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Eixo Leste/Oeste

Novo Expresso passa por 12 bairros em 36 km

Itinerário do eixo Leste/ Oeste que será percorrido pelo novo ônibus expresso biarticulado.

Os novos ônibus expressos biarticulados Neobus Mega BRT que desde o último sábado atendem ao público no eixo Leste/Oeste, que parte do Terminal Centenário, no bairro Cajuru, e vai até o Terminal Campo Comprido, no bairro do mesmo nome, fazem um percurso de 36 quilômetros e 360 metros, de um ponto a outro. Na viagem os passageiros passam por 12 diferentes bairros.

Em vários pontos da cidade, o traçado de ruas percorridas pelos ônibus fica exatamente no limite de dois bairros contíguos. Cada um desses bairros tem uma história própria, contada brevemente, com suas características. As histórias mostram as variedades de ocupações étnicas, hábitos, costumes, e a importância que têm no processo do desenvolvimento urbano de Curitiba.

O percurso inicia no Cajuru e segue em paralelo à divisa com o Capão da Imbuia. Prossegue pela avenida Presidente Affonso Camargo, cujo traçado acompanha a linha que oficialmente separa os bairros Jardim Botânico e Cristo Rei. Atravessa a região central, pela avenida Sete de Setembro, que ao longo de um trecho delimita o bairro Rebouças do Centro, para então margear o limite dos bairros Bigorrilho e Mercês.

Após o Bigorrilho, cruza trechos dos bairros Campina do Siqueira (onde há um terminal intermediário do mesmo nome), Mossunguê e Campo Comprido, até chegar ao Terminal Campo Comprido que fica, na verdade, no bairro Cidade Industrial.

Bairro a bairro – Conheça o percurso, um pouco da história, e saiba em que bairros ficam, respectivamente, os terminais e estações-tubo do eixo Leste/Oeste:

• Cajuru - De leste para oeste, os expressos que trafegam em canaleta exclusiva partem do Terminal Centenário, com paradas, além das estações-tubo Catulo da Paixão Cearense, Cajuru e Teófilo Otoni, no Terminal Oficinas – todos dentro do espaço limítrofe do bairro Cajuru.  O Terminal Capão da Imbuia fica na divisa oficial dos bairros Cajuru / Capão da Imbuia.

As primeiras referências sobre o bairro Cajuru (termo indígena que significa “boca da mata”) aparecem em 1681, numa petição de terras no Caminho de Yuberaba (atual Caminho de Itupava), no sítio chamado de Cahajurú.

Registros de compras e transferências de terras, em 1840, acontecem na chamada Restinga do Cajuru. Região só ganha importância quando, em 1858, ali se instala a rede provincial da Congregação das Irmãs de José de Chambery. Em 1907 fundam o Orfanato São José e o Colégio Nossa Senhora de Lourdes.

O bairro Cajuru tem várias subdivisões:

Centenário – abriga o terminal, tem forte comércio. Escola pública e o Colégio / Faculdade Adventista.
Oficinas – perto do terminal homônimo leva este nome porque ali está a oficina de trens da antiga Rede de Viação Paraná - Santa Catarina (RVPSC), e hoje da América Latina Logística (ALL). E ainda: Vila Camargo; Conjunto Residencial Mercúrio; Jardins Natália, Solitude, Solitude II e Acrópole; Vilas Autódromo, São João D’El Rey, Santíssima Trindade, Marumbi e São Domingos.
 
 • Jardim Botânico / Cristo Rei – O traçado da avenida Presidente Affonso Camargo acompanha exatamente o limite entre os dois bairros, e no trecho ficam cinco estações-tubo atendidas pelos ônibus expressos: Urbano Lopes, Jardim Botânico, Hospital Cajuru, Viaduto do Capanema e Rodoferroviária.
  
Jardim Botânico – ganhou esse nome após plebiscito, em 1992, até quando se chamava Capanema (“mato ruim”, em tupi), e homenageava Guilherme Schüch – o barão de Capanema, figura política do Império que disseminou o serviço telegráfico no país e era dono de parte das terras em Curitiba, visitadas pelo imperador D. Pedro II quando de sua estada no Paraná, em 1880.
   
Bairro abriga hoje o Jardim Botânico que leva o nome da falecida urbanista Maria Francisca Garfunkel Rischbieter e a Rodoferroviária, construída em 1972 – dois dos principais equipamentos na região.
  
