O programa Urbanista Mirim foi lançado em março do ano passado, na Escola Municipal Papa João XXIII, e desenvolvido com 3.379 estudantes de 39 escolas já integrantes de outro projeto da Secretaria Municipal da Educação, o jornal eletrônico Extra Extra!, que realiza produção de materiais jornalísticos, impressos e vídeo.
Por meio do programa Urbanista Mirim, desenvolvido em parceria entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a Secretaria Municipal da Educação, os meninos e meninas de escolas municipais participaram, com diferentes segmentos da sociedade, da discussão e da elaboração do documento que norteará o desenvolvimento da cidade ao longo dos próximos dez anos.
O Plano Diretor e sua importância foram explicados aos alunos pelos professores em oficinas nas escolas. A partir daí, cada unidade decidiu por um projeto específico de acordo com as especificidades da região e da comunidade. Em comum os projetos deveriam ter registros e produções de matérias jornalísticas – impresso e vídeo.
A primeira atividade realizada pelo grupo de urbanistas mirins foi o preenchimento de um questionário com ajuda de pais e professores. As crianças responderam a perguntas como: qual a coisa mais legal que Curitiba oferece, um momento em que sentiu orgulho da cidade, para ser um bom lugar para viver o que deve ser mais importante e como as crianças gostariam que fosse a cidade em dez anos.
O levantamento resultou em 12.884 contribuições à visão de futuro da cidade, a partir da ótica das crianças. As opiniões, ideias e sugestões foram enviadas ao Ippuc, que realizou de coleta de dados e tabulação de resultados. Participar do projeto reforçou com os estudantes as ações de protagonismo e desenvolvimento da cidadania. Alguns grupos estiveram presentes e participaram das audiências públicas para a discussão do documento. Na reunião realizada em novembro passado no bairro Fazendinha, um grupo de estudantes da Escola papa João XXIII esteve presente.
Urbanistas Mirins das escolas municipais Paulo Freire e Anita Merhy Gaertner e dos Centros de Educação Integral Curitiba Ano 300 e Expedicionário confeccionaram livros a partir das informações levantadas nas suas comunidades a respeito do futuro da cidade. Considerando as questões ambientais os livros foram produzidos em tecido e madeira, poupando a matéria prima do papel.
Para a coordenadora do projeto na secretaria Municipal da Educação, Silmara Campese Cezário, a participação no projeto, associado ao envolvimento no jornal Extra Extra!, colaborou para a integração do aluno com a família e com sua comunidade. “As crianças foram estimuladas à participação e a desenvolverem senso crítico a partir de um excelente caminho que é a escrita e a oralidade”, disse Silmara.
Estudar sobre a cidade é uma das diretrizes curriculares da rede municipal da educação e as escolas desenvolvem diferentes projetos nos componentes curriculares de História e Geografia, com estudantes do ensino fundamental.
Em Geografia, por exemplo, os estudantes de turmas do 1º ao 3º anos conhecem a cidade explorando o lugar de vivência, observando o entorno da escola, do bairro e do município. Os elementos naturais e culturais que compõem a paisagem, suas relações, suas funções e mudanças. Os impactos das transformações também são abordados. Nos 4º e 5º anos, os estudantes são estimulados a construir os conceitos de urbano e rural, identificando as atividades envolvidas em cada espaço e suas características. É quando os estudantes refletem sobre o espaço urbano, habitantes, visitantes, edifícios, casas, ruas, equipamentos públicos. Já no componente curricular de História, a cidade de Curitiba, a sua origem, a identidade, o presente e o passado estão apresentados.