, que foram selecionadas entre 683 organizações. A lista das instituições consideradas inovadoras e criativas foi divulgada pelo MEC nesta terça-feira (22) e pode ser conferida no site http://simec.mec.gov.br/educriativa/mapa_questionario.php.
O mapa foi criado para que o Ministério da Educação pudesse identificar e conhecer iniciativas diferenciadas em andamento e saber de que forma elas podem contribuir para a melhoria da qualidade da educação brasileira. Para selecionar as instituições, o MEC lançou em setembro uma chamada pública para que as unidades inscrevessem suas práticas inovadoras a partir de cinco critérios: Gestão, Currículo, Ambiente, Métodos e Articulação com outros agentes.
Foram duas fases de avaliações feitas por uma comissão constituída por membros dos grupos de trabalho nacional e regionais.
Além das inscrições na chamada pública, foram considerados os resultados dos indicadores nacionais de qualidade como Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). A partir da criação do mapa, o MEC passará a acompanhar o desenvolvimento das práticas.
A Escola Municipal Júlia Amaral di Lena integrou no mapa como destaque em inovação e criatividade pelo projeto Brasil Nossa Cara, que fez com que os 1,2 mil estudantes, das turmas da pré-escola ao 9º ano, aprendessem sobre os estados brasileiros de uma forma divertida, porém muito abrangente.
Cada turma adotou um estado brasileiro e os conteúdos sobre História, Geografia, cultura, literatura, além de produções em Língua Portuguesa e Matemática, aprendidos a partir de diferentes ações e ambientes da escola. A produção de artesanatos, culinária e até de uma letra de samba tornaram as aulas atraentes e motivaram os estudantes a aprenderem sobre o Brasil. Os conhecimentos foram sendo repassados e aprendidos em momentos que aconteceram nas salas de aula, no laboratório de informática, nos pátios, horta, na biblioteca e demais espaços da escola. “O objetivo do projeto foi fazer com o que o estudante se compreendesse como um cidadão brasileiro e a partir daí explorasse o país a partir da curiosidade e da pesquisa”, diz a diretora da escola Juliana Laudicelli de Oliveira Cruz.
Parte do sucesso do projeto se deve pelo envolvimento de todos os profissionais da escola que se uniram no planejamento de atividades capazes de envolver todos os estudantes da escola. Para 2016 um novo projeto já está definido e deverá contar com o envolvimento de todos novamente. Será o projeto Nações, que dará continuidade ao aprendizado dos estudantes, porém ampliando os conhecimentos sobre os outros países do mundo.
Na Escola Municipal Júlio Moreira, o projeto Programaê, aliado às práticas educativas desenvolvidas na educação em tempo integral, é sinônimo do trabalho que une inovação e criatividade. A proposta busca ensinar tecnologia de forma simples para os estudantes. “Essa é uma iniciativa que torna possível a integração da programação ao trabalho curricular pedagógico”, explica a professora Ana Paula Mateus.
Os estudantes participaram de aulas de programação de sistemas utilizando os sites Code.org e Scratch para criarem aulas animações. A atividade buscou estimular criatividade e capacidade de resolver problemas com o uso de recursos tecnológicos e a apropriação de linguagem de programação. “O projeto ensina o estudante a ler, escrever e programar. Além de falarmos sobre tecnologia na sala de aula, buscamos atividades que possam ensinar os estudantes desde cedo não só a usarem dispositivos e softwares como também criá-los”, explicou a professora.
A secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo, destacou a relevância para a rede municipal de ensino de Curitiba ter duas escolas reconhecidas pelo MEC por serem inovadoras e criativas. “É um importante reconhecimento e valorização às escolas, mas é, sobretudo um bom incentivo para que outras escolas que igualmente desenvolvem ações extraordinárias se motivem a também divulgar as suas práticas”, disse Roberlayne.
Na rede municipal de ensino são desenvolvidos mais de 60 tipos de projetos em seis diferentes temáticas, totalizando 762 projetos nas unidades que acontecem como parte das estratégias para garantir a boa qualidade no ensino público.