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É só chegar e participar

Rodas de leitura gratuitas das obras do vestibular vão facilitar a vida dos candidatos de Curitiba

Clube do Vestibulando nas Casas da Leitura. Estudantes debatem obras literárias exigidas no vestibular da UFPR. Foto: Valdecir Galor/SMCS (arquivo)

O Clube do Vestibulando, uma iniciativa de sucesso das Casas da Leitura da Fundação Cultural de Curitiba, terá a sua terceira edição este ano. Nos meses de agosto, setembro e outubro, serão realizadas rodas de leitura para ajudar os candidatos a se prepararem para as questões de literatura do próximo vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Os encontros acontecem nas Casas da Leitura Hilda Hilst (Cajuru), Dario Vellozo (Boa Vista), Maria Nicolas (Santa Felicidade), Miguel de Cervantes (Praça Espanha), Osman Lins (Pinheirinho) e Wilson Bueno (Portão).

Todas terão um encontro para cada uma das oito obras literárias exigidas no vestibular: A Falência, de Julia Lopes de Almeida; Liras de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga; Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto; Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo; Nove Noites, de Bernardo Carvalho; O Livro das Semelhanças, de Ana Martins Marques; Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus; e Sagarana, de Guimarães Rosa. 

Nas rodas de leitura, coordenadas por um mediador, os participantes leem e discutem os trechos mais significativos de cada obra.

“O grupo reflete sobre os contextos históricos e literários, sobre sua importância para a literatura brasileira e o porquê de serem escolhidas para vestibular”, adianta o mediador Leandro Toporowicz, da Casa da Leitura Dario Vellozo.

“Os estudantes não chegam a ler toda a obra durante o encontro, mas pelo menos têm um pouco de contato com o texto. Claro que se houver uma leitura prévia, o aproveitamento vai ser melhor”, diz Leandro.

Leandro explica que a atividade foi pensada para auxiliar o estudante, considerando todas as outras matérias que tem para estudar. “Normalmente, nos estudos para o vestibular, a literatura é deixada de lado, mas participando dessa atividade o aluno tem uma melhor compreensão das questões apresentadas”, avalia.

Ele conta que nas duas edições anteriores – a primeira realizada em 2019 (antes da pandemia) e a segunda em 2022 – houve bastante procura e grande participação de público espontâneo.

Com a variedade de datas e locais, o participante pode se programar com antecedência e passar pelas rodas de leitura de todas as obras. Para participar, não é necessário fazer inscrição. A atividade é gratuita.

Cronograma das rodas de leitura do Clube do Vestibulando

Casa da Leitura Hilda Hilst
Av. Prefeito Maurício Fruet, 2.150 - Rua da Cidadania Cajuru)

Sábados, 10h  
5/8 - Morte e vida severina
12/8  - O livro das semelhanças
19/8  - Sagarana
26/8  - Quarto de despejo
02/9  - Liras de Marília de Dirceu
16/9  - Noite na taverna
23/9  - Nove noites
7/10  - A falência

Casa da Leitura Wilson Bueno
Av. República Argentina, 3430 - Portão Cultural
Sábados, 14h
5/8 - Liras de Marília de Dirceu
12/8 - Sagarana
19/8 - A falência
26/8 - O livro das semelhanças
2/9 - Morte e vida severina
16/9 - Nove noites
23/9 - Noite na taverna
7/10 - Quarto de despejo

Casa da Leitura Osman Lins
Av Winston Churchill, 2033 - Pinheirinho- Sala 55 - Rua da Cidadania Pinheirinho)
Sábados, 10h
5/8 - Quarto de despejo
12/8 - Nove noites
19/8 - Morte e vida severina
26/8 - Noite na taverna
2/9 - A falência
16/9 - Liras de Marília de Dirceu
23/9 - Sagarana
7/10 - O livro das semelhanças

Casa da Leitura Maria Nicolas
Rua Santa Bertila Boscardin, 213 – Santa Felicidade – Rua da Cidadania de Santa Felicidade)
Terça-feiras, 14h
15/08 - Quarto de despejo
22/08 - A falência
29/08 - O livro das semelhanças
05/09 - Noite na taverna
12/09 - Liras de Marília de Dirceu
19/09 - Morte e vida severina
26/09 - Sagarana
03/10 - Nove noites

