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Vale do Pinhão

Tecnoparque garante investimentos de R$ 124,1 milhões para empresas de Curitiba

Startup Checkmob, 100ª empresa da capital a aderir ao Tecnoparque. Curitiba, 09/03/2020. Foto: Lucilia Guimarães/SMCS

 

Retomado em 2018, o programa Tecnoparque da Prefeitura garantiu investimentos de R$ 124,1 milhões para empresas de Curitiba nos últimos dois anos. O valor é referente à desoneração oferecida pelo município às empresas, com a redução de 5% para 2% no Imposto Sobre Serviços (ISS) entre 2018 e 2020.

As empresas enquadradas no Tecnoparque precisam aplicar os recursos no desenvolvimento de novos produtos e serviços, na implantação de processos inovadores e na contratação de mais funcionários.

Atualmente, 112 empresas são beneficiadas pelo Tecnoparque, gerando 12,9 mil empregos e faturando R$ 4,98 bilhões.

O programa é coordenado pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, órgão ligado à Prefeitura e responsável pela política de empreendedorismo da capital.

Entre os setores considerados estratégicos para adesão ao Tecnoparque estão biotecnologia, microtecnologia, saúde, sistemas de telecomunicações, equipamentos de informática, desenvolvimento de software, gestão de dados, distribuição eletrônica de informações, design, laboratórios de ensaios e testes de qualidade, instrumentos de precisão, automação industrial e ecommerce.

Do total de empresas enquadradas no Tecnoparque, 28 são startups que ingressaram no programa após o relançamento, em 2018. São empresas como MadeiraMadeira, Olist, Doctoralia, Contabilizei, Hi Technologies, Checkmob, Juno, James Delivery, Rentcars, Horizons, Direção, Send4 e Anthor. Juntas, elas empregam 3,5 mil funcionários e faturam R$ 1 bilhão.

Hi Technologies e James Delivery investem em novas tecnologias e contratam

Integrante do Tecnoparque, MadeiraMadeira é o segundo unicórnio de Curitiba

Também estão inscritas no Tecnoparque, Positivo, Seccional, Quanta, Senffnet, Unify, WNI, FH e Pelissari. São empresas que ingressaram antes de 2013, quando o programa foi paralisado pela gestão anterior.

O professor e coordenador da Agência de Inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cléverson Cunha, avalia que o Tecnoparque é uma importante ferramenta de política pública do município para impulsionar o crescimento das empresas, do mercado e do giro da economia.

"Enquanto o município abre mão de uma parte do recolhimento do ISS em prol do crescimento econômico e social, as empresas usam os recursos na melhoria de processo, em novas contratações, na renovação da infraestrutura e no desenvolvimento de tecnologias inéditas", disse ele.

Novas adesões

A presidente da Agência Curitiba, Cris Alessi, explica que para participar do Tecnoparque, a empresa interessada deve apresentar um projeto para análise técnica do Comitê de Fomento (Cofom) — formado por entidades do setor público e da sociedade civil organizada (como UFPR, PUCPR, UFTPR, Fiep, Sebrae, ACP entre outros).

Ela lembra que, mensalmente, a Agência Curitiba promove workshops que explicam os fundamentos técnicos e a metodologia de elaboração de projetos, auxiliando os empreendedores na elaboração dos projetos que serão submetidos ao Cofom.

“O Tecnoparque é uma forma de garantir apoio financeiro a empresas de base tecnológica. A renúncia fiscal acaba sendo um importante propulsor para a pesquisa e desenvolvimento e, consequentemente, para a geração de emprego na nossa cidade”, reforça Cris.

A retomada do Tecnoparque contribuiu para resultados econômicos positivos concretos na capital, mesmo com a pandemia. Curitiba teve, por exemplo, saldo positivo de empregos em 2020. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia mostram que no ano passado o saldo positivo de geração de empregos foi de 2.928 vagas, com 346.047 admissões e 343.119 demissões entre janeiro e dezembro do ano passado.

Curitiba lidera ainda a geração de empregos de TI no Paraná (2019), a arrecadação de ISS cresceu 20% e, no Ranking Endeavor de Empreendedorismo, a cidade passou 15º para o 4ª lugar.

Os resultados positivos mostram a recuperação do emprego de Curitiba, graças à força do Vale do Pinhão e ao Plano de Retomada Econômica lançado pelo prefeito Rafael Greca no segundo semestre de 2020, depois de um impacto forte da pandemia na economia e no emprego formal em todo o país.

O ambiente empresarial mais favorável vem ajudando na retenção de empresas na cidade. “Empresas como as curitibanas Ebanx e MadeiraMadeira, os primeiros unicórnios do Vale do Pinhão e do Sul do País (empresas de tecnologia avaliadas em mais de US$ 1 bilhão), sabem que podem investir em Curitiba e já estão contratando mais colaboradores para conquistar novos mercados sem sair daqui”, exemplifica Cris.

As iniciativas do Vale do Pinhão também contribuíram para que Curitiba conquistasse o título de cidade com a maior produtividade e eficiência do setor de tecnologia do Brasil. A liderança folgada da capital paranaense, em relação a São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis e Recife, é apontada pelo relatório anual Tech Report 2020, divulgado pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), um dos órgãos mais respeitados do segmento no país.

Durante o período de pandemia tanto a inscrição de projetos quanto o processo de aprovação para ingresso no Tecnoparque estão sendo realizados on-line.

Sabia mais sobre o Tecnoparque no site do programa.