Todo o plantio de árvores feito em ruas de Curitiba precisa ser avaliado e autorizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente. A escolha da espécie para as vias públicas deve seguir regras e normas definidas pelo Departamento de Arborização e Produção Vegetal.
Segundo o diretor do departamento, José Roberto Roloff, plantios irregulares de árvores frutíferas e invasoras geram problemas em calçadas e na sinalização viária. Quando o morador quiser plantar árvore em ruas ou áreas públicas, deve fazer antes a solicitação pela Central 156 informando o local. O pedido será enviado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que fará a avaliação.
“Todo o plantio feito em ruas, praças, bosques ou parques precisa ter uma avaliação prévia e autorização técnica. As pessoas pensam que por ser uma área pública podem fazer o que quiser e não é assim. Depois que as árvores crescem elas interferem no ambiente ao redor”, explicou Roloff.
Espécies de árvores como mangueiras, abacateiros, ficus e nespereiras atingem grande porte e as raízes precisam de espaço para crescerem. De acordo com especialistas do Departamento de Arborização e Produção Vegetal, algumas árvores precisam de quintais fartos e parques para serem plantadas. Outras não são recomendadas por serem de espécie invasora, capaz de desestabilizar áreas de remanescentes nativas ou por características que colocam a saúde das pessoas em risco por serem tóxicas.
A calçada das vias urbanas é um espaço com características próprias, que restringe bastante o uso de espécies arbóreas. É preciso considerar a fiação aérea ou enterrada, os encanamentos do subsolo, fibra ótica e internet subterrânea, a largura da calçada, o sol que a planta conseguirá receber, a pressão do tráfego, a qualidade do solo e o microclima local, por exemplo.
O plantio de árvores feito pela Prefeitura inclui a vistoria do local por técnicos da Arborização Pública para a determinação, seguindo critérios estritos, do local e da espécie a ser usada.
Critérios para o plantio
Para o plantio em áreas privadas da cidade, não há restrição, mas em via pública, além de autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, é preciso seguir algumas regras.
A escolha das espécies que são plantadas, especialmente em vias públicas, leva em consideração as características das ruas, como a largura da calçada, existência de fiação elétrica, acesso de veículos, rede de drenagem, água e esgoto, gás, iluminação, semáforos, placas e demais equipamentos urbanos.
Outra preocupação das equipes do Meio Ambiente é com o espaçamento entre as mudas plantadas, que deve ser respeitado, de acordo com o seu tamanho, variando de cinco a 12 metros.
Exemplos de plantios errados em vias públicas
- Espécies de grande porte com desenvolvimento monopodial, como araucária e palmeira, plantadas embaixo da rede elétrica.
- Plantio muito próximos a radares, muros, moradias e postes, especialmente aqueles com transformador.
- Plantio obstruindo a visibilidade de placas de trânsito.
- Arbustos em esquinas, impedindo a visão no trânsito.
- Espécies exóticas invasoras, com princípios tóxicos ou proibidas por lei.
- Espécies com frutos grandes que podem ferir pessoas ao cair, causar a queda de pedestres por sua polpa abundante espalhada nas calçadas, danificar carros. Quando esses frutos caem e não são recolhidos, podem estragar com facilidade, deixando mau cheiro e atraindo roedores e baratas.
Meio Milhão de Árvores
A Prefeitura de Curitiba lançou o programa Meio Milhão de Árvores para Curitiba, que tem a meta de plantar 500 mil árvores nos próximos quatro anos na cidade. A ajuda da população é fundamental para atingir esse objetivo, mas os plantios precisam ser feitos da forma correta.
A ampliação da arborização faz parte das estratégias de adaptação e mitigação às mudanças climáticas, da melhora da drenagem, da redução do efeito de ilhas urbanas de calor e proteção dos rios
Benefícios das árvores nas cidades
- Auxiliam na purificação e umidade do ar, com a redução da poluição.
- Ajudam a controlar a temperatura urbana.
- Funcionam como barreira para amenizar os ruídos nas vias públicas.
- Atuam na manutenção da umidade relativa do ar em nível adequado.
- Causam bem-estar psicológico e físico.
- Servem de abrigo e de alimentação para a fauna silvestre urbana.