Cristo Rei – Faz limite com o Jardim Botânico. Atas oficiais do início do século XX mostram que localidade fazia parte do bairro Cajuru – a ponto de abrigar hospital e colégio, ambos também conhecidos pelo nome de Cajuru. O nome atual deve-se à Igreja do Cristo Rei, de traços futuristas, construída nos anos 1970 na rua Padre Germano Mayer.

• Rebouças / Centro – A partir da esquina formada pela avenida Sete de Setembro – por onde trafegam os expressos – com a rua Mariano Torres, duas estações-tubo estão no trecho viário que acompanha a delimitação dos dois bairros: Mariano Torres e Eufrásio Correia. Assim, passageiros que procedem do Cajuru e seguem ao centro da cidade e se encontram na altura do tubo Mariano Torres terão, a partir daí, à esquerda o bairro Rebouças, e à direita, a região central. A antiga estação ferroviária, cuja fachada empresta charme ao shopping ali existente, fica no Rebouças, enquanto a praça Eufrásio Correia, que fica defronte, é endereço central.

Além do terminal Eufrásio Correia, onde ônibus biarticulados do eixo Leste/Oeste permitem integração físico-tarifária com os biarticulados do eixo Santa Cândida / Capão Raso. A partir desse ponto, a frota Leste/Oeste, em direção a oeste, segue pelas ruas Lourenço Pinto e Pedro Ivo, quando chega ao terminal da praça Ruy Barbosa, de onde prossegue até o Terminal Campo Comprido.

Na região central, após a praça Ruy Barbosa, situam-se as estações-tubo Praça Osório – na esquina da rua Visconde de Nacar com o calçadão da rua Comendador Araújo , e Visconde de Nacar – na esquina formada pelas ruas Fernando Moreira, Cruz Machado e Visconde de Nacar.

Rebouças – Nome homenageia irmãos e engenheiros Antônio Pereira Rebouças Filho e André Rebouças, que construíram a ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá, inaugurada por dom Pedro II, em 1885. Bairro historicamente está ligado à industrialização urbana, porque foi definido e citado no Plano Agache, adotado por Curitiba em 1943.

Ainda abriga tradicionais indústrias, enquanto outras há muito já se transferiram para outro bairro – Cidade Industrial de Curitiba – CIC, criado no início da década de 1970. Abriga também sede da Fundação Cultural de Curitiba, que ocupa instalações revitalizadas de antigo moinho.

Centro – Coração urbano com área de apenas 3,3 quilômetros quadrados, abriga edificações modernas que contrastam com o Setor Histórico. Tem comércio forte, bem como prestação de serviços. Marco Zero fica defronte à Catedral Basílica Menor, na praça Tiradentes – onde, segundo a história oficial, se deu a fundação da Vila |Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais.

• Bigorrilho / Mercês – Três estações-tubo ficam no trecho viário que acompanha a delimitação dos dois bairros: Brigadeiro Franco, Presidente Taunay e Praça da Ucrânia. As duas primeiras ficam na rua Fernando Moreira, enquanto a última situa-se no topo da rua Padre Anchieta. Especificamente no Bigorrilho, encontram-se as estações-tubo Bruno Filgueira, Bigorrilho e Gastão Câmara.

Bigorrilho – No passado remoto abrigou o Juvenato dos Irmãos Maristas, onde hoje estão as antigas instalações da Universidade Tuiuti do Paraná, devoradas por um incêndio há anos. Na década de 1950, os Maristas lotearam parte da chácara que corresponde ao trecho que vai da praça da Ucrânia à rua Presidente Taunay, na faixa compreendida entre a rua Padre Anchieta e a propriedade marista, hoje pertencente à Universidade Positivo. Região foi ocupada, no século XIX, por imigrantes eslavos e alemães. Bairro abriga modernos edifícios residenciais, além de intenso e variado tipo de comércio.

Mercês – Palavra latina que significa “graça”, “proteção”, foi escolha de antigos moradores da região conhecidos pela religiosidade, que faziam frequentes procissões, já a partir do século XVIII. Por volta de 1920, chegam ao bairro os frades capuchinhos vindos de Veneza, Itália. De 1926 a 1929 erguem a Igreja das Mercês. Bairro, hoje, abriga a Torre das Mercês, endereço turístico mantido por empresa telefônica, do alto da qual se vê Curitiba em 360 graus.

