A hanseníase é uma das doenças mais antigas do mundo, com relatos datados do século 6 a.C., de acordo com o Ministério da Saúde. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba destaca a necessidade de conscientização e prevenção da hanseníase, buscando incentivar o diagnóstico precoce dessa doença milenar.
Essa patologia é uma infecção bacteriana que tem sua principal manifestação na pele e nos nervos periféricos, podendo acarretar sequelas graves, como perda de funções motoras e atrofia muscular nos casos mais severos.
Transmissão
O contágio demanda um contato frequente e prolongado com a pessoa infectada, sendo mais comum entre familiares ou pessoas próximas. A transmissão ocorre por meio das vias respiratórias (saliva, tosse e espirro).
Ela não é transmitida através de contatos breves, como abraços ou compartilhamento eventual de utensílios como pratos, talheres, roupas de cama e outros objetos.
Sinais e sintomas
- Manchas com perda de sensibilidade (esbranquiçadas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo). A cor das manchas vai depender da cor de pele. Para peles negras as manchas geralmente aparecem mais esbranquiçadas e para peles brancas, aparecem mais avermelhadas ou amarronzadas;
- Áreas do corpo com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato. Com ou sem manchas;
- Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente nos pés e mãos.
Podem surgir outros sintomas:
- Caroços pelo corpo ou inchaços no rosto, orelhas e nas mãos;
- Diminuição da força muscular, como por exemplo ter dificuldade para pegar objetos;
- Formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores;
- Áreas da pele muito ressecadas que não suam, com queda de pelos (especialmente nas sobrancelhas).
A manifestação dos primeiros sintomas pode demorar de dois a cinco anos após o contágio, por isso, é necessário ficar atento aos sinais da doença e procurar o serviço de saúde assim que perceber os sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico começa pela unidade de saúde, com o exame clínico e encaminhamento para o exame laboratorial realizado pelo Laboratório Municipal de Curitiba. Em caso de confirmação, os contatos próximos também devem ser avaliados.
Tratamento
O tratamento pode durar de 6 a 12 meses, dependendo do diagnóstico. Está disponível em todas as Unidades de Saúde da capital. Durante o tratamento, é necessário manter o acompanhamento médico regular. Ao iniciar o tratamento, a pessoa deixa de transmitir a doença, mas é preciso seguir com a medicação até alcançar a cura.
Dados
Em 2023 foram registrados 22 casos de hanseníase pelo SUS de Curitiba. Dentre esses casos, 20 pacientes foram completamente curados.