Casa da Leitura Miguel de Cervantes
(Rua Dr. Carlos de Carvalho, 1238, Praça da Espanha)
Terça-feiras, 14h
15/8 - Liras de Marília de Dirceu
22/8 - Quarto de despejo
29/8 - Nove noites
05/9 - A falência
12/9 - Morte e vida severina
19/9 - Sagarana
26/9 - O livro das semelhanças
3/10 - Noite na taverna

Casa da Leitura Dario Vellozo
Av. Paraná, 3.600 – Sala 23 – Rua da Cidadania Boa Vista)
Sexta-feira, 14h                                                       
11/8 - Liras de Marília de Dirceu 
18/8  - Sagarana                                                   
25/8 - Nove noites                                                   
1/9 - O livro das semelhanças                                                       
15/9 - Quarto de despejo                                                    
22/9 - Noite na taverna                                                       
6/10 - Morte e vida severina                                              
20/10  - A falência                                                     

Obras do vestibular deste ano da UFPR

Liras de Marília de Dirceu: Publicada entre 1792 e 1812, a obra de Tomás Antônio Gonzaga narra o amor idealizado entre o eu-lírico, o pastor Dirceu e a jovem Marília. Pertencente ao arcadismo brasileiro, o poema transita entre os gêneros lírico e narrativo e aproxima características estéticas da antiguidade greco-latina com a paisagem e o momento político de Minas Gerais do século 18. Mediador: Leandro Toporowicz

Sagarana: Primeira obra publicada por Guimarães Rosa, em 1946, apresenta um sertão repleto de injustiças, ganância, vinganças e traições. A linguagem da escrita traz um quê da mitologia clássica grega mesclada com as de origem africanas e indígenas, bem como com as fábulas medievais. A oralidade do cotidiano sertanejo encontra ressonância numa condição universal. O livro serve como pontapé inicial à obra de Rosa, que neste momento ainda forjava sua poética, experimentando várias vozes literárias em seus contos. Mediador: Amarildo Anzolin

Nove Noites: "Ninguém nunca me perguntou, e por isso também não precisei responder. Todo mundo quer saber o que sabem os suicidas.” Dividido em dois tempos, a vivência do antropólogo Buell Quain com indígenas krahô se intercala com a investigação do narrador em busca de pistas que expliquem sua morte. O livro de Bernardo Carvalho explora as contradições, a solidão e os desejos de um estrangeiro em terra estranha. Mediadora: Letícia Merlo

Morte e Vida Severina: A obra-prima do escritor João Cabral de Melo Neto retrata a jornada de Severino, um retirante nordestino que parte do sertão rumo ao litoral com a esperança de um outro futuro. O auto de Natal pernambucano expõe a dureza da vida no sertão, abordando temas como fome, seca e exploração. Essa leitura nos convida a refletir sobre a condição humana e as desigualdades sociais. Mediadora: Camila Dutra

Noite na Taverna: Publicado em 1855, o livro de Álvares de Azevedo apresenta uma coletânea de contos sombrios e melancólicos, com histórias independentes que se conectam através da atmosfera de decadência que permeia a obra. Ambientados em uma taverna durante uma noite de intensas conversas, os contos exploram temas como morte, paixões desenfreadas e busca pela liberdade. Mediadora: Juliane Souto

O Livro das Semelhanças: Com a sutileza poética característica de uma das vozes mais originais da poesia brasileira contemporânea, a obra de Ana Martins Marques aborda a tentativa de resgatar o mundo e as coisas por meio da linguagem. Dividida em quatro seções, a obra reflete sobre a dificuldade em traduzir a realidade literariamente, confrontando o abismo que separa o mundo sensível da página em branco. Mediadora: Mariana Marino

A Falência: obra com influência realista-naturalista, de Julia Lopes de Almeida, narra o adultério feminino no contexto da sociedade burguesa. Camila, a personagem principal, tem seu ideal de família abalado pelos maus negócios do marido, que culmina na falência. A história revela uma perspectiva à autonomia feminina e a união entre as mulheres. Mediadora: Letícia Ferreira

Quarto de Despejo: A obra é uma autobiografia da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus. O diário é um retrato da vida cotidiana de uma mulher negra, mãe solteira, catadora de lixo e moradora da favela do Canindé. Com uma linguagem simples, mas contundente, afeta o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu. Mediadora: Ana Vaz.

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