É endereço ainda de comércio variado e de um  dos mais tradicionais endereços de lazer – o parque Barigui, praia dos curitibanos, endereço de uma das maiores reservas verdes da cidade.

• Campina do Siqueira – Bairro que abriga o terminal de transporte homônimo – no início da rua Deputado Heitor de Alencar Furtado (continuação da rua Padre Anchieta), esquina com a rua Jerônimo Durski, além de duas estações-tubo: M. Heitor Guimarães e Rio Barigui – esta, quase na divisa com o bairro Mossunguê.
                      
O nome do bairro decorre de dois fatos históricos distintos, mas relacionados pelo tempo. Campina, porque a região era tomada por uma bonita planície coberta por vegetação rasteira ainda no início do século XIX. O “sobrenome” vem de Antônio Sebastião Siqueira – imigrante português que chegou à região também no começo do século XIX. Tornou-se dono de grandes glebas de terras, depois divididas em pequenos sítios e vendidas a várias famílias, dando origem ao atual bairro.

• Mossunguê – Os novos expressos que percorrem o eixo Leste/Oeste têm paradas em três estações-tubo instaladas no bairro: Paulo Gorski, São Grato e Mossunguê.
 
Assim como os bairros vizinhos – Campina do Siqueira, Orleans, Campo Comprido, Santo Inácio e Bigorrilho -, o do Mossunguê surgiu ainda no século XIX ao longo do antigo Caminho do Matto Grosso (atual trecho da BR-277), então a única alternativa de acesso ao Norte do Paraná.
  
A grande quantidade de pequenos armazéns decorre da exploração mineral intensa de então. Esses armazéns serviam de entrepostos aos viajantes, tropeiros e aos primeiros moradores que se fixaram na região. Parte da gleba durante décadas pertenceu exclusivamente à família Nicco. Com a chegada dos imigrantes italianos, oriundos da região de Piemonte, veio a devoção a São Grato – hoje nome de uma das estações-tubo -, padroeiro da agricultura e da lavoura.

• Campo Comprido – Duas estações-tubo – Imperial e U.S. Curitiba (alusão à Unidade de Saúde próxima) -, instaladas no bairro, antecedem a chegada ao ponto final da linha expressa Leste/Leste, no Terminal Campo Comprido – curiosamente erguido no bairro CIC (Cidade Industrial).
 
Vem do século XVII, quando existiam as chamadas sesmarias, a origem do Campo Comprido, cujas terras, segundo dados históricos, estariam compreendidas na antiga sesmaria de Baltazar Carrasco dos Reis, de 29 de junho de 1661. A permanência de herdeiros do antigo povoador naquela área, até os primeiros anos do século XX, é narrada em obra do escritor paranaense José de Andrade Muricy. Campo Comprido foi berço de novas ocupações regionais e consequentes surgimentos de bairros vizinhos como Orleans (criado em dezembro de 1875); Santo Inácio (1876); Rivière (originalmente Riviérre, em 1878, hoje iviera, homenagem ao engenheiro Henry Riviérre, que prestou à colonização como chefe da comissão encarregada da medição dos lotes e estabelecimentos de imigrantes em Curitiba); e ainda Dom Augusto, e Dom Pedro, em 1876. Dom Augusto e Dom Pedro deixaram de ser nomes próprios de bairros e foram incorporados aos mais próximos no andar do tempo.

• Cidade Industrial (CIC) – Curiosamente, o Terminal Campo Comprido, ponto final do Sistema Expresso que atende o eixo Leste/Oeste, está instalado no bairro CIC, não muito distante da divisa oficial com o bairro Campo Comprido.
 
No passado, a região era formada por imensos descampados e também abrigava propriedades agrícolas, compondo o então chamado cinturão Verde, de onde procediam hortifrutigranjeiros trazidos pelos colonos à cidade, em carroções e, mais tarde, em veículos comerciais leves.

O maior e mais populoso dos 75 bairros oficialmente existentes em Curitiba, foi concebido em 1973 como propulsor do desenvolvimento industrial da cidade e região, então fruto de convênio entre a URBS e o Governo do Paraná. Antes muito distante do centro, atualmente está integrado à malha urbana, endereço de centenas de indústrias.