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Saúde

Secretaria da Saúde assume Política sobre Drogas do Município

Um decreto assinado nesta quarta-feira (25) pelo prefeito Gustavo Fruet insere a condução da política sobre drogas em Curitiba na Secretaria Municipal de Saúde. Até então, o Departamento de Políticas Sobre Drogas era vinculado à Secretaria Municipal de Defesa Social (SMDS) e a parte de assistência à saúde, responsabilidade da Secretaria Municipal da Saúde. O objetivo da mudança é unificar o trabalho direcionado à prevenção e ao desenvolvimento de políticas públicas no combate ao uso de drogas.

A estimativa é que hoje existam em Curitiba mais de 150 mil usuários de álcool e drogas. Aqueles que aceitam tratamento são encaminhados para atendimento na rede de saúde pública e são vinculados a projetos desenvolvidos por órgãos como a Fundação de Ação Social (FAS), secretarias de Esporte e Lazer, Cultura, Trabalho, entre outras.

“A Saúde está incorporando o Departamento de Políticas Sobre Drogas para promover uma maior integração entre as ações desenvolvidas na área de saúde mental e as políticas intersetoriais articuladas pelos diversos órgãos que atuam no atendimento a esse público”, destacou o secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda.

Massuda ressaltou que a Secretaria da Saúde vem desenvolvendo regularmente ações de prevenção ao uso de drogas através de programas como o “#tamojunto”, além de ações assistenciais nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), nas unidades básicas de saúde e em hospitais conveniados. Da mesma forma, o Departamento de Políticas Sobre Drogas, vem realizando ações de capacitação da rede, prevenção ao uso de drogas e interlocução com outras secretarias.

O secretário frisou que o uso de drogas deixou de ser encarado como um problema de segurança e repressão policial para ser visto também como um problema de saúde pública.

Para o diretor do Departamento de Saúde Mental da Secretaria, Marcelo Kimati, os dois departamentos – Saúde Mental e Política Sobre Drogas – têm diversos núcleos comuns, especialmente na regulação do sistema e na articulação de rede intersetorial. “A migração do departamento permitiu a reformulação dos dispositivos de gestão, com a criação de uma coordenação de populações vulneráveis que irá desenvolver ações de cuidado às populações indígenas, usuários de drogas em situação de rua e crianças e adolescentes usuárias de drogas. Esta coordenação vai ainda desenvolver ações de redução de danos a usuários de drogas em situação de rua”, exemplificou.

Diogo Busse, diretor do Departamento de Políticas sobre Drogas, disse que entre as ações de interesse comum aos dois departamentos está ainda o desenvolvimento de qualificação de trabalhadores da rede municipal de ensino, Saúde e Defesa Social. ”A aproximação da Saúde e da Política sobre Drogas é uma iniciativa muito positiva e vai ao encontro do que há de mais avançado e que vem sendo debatido em todo o mundo pela comunidade científica”, afirmou.

Busse falou que esse trabalho reforça a necessidade de se tirar o estigma que ainda existe sobre o usuário de drogas, marginalizado pela sociedade, para tratá-lo como mais um cidadão que precisa de atendimento médico e outros serviços oferecidos pela rede pública. “É tratar o dependente químico com a humanidade que ele precisa para resgatar sua identidade e sua cidadania”, reforçou.

Trabalho multidisciplinar

Com um trabalho multidisciplinar e contando com profissionais de diversas áreas, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) AD de Curitiba são importantes equipamentos para o tratamento aos usuários de álcool e drogas. São instituições destinadas ao acolhimento de pacientes com algum tipo de dependência química e onde são desenvolvidas ações que estimulam a integração sociale familiar dessas pessoas, incentivando a busca da autonomia, associada ao suporte médico, psicológico e até mesmo social, como o encaminhamento para oportunidades de emprego e o resgate da cidadania.

Curitiba conta com 12 CAPs, dos quais cinco são destinados exclusivamente ao atendimento de usuários de álcool e drogas. Três deles funcionam 24 horas, inclusive nos fins de semana, e contam com 29 leitos para acolhimento de pacientes em momentos mais delicados do tratamento.

Em 2014, 13.390 pessoas passaram por algum CAPs AD de Curitiba. Destes, 976 utilizaram os leitos noturnos – em um total de 9.128 pernoites ao longo de todo o ano passado.

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