Os casos de relacionamento abusivo costumam ter alguns sinais clássicos, muitas vezes não percebidos pela vítima. Situações mais graves podem culminar no chamado feminicídio – assassinato da mulher motivado pela discriminação de gênero.
Os parceiros abusivos adotam comportamentos de controle, mentiras, jogos psicológicos. Nos 13 anos da Lei Maria da Penha, celebrados nesta quarta-feira (7/8), a psicóloga Bianca Bortolini Ferreira do Amaral, terapeuta de casais há 17 anos e autora do livro Equilíbrio Emocional, elencou 15 sinais para que você saiba se seu relacionamento é abusivo e onde encontrar ajuda.
1 - Afastamento
Afastamento de familiares e amigos é muito comum. O medo aqui é que você acabe desabafando e contando o que acontece na intimidade do casal. A intenção é que todos imaginem que a vida de vocês é perfeita.
2 - Falta de controle ou traição financeira
Ele (a) não te conta o quanto ganha, não te ajuda ou não quer que você compre nada. Nem com o teu dinheiro nem com o dele(a). Quer aumentar a poupança sozinho(a) e te deixar sem nada para ter controle total. Ou então não quer que você fique mais bonita (o) e boicota sua autoestima. O mesmo vale para peso. Fala de forma sarcástica que você não precisa emagrecer ou que está "linda(o)" acima do peso.
3 - Abuso e violência sexual
Ele (a) te obriga a manter relações sexuais contra sua vontade. Vale lembrar que isso mesmo no casamento é considerado estupro. Aqui também se encaixa pressão por parte dele (a) para realizar práticas sexuais que você não gosta.
4 Monitoramento constante
Quer saber onde você vai, com quem, porque, como vai vestida (o). Sempre desconfiado (a).
5 - Diminuição da sua autoestima
Nada do que você faz é bom ou suficiente para ele (a). Adora comparar você com as outras pessoas e te menosprezar.
6 - Violência física
Ele (a) te empurra, bate, segura com força. Vale lembrar que este não é o único tipo de violência. A Lei Maria da Penha tipifica outros quatro: psicológica, sexual, patrimonial e moral.
7 - Ameaças
Você é ameaçada constantemente. É importante lembrar que ameaças são inadmissíveis e que o respeito é a base para qualquer relação.
8 - Humilhações e constrangimentos públicos
Não cabem piadas em um relacionamento, quanto mais em público. Qualquer comentário dentro de um relacionamento deve ser feito em particular.
9 - Falta de diálogo
Você não sabe o que o parceiro faz, onde vai. Mas ele (a) está no controle total da sua vida e das suas ações.
10 - Sarcasmo e grosseria
Pouco se fala dentro de casa. Quando ele (a) fala é em forma de deboche ou com grosseria.
11 - Paquera outras mulheres/homens
Age de forma provocativa com pessoas do sexo oposto. Seduz, joga charme explicitamente. Te deixa constrangida (o) e, por vezes, a outra pessoa também.
12 - Te chama de louca (o)
Costuma justificar as ações contraditórias dizendo que “tudo é coisa da sua cabeça” e que “você tem mania de perseguição”.
13 - Tenta mudar as suas escolhas
Manda que mude seus hábitos. Coisas que você já fazia durante todo o relacionamento, tentando te ajustar a ele (ela).
14 - Ele (a) diz “eu te amo, mas...”
A culpa é sempre sua. A grosseria dele, o empurrão que ele deu, o ciúmes excessivo que ele tem. Ele te ama, mas é você que “provoca” estas situações.
15 - Ele (ela) ameaça se suicidar se você o (a) deixar.
A ameaça de suicido é uma forma de controlar e culpar você com relação à separação e possível morte.
O que fazer quando você percebe estar num relacionamento abusivo?
Procure um serviço de acolhimento antes mesmo do registro da ocorrência policial, abertura de inquérito e ação na justiça especializada. Isso faz com que a mulher se sinta mais segura para dar os passos seguintes.
A mulher poderá procurar atendimento psicológico especializado ou ainda buscar ajuda na Casa da Mulher Brasileira, nos Centros de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), nas administrações regionais da Prefeitura e nas unidades de saúde e hospitais de referência de Curitiba.
Em caso de violência, ligue:
Casa da Mulher Brasileira: 3221-2710
Disque denúncia: 180
Polícia Militar: 190
Patrulha Maria da Penha: 153 - para quem tem medidas protetivas.
Central de atendimento da Prefeitura: 156