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Boqueirão Fashion Day

Dona Pedrina: a arte do tear transformou a vida da artesã do Xapinhal

Com o trabalho artesanal diário, nos anos seguintes, a mulher de sorriso fácil construiu sua casa no Xapinhal (Sítio Cercado), criou as três filhas e conquistou uma freguesia cativa na Feira de Artesanato do Largo da Ordem e também em outros pontos da Prefeitura. Curitiba, 20/07/2018. Foto: Levy Ferreira/SMCS

Ela começou a aprender e se apaixonou pela arte de tear cachecóis, echarpes e xales nos Liceus de Ofícios da Fundação de Ação Social (FAS). Com o trabalho artesanal diário, nos anos seguintes, a mulher de sorriso fácil construiu sua casa no Xapinhal (Sítio Cercado), criou as três filhas e conquistou uma freguesia cativa na Feira de Artesanato do Largo da Ordem e também em outros pontos da Prefeitura.

Toda a arte da talentosa artesã Pedrina Maria dos Santos, mais conhecida como Dona Pedrina, pôde ser conferida, na última sexta-feira (20/7), durante a segunda edição do Boqueirão Fashion Day, a iniciativa criada pelo prefeito Rafael Greca para estimular a cadeia produtiva têxtil e da inovação em Curitiba, gerando mais empregos e renda na capital. Seus cachecóis, echarpes e xales valorizaram os looks usados no desfile que homenageou 14 personalidades femininas curitibanas.

Na passarela, Adriana Biega (ativista dos direitos dos animais), Adriana Sydor (escritora), Betina Kleiner Qamar (consultora de moda),  Bettina Martinelli (designer),  Elyane Fiusa (estilistas de acessórios),  Fernanda Rocha (jornalista), Ieda Godoy (empresária e produtora cultural), Isabela França (jornalista), Lais Mann (radialista, atriz e cantora), Luciana Worms (cantora), Marcia Kaisser (cantora), Margot Brasil (locutora e jornalista), Michele Mara (cantora) e Rogéria Holtz (cantora, compositora e apresentadora).

Lais Mann não conhecia o trabalho de Dona Pedrina, mas afirmou que as peças da artesã devem passar a integrar seu guarda-roupa a partir de agora. “Eu adorei a echarpe que o Victor Sálvaro (produtor do desfile) escolheu para compor minha roupa. É uma peça delicada e elegante, mas também posso quebrar um conjunto monocromático com a cor”, afirmou a cantora e atriz. Betina Kleiner Qamar optou por usar a echarpe como um lenço de cabeça. “Eu olhei todas as araras das outras homenageadas e vi que as peças são muito versáteis, por isso, optei por ousar e colocar na cabeça”, justificou a consultora de moda.

Trabalho voluntário
Muito emocionada por participar do desfile com suas peças, Dona Pedrina agradeceu os elogios de todas as homenageadas. “A gente faz um trabalho com muito amor. É uma dedicação diária para criar cachecóis, echarpes e xales artesanais de qualidade”,  contou ela, que além de confeccionar em seu ateliê, dedica parte da sua semana ao trabalho voluntário. No Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), no Xapinhal, a artesã ensina a pessoas carentes a arte do tear. “Para mim, é muito importante tentar ajudar. O trabalho artesanal pode mudar a vida de muitas delas, como mudou a minha”, salienta Dona Pedrina.

No ano passado, a artesã realizou o sonho de receber o título de propriedade de sua casa no Xapinhal. Dona Pedrina, que vive apenas da renda do que produz no tear, foi uma das primeiras a ter a casa erguida na região.  Ela tinha sido obrigada a deixar a residência onde morava com três filhas adolescentes para recomeçar a partir de uma barraca erguida precariamente na ocupação. “Foram anos trabalhando e lutando para ter uma casa e fazer da vila um bom lugar”, recorda a vitoriosa mulher.